quinta-feira, 9 de junho de 2011

36 Dias de Greve na Volks do Paraná

O Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (base territorial com 25 cidades) dirige uma greve na Volkswagen que completa trinta e seis dias nesta quinta-feira. O presidente da entidade, Sérgio Butka, convocou nova assembleia para 14 horas desta sexta-feira, 10, para definir os rumos do movimento.

Duas questões estão na mesa de negociação: o aumento do valor da PLR (participação nos lucros e resultados) e a negociação dos dias parados.Segundo o boletim "A Voz do Metalúrgico", a PLR de duas montadoras da base do Sindicato foi de R$ 15 mil (Volvo) e R$ 12 mil (Renault).

Para a Volkswagen, o sindicato reivindicou uma PLR de R$ 12 mil. Na contramão das outras montadoras, a empresa ofereceu uma PLR bem abaixo, no valor de apenas R$ 4,6 mil para a 1ª parcela. Diante do impasse, os trabalhadores da Volks se mantém em greve há 36 dias.

UMA EMPRESA PODEROSA

A Volks é uma empresa poderosa. Suas unidades no Brasil faturaram em 2007 R$ 21,2 bilhões. É a terceira maior do grupo, atrás apenas da China (primeira) e da Alemanha. Desde o primeiro fusca nacional de 1959 até hoje, a Volks já produziu mais de 17 milhões de unidades e é a quinta maior exportadora do Brasil.

A empresa tem cinco unidades no Brasil. Desde novembro de 1959 opera em São Bernardo do Campo, hoje com 16 mil trabalhadores entre efetivos e terceirizados. Produz 1300 unidades por dia (Gol, Fox Exportação, Polo, Polo Sedan, Saveiro e Kombi).

A unidade de Taubaté (janeiro de 1976) tem quatro mil funcionários e produz mil carros por dia (Gol e Parati). Resende (novembro/1996) produz 175 caminhões e ônibus por dia e tem 3.700 funcionários. A unidade de São Carlos (outubro/1996) produz 2.470 motores/dia e tem 500 funcionários.

A greve de 36 dias ocorre na Volks de São José dos Pinhais (janeiro/1999), que conta com 3.600 metalúrgicos e produz 810 veículos por dia (Golf, Fox Exportação e Cross Fox). Segundo o sindicato, no período da greve deixaram de ser produzidos 22.150 veículos, prejuízo estimado de R$ 1,1 bilhão!

INTRANSIGÊNCIA PATRONAL

Sérgio Butka, que preside o sindicato e também a Força Sindical do Paraná,  reitera que o sindicato está disposto a encontrar uma solução negociada para a prolongada greve. O movimento cobra um elevado esforço dos trabalhadores e o que fica claro é a intransigência patronal, que prefere o prejuízo econômico do que ceder às demandas dos trabalhadores.

Não se sabe quanto tempo ainda durará o movimento paredista. O certo é que a combativa greve dos metalúrgicos da Volks de São José dos Pinhais merece a solidariedade de todos os trabalhadores brasileiros e serve de estímulo a todas as categorias que lutam por melhores salários.