No período da 1ª República ou República Velha (1889 a 1930), vigorava no Brasil a chamada política dos governadores ou política café com leite, referindo-se à alternância na Presidência da República de um paulista ou mineiro. Os partidos, em geral, tinham bases estaduais e a legislação eleitoral era bastante restritiva, proibindo o voto feminino, dos analfabetos, mendigos, estrangeiros e menores de 21 anos.
Para se dimensionar as restrições, nas eleições de 1930 o Brasil tinha uma população de pouco mais de 40 milhões de habitantes e um eleitorado de 1,9 milhão de pessoas. Nessas eleições, pela primeira vez, um representante do Partido Comunista do Brasil, por intermédio do Bloco Operário e Camponês (BOC), se candidatou ao mais alto cargo da República.
O candidado do BOC foi o operário marmorista Minervino de Oliveira (foto), Intendente do Distrito Federal, comunista, negro e secretário-geral da Confederação Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB, fundada em 1929). O ferroviário Gastão Valentim Antunes foi o candidato a vice.
Além de um eleitorado pequeno, menos de 5% do total da população, as fraudes na apuração eram regra. Até hoje não se sabe ao certo qual foi a votação de Minervino. Os dois candidatos mais votados foram o paulista Júlio Prestes, com 1.091.709 votos, e o gaúcho Getúlio Vargas, com 742.794 votos. Essas eleições, no entanto, tiveram seus resultados contestados e foi o estopim para um episódio que ficou conhecido como a Revolução de 30 no Brasil.