quinta-feira, 11 de novembro de 2010

O Exame Nacional do Ensino Médio

Neste último fim-de-semana, 4,6 milhões de estudantes participaram do ENEM - Exame Nacional do Ensino Médio. O ENEM é uma prova unificada nos processos seletivos das universidades públicas federais e objetiva substituir o vestibular tradicional.

Para o MEC, o ENEM visa: a) democratizar o acesso às universidades públicas, b) possibilitar mobilidade acadêmica e c) induzir a reestruturação dos currículos do ensino médio. O ENEM passa a ser um instrumento de política educacional que provoca uma relação positiva entre ensino médio e ensino superior.

As universidades públicas federais têm quatro opções para adotar o ENEM: 1) como fase única de acesso, 2) como primeira fase, 3) combinado com vestibular da instituição e 4) como fase única para remanescentes do vestibular. De parte dos estudantes, a aceitação é crescente. A adesão ao ENEM começou com 150 mil inscritos e hoje está perto dos cinco milhões.

A proposta do ENEM parece positiva. Em dois dias de exame, os estudantes respondem testes de quatro áreas: 1) linguagens, códigos e suas tecnologias, 2) ciências humanas e suas tecnologias, 3) ciências da natureza e suas tecnologias e matemáticas e suas tecnologias. O método de aferição do mérito de cada estudante é conhecido por "Teoria de Resposta ao Item - TRI".

O problema é que houve vazamento na gráfica da prova do ano passado e neste ano houve erros nas folhas de resposta. Poucos erros nas 180 questões formuladas, mas o suficiente para se fazer um grande alarido em torno do tema.

A mídia, que procura com lupa qualquer problema para bater no governo Lula - e que, pelo andar da carruagem, vai fazer o mesmo com a presidente eleita Dilma - quer transformar lagartixa em jacaré. Para ela, deveria até cancelar a prova, o que provocaria prejuízo econômico e político ao MEC e transtornos imensos para quase cinco milhões de jovens.

A Advocacia-Geral da União (AGU) solicitou a cassação da liminar que suspende o ENEM, e, enquanto a pendenga não é resolvida, o ministro da Educação é vítima da artilharia pesada de todos quantos, por diferentes motivações, querem implodir com essa medida inovadora e democrática de acesso ao ensino superior.