sábado, 3 de outubro de 2009

Mercedes Sosa

Em 1978 assisti a um espetáculo da Mercedes Sosa em São Paulo, no ginásio do Ibirapuera. Ela se apresentou ao lado de Milton Nascimento. Desde essa época sou fã de carteirinha dessa maravilhosa cantora argentina.

Dona de uma voz fenonenal, militante de esquerda, Mercedes Sosa atingiu a fama quando ditaduras militares vigoravam em seu país e no Brasil. Uma forma de fazer oposição, pelo menos em circuitos culturais alternativos, era valorizar a música latino-americana contestadora.

Aqui mesmo no Brasil havia um grupo, o Tarancón, que fazia grande sucesso. Não sei se eles estão juntos ainda. Violeta Parra e Vitor Jara, além de brasileiros como Chico Buarque, eram os grandes intérpretes dos nossos sonhos libertários da época.

Principalmente para aqueles que vivemos esse período,  as últimas notícias dando conta da grave enfermidade de Mercedes Sosa é uma coisa muito triste. Sua voz forte e bonita, sejam quais forem as vicissitudes da vida, serão celebradas eternamente. Don't cry for me, Argentina.

Rio ri à toa

Ao contrário do que reza a lenda, os paulistas gostamos muito do Rio de janeiro. Eu, por exemplo, quando estou de férias e tenho um pouco de grana, considero o Rio meu principal destino turístico. Urbanóide radical, se fosse obrigado a sair de São Paulo optaria por viver na Cidade Maravilhosa.

Tudo lá me encanta. Geralmente fico em um hotel na rua do Catete, perto do Museu da República, região estratégica que fica perto das praias da zona sul, da boêmia Lapa, do Maracanã e por aí vai.

Associo-me à ruidosa alegria pela escolha da cidade como sede das Olimpíadas de 2016. Foi uma vitória e tanto! O Lula parece o Rei Midas, seu enpenho pessoal na disputa e a vitória, tudo transmitido ao vivo pela TV, vai levar mais chuva em sua horta.

Para nosotros do PCdoB há o destaque especial de o Ministro do Esporte, Orlando Silva, ser um dos artífices da conquista. E, de quebra, ajuda nosso campo nas disputas de 2010, não há como negar.

rioPor último, vale o registro: a cidade que viu o Corinthians ser campeão mundial merece sediar a Olimpíada.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Conflito de baixa intensidade

Conflito de Baixa Intensidade (Low Intensity Conflict) é um termo cunhado por especialistas militares dos EUA na década de 80. Refere-se a confrontos de forças regulares contra grupos insurgentes, sem ter a dimensão de guerras convencionais. É mais ou menos isso.

A expressão me veio à cabeça diante de um fato político intrigante: os conflitos de baixa intensidade entre o presidente Lula e o governador paulista José Serra.  Com o capital político acumulado, Lula poderia (ou pode) jogar um papel decisivo para virar o jogo em São Paulo, estado hegemonizado pelos tucanos desde 1995.

Cada um faz os seus cálculos políticos, mede os impactos de cada um dos seus atos. No balanço dos custos/benefícios desse pacto de não agressão, o aguçamento da disputa eleitoral pode trazer fatos novos.

É bom acabar com a cena modorrenta da política paulista. Mais um governo tucano é demais para a cabeça. Ninguém merece!

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

SP/2010: Jogo embolado

1. Transferência do domicílio eleitoral do deputado Ciro Gomes para São Paulo; 2.  filiação ao PSB do presidente da Fiesp, Paulo Skaf, candidatíssimo ao governo estadual; 3. lançamento da candidatura ao Senado do vereador paulistano Gabriel Chalita pelo PSB e ; 4. disputas internas no PSDB: resumo da ópera: bagunçou o coreto, ou os palanques, de São Paulo.

Os tucanos podem ir de Geraldo Alckmin, o primeiro colocado nas pesquisas, apesar do surpreendente desembarque de Chalita do PSDB, da  notória rivalidade do ex-governador com Serra, com o prefeito Kassab e, em certa medida, com Orests Quércia, por conflitos de interesse.

Do lado da oposição no Estado também faltam definições. O PDT parece ter abandonado a ideia de candidatura própria e flerta tanto com o PT quanto com o PSB. O PT parece inclinado a apostar no  nome de Antônio Palocci, mas não demonstra entusiasmo com a opção. Há até quem, na seara petista,  sonhe ainda com Ciro Gomes.

Pelas particularidades do Estado, é de se prever que a definição dos palanques paulistas se subordine a definição das candidaturas presidenciais, tanto da situação quanto da oposição.

 Com título eleitoral paulista na mão, Ciro tem duas cartas na manga: presidência ou governo de São Paulo. A disputa de Serra com Aécio ainda não acabou. Um exemplo das dificuldades no ninho dos tucanos: nesta semana, Zito, o prefeito de Duque de Caxias e presidente regional do PSDB do Rio, atacou Serra e declarou apoio a Aécio na briga interna.

Pelo lado do PT, o nome do problema é o candidato a vice-presidente. O favorito é o  PMDB de Michel Temer, que, inclusive, cobrou rapidez nas definições. A pressa, neste caso, pode empurrar Ciro as presidenciais.

É 2010 apenas começando.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

France Telecom: 24 suicídios em 18 meses


A France Telecom é uma empresa telefônica francesa com 100 mil funcionários. Embora privatizada em 2007, 26,7% das ações pertencem ao estado francês.

Essa empresa, presidida por Didier Lombardi (foto à esquerda) tem uma estatística macabra: 24 suicídios em apenas 18 meses.


Segundo Bernard Thibault, secretário-geral da CGT francesa, as causas do suicídio são um ambiente infernal nos locais de trabalho e a exigência de inalcancáveis metas individuais de produção.

Essa tragédia humana em um país do chamado primeiro mundo mostra a natureza cruel do capitalismo. Tratam os trabalhadores como carne de canhão, na busca por lucros máximos, considerando a vida humana uma mera mercadoria descartável.

Depois esses países querem ensinar os países da periferia do capitalismo a aplicar o chamado trabalho decente.

France Telecom: 24 suicídios em 18 meses

A France Telecom é uma empresa telefônica francesa com 100 mil funcionários. Embora privatizada em 2007, 26,7% das ações pertencem ao estado francês. Presidida por Didier Lombardi, tem uma estatística macabra: 24 suicídios em apenas 18 meses.

Segundo Bernard Thibault, secretário-geral da CGT francesa, as causas do suicídio são um ambiente infernal nos locais de trabalho e a exigência de inalcancáveis metas individuais de produção.

Essa tragédia humana em um país do " primeiro" mundo mostra a natureza cruel do capitalismo. Tratam os trabalhadores como carne de canhão, na busca por lucros máximos, considerando a vida humana uma mera mercadoria descartável.

Depois esses países querem ensinar os países da periferia do capitalismo a aplicar o chamado trabalho decente.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Dois golaços da CTB!

Na vitoriosa e progressiva trajetória da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, dois eventos na semana passada merecem o título acima. O 2º Encontro Nossa América e o 2º Congresso da CTB foram sucesso de público e de crítica.

O Encontro Nossa América unificou posições em torno de temas centrais e elevou seu nível de oganização. A partir de agora terá uma coordenação permanente, liderada pela PIT-CNT do Uruguai, com a estratégica participação da CTB, responsável direta pelo êxito desse 2º Encontro.

No mesmo dia em que se encerrava o Nuestra America, a CTB dava início ao seu 2º Congresso. Com representação de todos os estados e do Distrito Federal, a avaliação unânime é de que a CTB deu um salto de qualidade político e organizativo desde sua fundação, em dezembro de 2007.

Com ampla unidade nas questões programáticas e preservando seu caráter classista, democrático, plural e de luta, a CTB avança para ocupar um papel protagonista no sindicalismo brasileiro.

Recomendo uma visita ao Portal da CTB (www.portalctb.org.br) , para ter acesso a informações mais amplas sobre os dois eventos aqui assinalados.

Semana tensa para tucanos

Nem tudo são flores no ninho dos tucanos. A confirmação de que o vereador paulistano mais votado, Gabriel Chalita, deixou o PSDB e migrou para o PSB é a enésima demonstração de que Serra e Alckmin, definitivamente, são desafetos.

Chalita, como já se disse, é umbilicalmente ligado ao ex-governador Geraldo Alckmin, e sua mudança de partido revela o aguçamento das lutas intestinas no tucanato. Serra quer ser candidato a presidente, mas teme o seguinte enredo: volta de Alckmin ao governo e nova derrota serrista nos seus devaneios presidenciais.

A imprensa procura mostrar um falso ambiente de paz no reino dos tucanatos. Fotos sorridentes de Serra e Aécio em eventos nacionais do partido, "veto" à possibilidade do prefeito  Gilberto Kassab ser candidato ao governo, aparente consenso em torno do nome de Alckmin para o governo de São Paulo.

A manutenção do nome "in pectore" de Serra como pré-candidato, o chefe da Casa Civil Aloysio Nunes, e a saída do PSDB de um dos principais quadros alckimistas, mostram que a corrida de Serra para ser ungido candidato tem muitas cascas de banana no caminho.