Opiniões, comentários e notas sobre política, sindicalismo, economia, esporte, cultura e temas correlatos.
sábado, 2 de maio de 2009
Serra e Aécio
Outro dia eu postei que o namoro do PPS com Itamar Franco e a ideia de indicá-lo vice de Serra seria uma prova de que o cisma no ninho dos tucanos era bem forte. Ocorre que eu li uma matéria do Alon, em seu Blog, dizendo que essa costura tinha o aval de Aécio. Acho que ele tem razão, pelo que eu li nos jornais nos dias seguintes.
Final do Paulistão
Futebol é uma caixinha de surpresas, reza a lenda. Mas, convenhamos: o Corinthians, que precisa deum empate para manter a vantagem, ganhou por 3 a 1 do Santos e, agora, pode perder até por dois gols que conquista o título.
Não há caixinha de surpresas que possa reverter esse quadro. Só uma tragédia tirará o 26º título do Timão, na final de amanhã, no Pacaembu. Eu não acredito em bruxas, pero ...
Não há caixinha de surpresas que possa reverter esse quadro. Só uma tragédia tirará o 26º título do Timão, na final de amanhã, no Pacaembu. Eu não acredito em bruxas, pero ...
Primeiro de Maio
Há um falso dilema no ar: primeiro de maio com pouca gente e muita política ou muita gente e pouca política? Transformar esse dia de luta e reflexão em uma confraria de companheiros não é, na minha opinião, o melhor caminho. O ideal é associar a mobilização de massas - contando com o apelo popular, por exemplos, de artistas consagrados pelo público, com uma agenda política bem feita.
Para isso, a direção do ato precisa ficar sob a direção dos organizadores sindicais e não de empresas especializadas em grandes eventos musicais que procuram subordinar tudo aos humores (ou falta de) dos artistas e empresários do setor.
Aqui em São Paulo, o ano passado, fizemos um primeiro de maio meio chinfrin. Este ano, associados com a UGT e a NCST e uma nutrida grade musical, pudemos dialogar com 200 mil pessoas. Bem melhor, claro. Falta avançar em um esquema de difusão do nosso ideário classista de forma mais organizada e articulada.
Para isso, a direção do ato precisa ficar sob a direção dos organizadores sindicais e não de empresas especializadas em grandes eventos musicais que procuram subordinar tudo aos humores (ou falta de) dos artistas e empresários do setor.
Aqui em São Paulo, o ano passado, fizemos um primeiro de maio meio chinfrin. Este ano, associados com a UGT e a NCST e uma nutrida grade musical, pudemos dialogar com 200 mil pessoas. Bem melhor, claro. Falta avançar em um esquema de difusão do nosso ideário classista de forma mais organizada e articulada.
Serra e Aécio
Outro dia eu postei que o namoro do PPS com Itamar Franco e a ideia de indicá-lo vice de Serra seria uma prova de que o cisma no ninho dos tucanos era bem forte. Ocorre que eu li uma matéria do Alon, em seu Blog, dizendo que essa costura tinha o aval de Aécio. Acho que ele tem razão, pelo que eu li nos jornais nos dias seguintes.
Final do Paulistão
Futebol é uma caixinha de surpresas, reza a lenda. Mas, convenhamos: o Corinthians, que precisa deum empate para manter a vantagem, ganhou por 3 a 1 do Santos e, agora, pode perder até por dois gols que conquista o título.
Não há caixinha de surpresas que possa reverter esse quadro. Só uma tragédia tirará o 26º título do Timão, na final de amanhã, no Pacaembu. Eu não acredito em bruxas, pero ...
Não há caixinha de surpresas que possa reverter esse quadro. Só uma tragédia tirará o 26º título do Timão, na final de amanhã, no Pacaembu. Eu não acredito em bruxas, pero ...
Primeiro de Maio
Há um falso dilema no ar: primeiro de maio com pouca gente e muita política ou muita gente e pouca política? Transformar esse dia de luta e reflexão em uma confraria de companheiros não é, na minha opinião, o melhor caminho. O ideal é associar a mobilização de massas - contando com o apelo popular, por exemplos, de artistas consagrados pelo público, com uma agenda política bem feita.
Para isso, a direção do ato precisa ficar sob a direção dos organizadores sindicais e não de empresas especializadas em grandes eventos musicais que procuram subordinar tudo aos humores (ou falta de) dos artistas e empresários do setor.
Aqui em São Paulo, o ano passado, fizemos um primeiro de maio meio chinfrin. Este ano, associados com a UGT e a NCST e uma nutrida grade musical, pudemos dialogar com 200 mil pessoas. Bem melhor, claro. Falta avançar em um esquema de difusão do nosso ideário classista de forma mais organizada e articulada.
Para isso, a direção do ato precisa ficar sob a direção dos organizadores sindicais e não de empresas especializadas em grandes eventos musicais que procuram subordinar tudo aos humores (ou falta de) dos artistas e empresários do setor.
Aqui em São Paulo, o ano passado, fizemos um primeiro de maio meio chinfrin. Este ano, associados com a UGT e a NCST e uma nutrida grade musical, pudemos dialogar com 200 mil pessoas. Bem melhor, claro. Falta avançar em um esquema de difusão do nosso ideário classista de forma mais organizada e articulada.
quinta-feira, 30 de abril de 2009
Contradição
A derrota desta quarta-feira foi comemorada pela torcida do Corinthians e lamentada pela vitoriosa torcida do Atlético Paranaense. Pelo regulamento da Copa do Brasil, vale ouro o gol no campo adversário. Os 3 a 2, portanto, foi uma vitória de Pirro do time paranaense. Eu assisti o jgo em um local público de SP dividido, como é de praxe, em dois grandes campos: os pró e os anti-Corinthians.
Nosotros, os prós, saímos comemorando. A derrota serviu de alerta para a final de domingo. Vamos matar um leão de cada vez.
Nosotros, os prós, saímos comemorando. A derrota serviu de alerta para a final de domingo. Vamos matar um leão de cada vez.
quarta-feira, 29 de abril de 2009
Contradição
A derrota desta quarta-feira foi comemorada pela torcida do Corinthians e lamentada pela vitoriosa torcida do Atlético Paranaense. Pelo regulamento da Copa do Brasil, vale ouro o gol no campo adversário. Os 3 a 2, portanto, foi uma vitória de Pirro do time paranaense. Eu assisti o jgo em um local público de SP dividido, como é de praxe, em dois grandes campos: os pró e os anti-Corinthians.
Nosotros, os prós, saímos comemorando. A derrota serviu de alerta para a final de domingo. Vamos matar um leão de cada vez.
Nosotros, os prós, saímos comemorando. A derrota serviu de alerta para a final de domingo. Vamos matar um leão de cada vez.
Virgens de bordel
Alguns políticos brasileiros, oportunistas, querem ganhar popularidade posando de impolutos, campeões da ética e da moralidade. Submissos e cúmplices das campanhas da mídia para desqualificar a atuação política, eles até ganham uma certa aura de cidadãos acima de qualquer suspeita ... até que, eles próprios, caem nas armadilhas que montam.
O Fernando Gabeira foi um deles. Com a maior cara de pau, tentou fazer uma mea-culpa pelo uso abusivo das passagens aéreas. A mídia fez um malabarismo danado para dar ares de credibilidade ao neo-conservador Gabeira.
Já o presidente nacional do PPS, Roberto Freire, espécie de guardião nacional da moralidade, toda hora é pego com desatino. Esse cidadão morador de Recife integra o Conselho de Admnistração de uma estatal paulistana (Anhembi) e fatura R$ 7 mil por mês para participar de uma única reunião mensal. Ele diz que não tem nada a ver pagamento político do esquema Serra/Kassab. Deve ser verdade. O Sr. Freire deve ter notável saber em turismo, muito acima dos onze milhões de paulistanos.
Mas tem mais: agora ele foi identificado como um dos maiores farristas de passagens aéreas da Câmara Federal. Detalhe: ele usa as passagens mesmo sem mandato. Esse caradura devia se recolher e parar de querer dar aula de moral para os seus pares.
O ex-deputado federal do PSOL João Alfredo, hoje vereador em Fortaleza, diz no Estadão que está arrependido de ter bancado a família em vinte e quatro viagens com o dinheiro da Câmara. Depois das vinte e quatro viagens ele se arrependeu, parece piada!
Já o presidente de honra do PSDB, Fernando Henrique Cardoso, vive o constrangimento público de ver sua filha, Luciana Cardoso, funcionária-fantasma, R$ 7 mil por mês, no gabinete do senador Heráclito não sei das quantas, DEM/PI, sofrer execreção pública. A moça teve que demitir-se por que odiava a bagunça do Senado e preferia trabalhar em casa, longe dos holofotes. Muito bem, dona Luciana.
Digo tudo isso por achar uma vergonha que a mídia brasileira, em meio a maior e mais grave crise do capitalismo, gaste toneladas de papel e tinta só para discutir essas mesquinharias. E a oposição, por não ter programa ou propostas de fôlego para o país, se nutre dessas pequenas podridões para tentar engabelar o povão.
Por isso vale a pena vê-los chafurdar na lama da pocilga que eles tanto dizem combater.
O Fernando Gabeira foi um deles. Com a maior cara de pau, tentou fazer uma mea-culpa pelo uso abusivo das passagens aéreas. A mídia fez um malabarismo danado para dar ares de credibilidade ao neo-conservador Gabeira.
Já o presidente nacional do PPS, Roberto Freire, espécie de guardião nacional da moralidade, toda hora é pego com desatino. Esse cidadão morador de Recife integra o Conselho de Admnistração de uma estatal paulistana (Anhembi) e fatura R$ 7 mil por mês para participar de uma única reunião mensal. Ele diz que não tem nada a ver pagamento político do esquema Serra/Kassab. Deve ser verdade. O Sr. Freire deve ter notável saber em turismo, muito acima dos onze milhões de paulistanos.
Mas tem mais: agora ele foi identificado como um dos maiores farristas de passagens aéreas da Câmara Federal. Detalhe: ele usa as passagens mesmo sem mandato. Esse caradura devia se recolher e parar de querer dar aula de moral para os seus pares.
O ex-deputado federal do PSOL João Alfredo, hoje vereador em Fortaleza, diz no Estadão que está arrependido de ter bancado a família em vinte e quatro viagens com o dinheiro da Câmara. Depois das vinte e quatro viagens ele se arrependeu, parece piada!
Já o presidente de honra do PSDB, Fernando Henrique Cardoso, vive o constrangimento público de ver sua filha, Luciana Cardoso, funcionária-fantasma, R$ 7 mil por mês, no gabinete do senador Heráclito não sei das quantas, DEM/PI, sofrer execreção pública. A moça teve que demitir-se por que odiava a bagunça do Senado e preferia trabalhar em casa, longe dos holofotes. Muito bem, dona Luciana.
Digo tudo isso por achar uma vergonha que a mídia brasileira, em meio a maior e mais grave crise do capitalismo, gaste toneladas de papel e tinta só para discutir essas mesquinharias. E a oposição, por não ter programa ou propostas de fôlego para o país, se nutre dessas pequenas podridões para tentar engabelar o povão.
Por isso vale a pena vê-los chafurdar na lama da pocilga que eles tanto dizem combater.
Virgens de bordel
Alguns políticos brasileiros, oportunistas, querem ganhar popularidade posando de impolutos, campeões da ética e da moralidade. Submissos e cúmplices das campanhas da mídia para desqualificar a atuação política, eles até ganham uma certa aura de cidadãos acima de qualquer suspeita ... até que, eles próprios, caem nas armadilhas que montam.
O Fernando Gabeira foi um deles. Com a maior cara de pau, tentou fazer uma mea-culpa pelo uso abusivo das passagens aéreas. A mídia fez um malabarismo danado para dar ares de credibilidade ao neo-conservador Gabeira.
Já o presidente nacional do PPS, Roberto Freire, espécie de guardião nacional da moralidade, toda hora é pego com desatino. Esse cidadão morador de Recife integra o Conselho de Admnistração de uma estatal paulistana (Anhembi) e fatura R$ 7 mil por mês para participar de uma única reunião mensal. Ele diz que não tem nada a ver pagamento político do esquema Serra/Kassab. Deve ser verdade. O Sr. Freire deve ter notável saber em turismo, muito acima dos onze milhões de paulistanos.
Mas tem mais: agora ele foi identificado como um dos maiores farristas de passagens aéreas da Câmara Federal. Detalhe: ele usa as passagens mesmo sem mandato. Esse caradura devia se recolher e parar de querer dar aula de moral para os seus pares.
O ex-deputado federal do PSOL João Alfredo, hoje vereador em Fortaleza, diz no Estadão que está arrependido de ter bancado a família em vinte e quatro viagens com o dinheiro da Câmara. Depois das vinte e quatro viagens ele se arrependeu, parece piada!
Já o presidente de honra do PSDB, Fernando Henrique Cardoso, vive o constrangimento público de ver sua filha, Luciana Cardoso, funcionária-fantasma, R$ 7 mil por mês, no gabinete do senador Heráclito não sei das quantas, DEM/PI, sofrer execreção pública. A moça teve que demitir-se por que odiava a bagunça do Senado e preferia trabalhar em casa, longe dos holofotes. Muito bem, dona Luciana.
Digo tudo isso por achar uma vergonha que a mídia brasileira, em meio a maior e mais grave crise do capitalismo, gaste toneladas de papel e tinta só para discutir essas mesquinharias. E a oposição, por não ter programa ou propostas de fôlego para o país, se nutre dessas pequenas podridões para tentar engabelar o povão.
Por isso vale a pena vê-los chafurdar na lama da pocilga que eles tanto dizem combater.
O Fernando Gabeira foi um deles. Com a maior cara de pau, tentou fazer uma mea-culpa pelo uso abusivo das passagens aéreas. A mídia fez um malabarismo danado para dar ares de credibilidade ao neo-conservador Gabeira.
Já o presidente nacional do PPS, Roberto Freire, espécie de guardião nacional da moralidade, toda hora é pego com desatino. Esse cidadão morador de Recife integra o Conselho de Admnistração de uma estatal paulistana (Anhembi) e fatura R$ 7 mil por mês para participar de uma única reunião mensal. Ele diz que não tem nada a ver pagamento político do esquema Serra/Kassab. Deve ser verdade. O Sr. Freire deve ter notável saber em turismo, muito acima dos onze milhões de paulistanos.
Mas tem mais: agora ele foi identificado como um dos maiores farristas de passagens aéreas da Câmara Federal. Detalhe: ele usa as passagens mesmo sem mandato. Esse caradura devia se recolher e parar de querer dar aula de moral para os seus pares.
O ex-deputado federal do PSOL João Alfredo, hoje vereador em Fortaleza, diz no Estadão que está arrependido de ter bancado a família em vinte e quatro viagens com o dinheiro da Câmara. Depois das vinte e quatro viagens ele se arrependeu, parece piada!
Já o presidente de honra do PSDB, Fernando Henrique Cardoso, vive o constrangimento público de ver sua filha, Luciana Cardoso, funcionária-fantasma, R$ 7 mil por mês, no gabinete do senador Heráclito não sei das quantas, DEM/PI, sofrer execreção pública. A moça teve que demitir-se por que odiava a bagunça do Senado e preferia trabalhar em casa, longe dos holofotes. Muito bem, dona Luciana.
Digo tudo isso por achar uma vergonha que a mídia brasileira, em meio a maior e mais grave crise do capitalismo, gaste toneladas de papel e tinta só para discutir essas mesquinharias. E a oposição, por não ter programa ou propostas de fôlego para o país, se nutre dessas pequenas podridões para tentar engabelar o povão.
Por isso vale a pena vê-los chafurdar na lama da pocilga que eles tanto dizem combater.
terça-feira, 28 de abril de 2009
Pensando alto
O fim da História de Francis Fukuyama e a Nova Ordem Mundial de Bush pai (fim da década de 80 e início da década de 90 do século passado), proclamados diante dos escombros do Muro de Berlim, deixou-nos os advogados do socialismo na defensiva. Isso é um fato.
Outro fato é que, vinte anos depois, como reconhecem os próprios ideólogos do liberalismo, a atual crise do capitalismo representa um duro golpe nos dogmas da turma do Consenso de Washington. No limite, o jogo está empatado do ponto de vista da luta de ideias.
Quem melhor dissecou o capitalismo, a inevitabilidade das crises desse sistema e a necessidade histórica de superá-lo foi Marx. Logo, estudar Marx ajuda a compreender melhor o problema, 50% do caminho a ser percorrido.
Os outros quinhentos é cantar "que alegria, que alegria, estou preparando o funeral da burguesia!", como cantaram os delegados gaúchos em um dos congressos partidários.
Avancemos. No escravismo e no feudalismo, modos de produção anteriores ao capitalismo, o explorador consumia a massa de produto excedente dos produtores diretos. Não havia, como regra, acumulação.
No capitalismo, a mais-valia (a parte do trabalho não remunerada), é investida na produção, processo que gera a acumulação de capital. Os capitalistas não produzem para si, mas para o mercado. Dependem, cada vez mais, de demanda equivalente à produção crescente.
Devido à concorrência no mercado, eles buscam aumentar a produtividade para vender suas mercadorias em melhores condições do que os rivais. Para tanto, investem bem mais em capital constante (meios de produção: máquinas, equipamentos, terrenos) do que em capital variável (empregado para a aquisição da força de trabalho).
O capital constante transfere mas não agrega valor ao produto final. Quem agrega valor é uma mercadoria especial chamada força-de-trabalho. Ocorre que o capital constante cresce em progressão geométrica e o capital variável em progressão aritmética. As inovações tecnológicas e os novos métodos produtivos que substituem o trabalho humano são exemplos práticos disso.
O capitalista busca sempre o lucro máximo. Ocorre que quanto maior a produtividade, menor é o lucro. Parece uma contradição, mas não é. A produtividade está associada fundamentalmente ao capital constante, não ao variável.
O aumento da produtividade garante lucros imediatos para uma fração da burguesia, mas no conjunto o que se tem é uma tendência à queda da taxa de lucros, já que o lucro é originário, como se sabe, da mais-valia, e a mais-valia é obtida com a exploração da força de trabalho, com o trabalho humano.
Se se diminui a composição orgânica do capital (mais capital constante e menos capital variável), inevitavelmente se diminui a massa de força de trabalho sobre a qual se extrai mais-valia. Essa assimetria é que dá base à queda na taxa de lucros.
Um assunto mais complicado é o que trata do capital financeiro (capital portador de juros). Destaco apenas que uma parte desse capital é o capital fictício, que não tem correspondência na produção, na economia real. O lucro obtido na forma de juros é exacerbado e se chega ao paroxismo.
O capital fictício cresce tanto que não há mais-valia para sua realização. Os derivativos são famosos exemplos disso. Em dezembro de 2007, segundo o Banco de Compensações Internacionais, os derivativos somavam US$ 516 trilhões, dez vezes mais que o PIB mundial!
De um lado a produção aumenta exponencialmente, atingindo um volume maior do que a capacidade de consumo, sobretudo de bens de produção. De outro, a elevação monumental do capital fictício. Esses dois fatores combinados provocam um curto-circuito no sistema e detona crise.
A desconfinaça nos papeis, a retração do crédito, a superprodução, tudo, enfim, exigirá uma enorme destruição de capital, hoje quantificados em inacreditáveis trilhões de dólares! Todos são atingidos pela crise, mas de forma desigual e assimétrica.
Parcela da burguesia, com a liquidação dos concorrentes, até ganha com a crise. Exemplo: se a Sadia quebra, como parece que vai acontecer, a Perdigão leva vantagem. Já para os trabalhadores não há ganho, só perdas: de emprego, de salário e de direitos.
Minhas limitações teóricas, neste ponto, atingem o apogeu. Creio até que algumas formulações precisariam ser mais claras, alguns conceitos talvez demandem uma melhor definição. Agradeço quem, com mais propriedade, possa preencher essas lacunas.
Mas o ponto que me pertuba mesmo é o seguinte: as crises por si só não derrubam o capitalismo. Elas são os fatores objetivos. Sem os fatores subjetivos (consciência, organização e mobilização) não se inicia a jornada para um novo modo de produção.
Como alguém disse, o capitalismo precisa de um coveiro para enterrá-lo, sem o que ele retoma sua trajetória, como fênix.
As palavras de ordem de propaganda ganham vigor novo. Hoje, o socialismo já não é coisa de dinossauros, faz parte do debate. Combinar essa perspectiva estratégica com uma agenda de medidas imediatas e mediatas é o desafio para acumular forças, conquistar hegemonia, edificar um novo poder. Em uma frase: empreender o caminhoda transição ao socialismo.
Outro fato é que, vinte anos depois, como reconhecem os próprios ideólogos do liberalismo, a atual crise do capitalismo representa um duro golpe nos dogmas da turma do Consenso de Washington. No limite, o jogo está empatado do ponto de vista da luta de ideias.
Quem melhor dissecou o capitalismo, a inevitabilidade das crises desse sistema e a necessidade histórica de superá-lo foi Marx. Logo, estudar Marx ajuda a compreender melhor o problema, 50% do caminho a ser percorrido.
Os outros quinhentos é cantar "que alegria, que alegria, estou preparando o funeral da burguesia!", como cantaram os delegados gaúchos em um dos congressos partidários.
Avancemos. No escravismo e no feudalismo, modos de produção anteriores ao capitalismo, o explorador consumia a massa de produto excedente dos produtores diretos. Não havia, como regra, acumulação.
No capitalismo, a mais-valia (a parte do trabalho não remunerada), é investida na produção, processo que gera a acumulação de capital. Os capitalistas não produzem para si, mas para o mercado. Dependem, cada vez mais, de demanda equivalente à produção crescente.
Devido à concorrência no mercado, eles buscam aumentar a produtividade para vender suas mercadorias em melhores condições do que os rivais. Para tanto, investem bem mais em capital constante (meios de produção: máquinas, equipamentos, terrenos) do que em capital variável (empregado para a aquisição da força de trabalho).
O capital constante transfere mas não agrega valor ao produto final. Quem agrega valor é uma mercadoria especial chamada força-de-trabalho. Ocorre que o capital constante cresce em progressão geométrica e o capital variável em progressão aritmética. As inovações tecnológicas e os novos métodos produtivos que substituem o trabalho humano são exemplos práticos disso.
O capitalista busca sempre o lucro máximo. Ocorre que quanto maior a produtividade, menor é o lucro. Parece uma contradição, mas não é. A produtividade está associada fundamentalmente ao capital constante, não ao variável.
O aumento da produtividade garante lucros imediatos para uma fração da burguesia, mas no conjunto o que se tem é uma tendência à queda da taxa de lucros, já que o lucro é originário, como se sabe, da mais-valia, e a mais-valia é obtida com a exploração da força de trabalho, com o trabalho humano.
Se se diminui a composição orgânica do capital (mais capital constante e menos capital variável), inevitavelmente se diminui a massa de força de trabalho sobre a qual se extrai mais-valia. Essa assimetria é que dá base à queda na taxa de lucros.
Um assunto mais complicado é o que trata do capital financeiro (capital portador de juros). Destaco apenas que uma parte desse capital é o capital fictício, que não tem correspondência na produção, na economia real. O lucro obtido na forma de juros é exacerbado e se chega ao paroxismo.
O capital fictício cresce tanto que não há mais-valia para sua realização. Os derivativos são famosos exemplos disso. Em dezembro de 2007, segundo o Banco de Compensações Internacionais, os derivativos somavam US$ 516 trilhões, dez vezes mais que o PIB mundial!
De um lado a produção aumenta exponencialmente, atingindo um volume maior do que a capacidade de consumo, sobretudo de bens de produção. De outro, a elevação monumental do capital fictício. Esses dois fatores combinados provocam um curto-circuito no sistema e detona crise.
A desconfinaça nos papeis, a retração do crédito, a superprodução, tudo, enfim, exigirá uma enorme destruição de capital, hoje quantificados em inacreditáveis trilhões de dólares! Todos são atingidos pela crise, mas de forma desigual e assimétrica.
Parcela da burguesia, com a liquidação dos concorrentes, até ganha com a crise. Exemplo: se a Sadia quebra, como parece que vai acontecer, a Perdigão leva vantagem. Já para os trabalhadores não há ganho, só perdas: de emprego, de salário e de direitos.
Minhas limitações teóricas, neste ponto, atingem o apogeu. Creio até que algumas formulações precisariam ser mais claras, alguns conceitos talvez demandem uma melhor definição. Agradeço quem, com mais propriedade, possa preencher essas lacunas.
Mas o ponto que me pertuba mesmo é o seguinte: as crises por si só não derrubam o capitalismo. Elas são os fatores objetivos. Sem os fatores subjetivos (consciência, organização e mobilização) não se inicia a jornada para um novo modo de produção.
Como alguém disse, o capitalismo precisa de um coveiro para enterrá-lo, sem o que ele retoma sua trajetória, como fênix.
As palavras de ordem de propaganda ganham vigor novo. Hoje, o socialismo já não é coisa de dinossauros, faz parte do debate. Combinar essa perspectiva estratégica com uma agenda de medidas imediatas e mediatas é o desafio para acumular forças, conquistar hegemonia, edificar um novo poder. Em uma frase: empreender o caminhoda transição ao socialismo.
Cabo da Boa Esperança
Quinta-feira da semana passada (23), eu recebi a visita da minha rinite alérgica velha de guerra. Desta vez, no entanto, além dos espirros e da congestão nasal, eu senti uma certa obstrução respiratória, sintoma parecido com a apneia.
Às cinco da manhã!, com insônia, resolvi ir a um otorrino. Ele disse que o ar seco e poluído de São Paulo potencializa a rinite. Receitou-me apenas o "Nasacort", em cuja bula se lê que tal medicamento "(triancilona acetonida) é um poderoso antialérgico indicado para o tratamento das rinites alérgicas sazonal e perene..."
Dia seguinte fui à Fortaleza. O forte ar condicionado do hotel em contraposição ao calor cearense me derrubou de vez. Voltei para São Paulo na tarde de domingo, convalescendo da rinite e nocauteado pela gripe.
Pensei que estava dobrando o Cabo da Boa Esperança - aquele período da vida em que tudo começa a dar errado - quando soube, ainda no Aeroporto, que o Corinthians metera três no Santos, dois dos quais obras-primas do Fenômeno.
Em vez de declamar "Perdi o bonde e a esperança, volto pálido para casa...", de Drumond, socorri-me em Fernando Pessoa, para o qual "Tudo vale a pena se a alma não é pequena". E a alma dos corintianos tem o tamanho do mundo.
Às cinco da manhã!, com insônia, resolvi ir a um otorrino. Ele disse que o ar seco e poluído de São Paulo potencializa a rinite. Receitou-me apenas o "Nasacort", em cuja bula se lê que tal medicamento "(triancilona acetonida) é um poderoso antialérgico indicado para o tratamento das rinites alérgicas sazonal e perene..."
Dia seguinte fui à Fortaleza. O forte ar condicionado do hotel em contraposição ao calor cearense me derrubou de vez. Voltei para São Paulo na tarde de domingo, convalescendo da rinite e nocauteado pela gripe.
Pensei que estava dobrando o Cabo da Boa Esperança - aquele período da vida em que tudo começa a dar errado - quando soube, ainda no Aeroporto, que o Corinthians metera três no Santos, dois dos quais obras-primas do Fenômeno.
Em vez de declamar "Perdi o bonde e a esperança, volto pálido para casa...", de Drumond, socorri-me em Fernando Pessoa, para o qual "Tudo vale a pena se a alma não é pequena". E a alma dos corintianos tem o tamanho do mundo.
Uai
O Estadão noticia que o PPS namora Itamar Franco para indicá-lo vice na chapa do Serra. Como o PPS está mais do que fechado com o PSDB, pode-se concluir que:
1. Aécio é mesmo uma pedra no sapato do Serra; e
2. Para evitar o mal maior, o governador paulista e seus aliados buscam alternativas para evitar um estouro da boiada no poderoso colégio eleitoral mineiro.
1. Aécio é mesmo uma pedra no sapato do Serra; e
2. Para evitar o mal maior, o governador paulista e seus aliados buscam alternativas para evitar um estouro da boiada no poderoso colégio eleitoral mineiro.
Pensando alto
O fim da História de Francis Fukuyama e a Nova Ordem Mundial de Bush pai (fim da década de 80 e início da década de 90 do século passado), proclamados diante dos escombros do Muro de Berlim, deixou-nos os advogados do socialismo na defensiva. Isso é um fato.
Outro fato é que, vinte anos depois, como reconhecem os próprios ideólogos do liberalismo, a atual crise do capitalismo representa um duro golpe nos dogmas da turma do Consenso de Washington. No limite, o jogo está empatado do ponto de vista da luta de ideias.
Quem melhor dissecou o capitalismo, a inevitabilidade das crises desse sistema e a necessidade histórica de superá-lo foi Marx. Logo, estudar Marx ajuda a compreender melhor o problema, 50% do caminho a ser percorrido.
Os outros quinhentos é cantar "que alegria, que alegria, estou preparando o funeral da burguesia!", como cantaram os delegados gaúchos em um dos congressos partidários.
Avancemos. No escravismo e no feudalismo, modos de produção anteriores ao capitalismo, o explorador consumia a massa de produto excedente dos produtores diretos. Não havia, como regra, acumulação.
No capitalismo, a mais-valia (a parte do trabalho não remunerada), é investida na produção, processo que gera a acumulação de capital. Os capitalistas não produzem para si, mas para o mercado. Dependem, cada vez mais, de demanda equivalente à produção crescente.
Devido à concorrência no mercado, eles buscam aumentar a produtividade para vender suas mercadorias em melhores condições do que os rivais. Para tanto, investem bem mais em capital constante (meios de produção: máquinas, equipamentos, terrenos) do que em capital variável (empregado para a aquisição da força de trabalho).
O capital constante transfere mas não agrega valor ao produto final. Quem agrega valor é uma mercadoria especial chamada força-de-trabalho. Ocorre que o capital constante cresce em progressão geométrica e o capital variável em progressão aritmética. As inovações tecnológicas e os novos métodos produtivos que substituem o trabalho humano são exemplos práticos disso.
O capitalista busca sempre o lucro máximo. Ocorre que quanto maior a produtividade, menor é o lucro. Parece uma contradição, mas não é. A produtividade está associada fundamentalmente ao capital constante, não ao variável.
O aumento da produtividade garante lucros imediatos para uma fração da burguesia, mas no conjunto o que se tem é uma tendência à queda da taxa de lucros, já que o lucro é originário, como se sabe, da mais-valia, e a mais-valia é obtida com a exploração da força de trabalho, com o trabalho humano.
Se se diminui a composição orgânica do capital (mais capital constante e menos capital variável), inevitavelmente se diminui a massa de força de trabalho sobre a qual se extrai mais-valia. Essa assimetria é que dá base à queda na taxa de lucros.
Um assunto mais complicado é o que trata do capital financeiro (capital portador de juros). Destaco apenas que uma parte desse capital é o capital fictício, que não tem correspondência na produção, na economia real. O lucro obtido na forma de juros é exacerbado e se chega ao paroxismo.
O capital fictício cresce tanto que não há mais-valia para sua realização. Os derivativos são famosos exemplos disso. Em dezembro de 2007, segundo o Banco de Compensações Internacionais, os derivativos somavam US$ 516 trilhões, dez vezes mais que o PIB mundial!
De um lado a produção aumenta exponencialmente, atingindo um volume maior do que a capacidade de consumo, sobretudo de bens de produção. De outro, a elevação monumental do capital fictício. Esses dois fatores combinados provocam um curto-circuito no sistema e detona crise.
A desconfinaça nos papeis, a retração do crédito, a superprodução, tudo, enfim, exigirá uma enorme destruição de capital, hoje quantificados em inacreditáveis trilhões de dólares! Todos são atingidos pela crise, mas de forma desigual e assimétrica.
Parcela da burguesia, com a liquidação dos concorrentes, até ganha com a crise. Exemplo: se a Sadia quebra, como parece que vai acontecer, a Perdigão leva vantagem. Já para os trabalhadores não há ganho, só perdas: de emprego, de salário e de direitos.
Minhas limitações teóricas, neste ponto, atingem o apogeu. Creio até que algumas formulações precisariam ser mais claras, alguns conceitos talvez demandem uma melhor definição. Agradeço quem, com mais propriedade, possa preencher essas lacunas.
Mas o ponto que me pertuba mesmo é o seguinte: as crises por si só não derrubam o capitalismo. Elas são os fatores objetivos. Sem os fatores subjetivos (consciência, organização e mobilização) não se inicia a jornada para um novo modo de produção.
Como alguém disse, o capitalismo precisa de um coveiro para enterrá-lo, sem o que ele retoma sua trajetória, como fênix.
As palavras de ordem de propaganda ganham vigor novo. Hoje, o socialismo já não é coisa de dinossauros, faz parte do debate. Combinar essa perspectiva estratégica com uma agenda de medidas imediatas e mediatas é o desafio para acumular forças, conquistar hegemonia, edificar um novo poder. Em uma frase: empreender o caminhoda transição ao socialismo.
Outro fato é que, vinte anos depois, como reconhecem os próprios ideólogos do liberalismo, a atual crise do capitalismo representa um duro golpe nos dogmas da turma do Consenso de Washington. No limite, o jogo está empatado do ponto de vista da luta de ideias.
Quem melhor dissecou o capitalismo, a inevitabilidade das crises desse sistema e a necessidade histórica de superá-lo foi Marx. Logo, estudar Marx ajuda a compreender melhor o problema, 50% do caminho a ser percorrido.
Os outros quinhentos é cantar "que alegria, que alegria, estou preparando o funeral da burguesia!", como cantaram os delegados gaúchos em um dos congressos partidários.
Avancemos. No escravismo e no feudalismo, modos de produção anteriores ao capitalismo, o explorador consumia a massa de produto excedente dos produtores diretos. Não havia, como regra, acumulação.
No capitalismo, a mais-valia (a parte do trabalho não remunerada), é investida na produção, processo que gera a acumulação de capital. Os capitalistas não produzem para si, mas para o mercado. Dependem, cada vez mais, de demanda equivalente à produção crescente.
Devido à concorrência no mercado, eles buscam aumentar a produtividade para vender suas mercadorias em melhores condições do que os rivais. Para tanto, investem bem mais em capital constante (meios de produção: máquinas, equipamentos, terrenos) do que em capital variável (empregado para a aquisição da força de trabalho).
O capital constante transfere mas não agrega valor ao produto final. Quem agrega valor é uma mercadoria especial chamada força-de-trabalho. Ocorre que o capital constante cresce em progressão geométrica e o capital variável em progressão aritmética. As inovações tecnológicas e os novos métodos produtivos que substituem o trabalho humano são exemplos práticos disso.
O capitalista busca sempre o lucro máximo. Ocorre que quanto maior a produtividade, menor é o lucro. Parece uma contradição, mas não é. A produtividade está associada fundamentalmente ao capital constante, não ao variável.
O aumento da produtividade garante lucros imediatos para uma fração da burguesia, mas no conjunto o que se tem é uma tendência à queda da taxa de lucros, já que o lucro é originário, como se sabe, da mais-valia, e a mais-valia é obtida com a exploração da força de trabalho, com o trabalho humano.
Se se diminui a composição orgânica do capital (mais capital constante e menos capital variável), inevitavelmente se diminui a massa de força de trabalho sobre a qual se extrai mais-valia. Essa assimetria é que dá base à queda na taxa de lucros.
Um assunto mais complicado é o que trata do capital financeiro (capital portador de juros). Destaco apenas que uma parte desse capital é o capital fictício, que não tem correspondência na produção, na economia real. O lucro obtido na forma de juros é exacerbado e se chega ao paroxismo.
O capital fictício cresce tanto que não há mais-valia para sua realização. Os derivativos são famosos exemplos disso. Em dezembro de 2007, segundo o Banco de Compensações Internacionais, os derivativos somavam US$ 516 trilhões, dez vezes mais que o PIB mundial!
De um lado a produção aumenta exponencialmente, atingindo um volume maior do que a capacidade de consumo, sobretudo de bens de produção. De outro, a elevação monumental do capital fictício. Esses dois fatores combinados provocam um curto-circuito no sistema e detona crise.
A desconfinaça nos papeis, a retração do crédito, a superprodução, tudo, enfim, exigirá uma enorme destruição de capital, hoje quantificados em inacreditáveis trilhões de dólares! Todos são atingidos pela crise, mas de forma desigual e assimétrica.
Parcela da burguesia, com a liquidação dos concorrentes, até ganha com a crise. Exemplo: se a Sadia quebra, como parece que vai acontecer, a Perdigão leva vantagem. Já para os trabalhadores não há ganho, só perdas: de emprego, de salário e de direitos.
Minhas limitações teóricas, neste ponto, atingem o apogeu. Creio até que algumas formulações precisariam ser mais claras, alguns conceitos talvez demandem uma melhor definição. Agradeço quem, com mais propriedade, possa preencher essas lacunas.
Mas o ponto que me pertuba mesmo é o seguinte: as crises por si só não derrubam o capitalismo. Elas são os fatores objetivos. Sem os fatores subjetivos (consciência, organização e mobilização) não se inicia a jornada para um novo modo de produção.
Como alguém disse, o capitalismo precisa de um coveiro para enterrá-lo, sem o que ele retoma sua trajetória, como fênix.
As palavras de ordem de propaganda ganham vigor novo. Hoje, o socialismo já não é coisa de dinossauros, faz parte do debate. Combinar essa perspectiva estratégica com uma agenda de medidas imediatas e mediatas é o desafio para acumular forças, conquistar hegemonia, edificar um novo poder. Em uma frase: empreender o caminhoda transição ao socialismo.
Cabo da Boa Esperança
Quinta-feira da semana passada (23), eu recebi a visita da minha rinite alérgica velha de guerra. Desta vez, no entanto, além dos espirros e da congestão nasal, eu senti uma certa obstrução respiratória, sintoma parecido com a apneia.
Às cinco da manhã!, com insônia, resolvi ir a um otorrino. Ele disse que o ar seco e poluído de São Paulo potencializa a rinite. Receitou-me apenas o "Nasacort", em cuja bula se lê que tal medicamento "(triancilona acetonida) é um poderoso antialérgico indicado para o tratamento das rinites alérgicas sazonal e perene..."
Dia seguinte fui à Fortaleza. O forte ar condicionado do hotel em contraposição ao calor cearense me derrubou de vez. Voltei para São Paulo na tarde de domingo, convalescendo da rinite e nocauteado pela gripe.
Pensei que estava dobrando o Cabo da Boa Esperança - aquele período da vida em que tudo começa a dar errado - quando soube, ainda no Aeroporto, que o Corinthians metera três no Santos, dois dos quais obras-primas do Fenômeno.
Em vez de declamar "Perdi o bonde e a esperança, volto pálido para casa...", de Drumond, socorri-me em Fernando Pessoa, para o qual "Tudo vale a pena se a alma não é pequena". E a alma dos corintianos tem o tamanho do mundo.
Às cinco da manhã!, com insônia, resolvi ir a um otorrino. Ele disse que o ar seco e poluído de São Paulo potencializa a rinite. Receitou-me apenas o "Nasacort", em cuja bula se lê que tal medicamento "(triancilona acetonida) é um poderoso antialérgico indicado para o tratamento das rinites alérgicas sazonal e perene..."
Dia seguinte fui à Fortaleza. O forte ar condicionado do hotel em contraposição ao calor cearense me derrubou de vez. Voltei para São Paulo na tarde de domingo, convalescendo da rinite e nocauteado pela gripe.
Pensei que estava dobrando o Cabo da Boa Esperança - aquele período da vida em que tudo começa a dar errado - quando soube, ainda no Aeroporto, que o Corinthians metera três no Santos, dois dos quais obras-primas do Fenômeno.
Em vez de declamar "Perdi o bonde e a esperança, volto pálido para casa...", de Drumond, socorri-me em Fernando Pessoa, para o qual "Tudo vale a pena se a alma não é pequena". E a alma dos corintianos tem o tamanho do mundo.
Uai
O Estadão noticia que o PPS namora Itamar Franco para indicá-lo vice na chapa do Serra. Como o PPS está mais do que fechado com o PSDB, pode-se concluir que:
1. Aécio é mesmo uma pedra no sapato do Serra; e
2. Para evitar o mal maior, o governador paulista e seus aliados buscam alternativas para evitar um estouro da boiada no poderoso colégio eleitoral mineiro.
1. Aécio é mesmo uma pedra no sapato do Serra; e
2. Para evitar o mal maior, o governador paulista e seus aliados buscam alternativas para evitar um estouro da boiada no poderoso colégio eleitoral mineiro.
segunda-feira, 27 de abril de 2009
Crise do capitalismo
Karl Marx demonstrou que a própria lógica de funcionamento do capitalismo provoca crises. Superprodução, tendência de queda na taxa de lucros, e por aí vai. A emergência dessa nova crise, a maior de todas, ratifica os ensinamentos de Marx.
Tudo bem, mas o que nós precisamos compreender melhor não são as causas e as explicações da crise, que pululam aos borbotões. O grande dilema é sobre as saídas para a crise, como avançar para romper com esse sistema, quais são as medidas emergenciais e estruturais que jogam água na acumulação de forças para reverter o quadro, conquistar a hegemonia e abrir caminho para a transição socialista.
Nesta área é que residem, na minha compreensão, as grandes insuficiências do debate contemporâneo. Frases como "não há saída keynesiana para a atual crise" ou a de que "essa crise não tem solução nos marcos do próprio capitalismo" parecem indicar que essa é a "última" crise do capitalismo e que o socialismo se apresenta como alternativa imediata.
Essa lacuna analítica parece indicar aquilo que um dia João Amazonas disse sobre a insuficiência teórica da atual geração de marxistas.
Tudo bem, mas o que nós precisamos compreender melhor não são as causas e as explicações da crise, que pululam aos borbotões. O grande dilema é sobre as saídas para a crise, como avançar para romper com esse sistema, quais são as medidas emergenciais e estruturais que jogam água na acumulação de forças para reverter o quadro, conquistar a hegemonia e abrir caminho para a transição socialista.
Nesta área é que residem, na minha compreensão, as grandes insuficiências do debate contemporâneo. Frases como "não há saída keynesiana para a atual crise" ou a de que "essa crise não tem solução nos marcos do próprio capitalismo" parecem indicar que essa é a "última" crise do capitalismo e que o socialismo se apresenta como alternativa imediata.
Essa lacuna analítica parece indicar aquilo que um dia João Amazonas disse sobre a insuficiência teórica da atual geração de marxistas.
Ronaldo
Provérbio chinês: se um cavalo ganha uma vez, é sorte; se ganha a segunda, é coincidência; se ganha a terceira, aposte nele.
Para aqueles (e aquelas!) profetas do apocalipse que vaticinaram o fim do Fenômeno, nada como um dia depois do outro. Para quem gosta de futebol, para além das paixões clubísticas, é sempre um prazer renovado ver como Ronaldo joga.
Crise do capitalismo
Karl Marx demonstrou que a própria lógica de funcionamento do capitalismo provoca crises. Superprodução, tendência de queda na taxa de lucros, e por aí vai. A emergência dessa nova crise, a maior de todas, ratifica os ensinamentos de Marx.
Tudo bem, mas o que nós precisamos compreender melhor não são as causas e as explicações da crise, que pululam aos borbotões. O grande dilema é sobre as saídas para a crise, como avançar para romper com esse sistema, quais são as medidas emergenciais e estruturais que jogam água na acumulação de forças para reverter o quadro, conquistar a hegemonia e abrir caminho para a transição socialista.
Nesta área é que residem, na minha compreensão, as grandes insuficiências do debate contemporâneo. Frases como "não há saída keynesiana para a atual crise" ou a de que "essa crise não tem solução nos marcos do próprio capitalismo" parecem indicar que essa é a "última" crise do capitalismo e que o socialismo se apresenta como alternativa imediata.
Essa lacuna analítica parece indicar aquilo que um dia João Amazonas disse sobre a insuficiência teórica da atual geração de marxistas.
Tudo bem, mas o que nós precisamos compreender melhor não são as causas e as explicações da crise, que pululam aos borbotões. O grande dilema é sobre as saídas para a crise, como avançar para romper com esse sistema, quais são as medidas emergenciais e estruturais que jogam água na acumulação de forças para reverter o quadro, conquistar a hegemonia e abrir caminho para a transição socialista.
Nesta área é que residem, na minha compreensão, as grandes insuficiências do debate contemporâneo. Frases como "não há saída keynesiana para a atual crise" ou a de que "essa crise não tem solução nos marcos do próprio capitalismo" parecem indicar que essa é a "última" crise do capitalismo e que o socialismo se apresenta como alternativa imediata.
Essa lacuna analítica parece indicar aquilo que um dia João Amazonas disse sobre a insuficiência teórica da atual geração de marxistas.
Ronaldo
Provérbio chinês: se um cavalo ganha uma vez, é sorte; se ganha a segunda, é coincidência; se ganha a terceira, aposte nele.
Para aqueles (e aquelas!) profetas do apocalipse que vaticinaram o fim do Fenômeno, nada como um dia depois do outro. Para quem gosta de futebol, para além das paixões clubísticas, é sempre um prazer renovado ver como Ronaldo joga.
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