A história sempre se repete. Quando a pesquisa é boa, amplificamos os seus resultados. Quando é ruim, ou escondemos ou a tachamos de falsa. No fundo, as pesquisas se tornaram ferramentas eleitorais, são usadas à torto e à direito para manipular a cabeça das pessoas, incentivar o nosso time e abalar o moral da tropa adversária.
Os institutos de pesquisa sabem disso e fazem a fortuna, principalmente nos períodos eleitorais. Não há quem não conheça a história de pesquisas compradas para influenciar o curso das eleições ou feitas de acordo com o figurino do candidato de preferência. Esse papo rola em todos os lugares.
Os institutos de pesquisa, no entanto, tem um ativo que não podem perder, que é a credibilidade. Embora a memória das pessoas, nesse quesito, seja pequena, uma bola fora sempre arranha o prestígio do órgão pesquisador.
Para manter a credibilidade, as pesquisas e seus institutos, no entanto, trabalham com uma variável estratégica. A pesquisa que fica para a história (e na memória) é aquela realizada às vésperas da eleição ou na boca-de-urna. Nessas, só dá para manipular dentro da chamada margem de erro.
Dessa forma, o cara pode aprontar durante meses, inverter tendências, distorcer números, prever coisas que jamais se realização. O problema todo se resolve na reta final, com os ajustes. Por isso que acontece cada manchete às vésperas da eleição. "Fulano perdeu 20% em uma semana!", "Beltrano superou sicrano na reta final".
O grand finale é sempre assim. O que ganhou, mesmo quando vítima das pesquisas, comemora a "virada", e o que perdeu, já que perdeu, não adianta reclamar de nada, muito menos das pesquisas.
As eleições desse ano são ricas em exemplo de resultados contraditórios. Aqui, a famosa lei da matemática segundo a qual a ordem dos fatores não altera o produto não é levada em consideração.
Ao contrário. Aparecem casos em que a degradação de todos os fatores tem como consequência a melhora do produto, uma manipulação tosca como se em política valesse a outra lei da matemática, em que se multiplicar um número negativo por outro também negativo o resultado é positivo.
Assim acontece com o candidato da direita, José Serra. Toda vez que todos os fatores essenciais para a definição do voto do eleitor estão negativos para ele, tem um instituto de pesquisa que o apresenta com viés de alta nas sondagens, com resultados positivos. Na verdade, a única coisa boa da campanha do Serra tem sido os resultados da pesquisa Datafolha. Não dá para não desconfiar...
Opiniões, comentários e notas sobre política, sindicalismo, economia, esporte, cultura e temas correlatos.
sábado, 3 de julho de 2010
A poderosa Alemanha
Fiquei estupefato com o chocolate que a Alemanha deu na Argentina. É a terceira partida que ela mete quatro gols nesta Copa (as outras vítimas foram a Austrália e a Inglaterra).
A Alemanha é a maior potência da Europa, cerca de 82 milhões de habitantes e só no século passado perdeu duas guerras mundiais. É um país, por isso mesmo, sempre visto com certa preocupação. Apesar de berço dos comunistas, tenho a impressão de que a direita é sempre muito forte por lá.
Alguém já disse que a Alemanha talvez seja um dos povos mais cultos do mundo. Eles se consideram a "terra dos poetas e pensadores". E tem lá suas razões. Com a reunificação pós-90, a Alemanha é uma espécie de império europeu.
Este país já faturou 103 prêmios Nobel, embora este laurel, principalmente para os que receberam como defensores da paz, esteja meio chamuscado. Na física, só para citar dois gênios, são alemas Einstein e Werher Von Brau. Na música: Beethoven, Bach, Mozart, Brahms, Wagner e por aí vai.
Na filosofia os caras não são fracos: Kant, Hegel, Marx, Engels só para citar alguns. São fortes na pintura e também na literatura, não fazem feio no cinema (Marlene Dietrich é de lá, além de Werner Herzog, Win Wenders, Rainer Werner Fassimber).
A Alemanha ocupa o terceiro lugar no ranking olímpico e é o time mais laureado de futebol da Europa (embora tenham um título a menos que a Itália na Copa).
A Alemanha pode ser campeã mundial pela quarta vez, embora Espanha e Holanda possam jogar água no chope germânico (Uruguai e Paraguai só com a mano de diós).
Pior de tudo é que o Ronaldo Fenômeno, maior artilheiro das copas mundiais com quinze gols, deve perder o trono para o alemão naturalizado Klose. Com os dois tentos que ele fez contra a Argentina, completou catorze e está a um passo de fazer história. Para alegria dos cinco milhões de descendentes alemães que moram no Brasil.
A Alemanha é a maior potência da Europa, cerca de 82 milhões de habitantes e só no século passado perdeu duas guerras mundiais. É um país, por isso mesmo, sempre visto com certa preocupação. Apesar de berço dos comunistas, tenho a impressão de que a direita é sempre muito forte por lá.
Alguém já disse que a Alemanha talvez seja um dos povos mais cultos do mundo. Eles se consideram a "terra dos poetas e pensadores". E tem lá suas razões. Com a reunificação pós-90, a Alemanha é uma espécie de império europeu.
Este país já faturou 103 prêmios Nobel, embora este laurel, principalmente para os que receberam como defensores da paz, esteja meio chamuscado. Na física, só para citar dois gênios, são alemas Einstein e Werher Von Brau. Na música: Beethoven, Bach, Mozart, Brahms, Wagner e por aí vai.
Na filosofia os caras não são fracos: Kant, Hegel, Marx, Engels só para citar alguns. São fortes na pintura e também na literatura, não fazem feio no cinema (Marlene Dietrich é de lá, além de Werner Herzog, Win Wenders, Rainer Werner Fassimber).
A Alemanha ocupa o terceiro lugar no ranking olímpico e é o time mais laureado de futebol da Europa (embora tenham um título a menos que a Itália na Copa).
A Alemanha pode ser campeã mundial pela quarta vez, embora Espanha e Holanda possam jogar água no chope germânico (Uruguai e Paraguai só com a mano de diós).
Pior de tudo é que o Ronaldo Fenômeno, maior artilheiro das copas mundiais com quinze gols, deve perder o trono para o alemão naturalizado Klose. Com os dois tentos que ele fez contra a Argentina, completou catorze e está a um passo de fazer história. Para alegria dos cinco milhões de descendentes alemães que moram no Brasil.
quinta-feira, 1 de julho de 2010
Recordar é viver!
Esta foto, relíquia resgatada pelo Alexandre Prestes, tem mais ou menos vinte anos. Eu era presidente do Sintaema, local onde foi feita a foto, o pixaim ainda era preto e farto (hoje é branco e ralo) e o Lula sonhava, algum dia, ser presidente da República.
A CTB e as eleições
A reunião nacional da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), realizada em São Paulo nos dias 29 e 30 de junho, aprovou o apoio da entidade à pré-candidata Dilma Rousseff.
A opinião dos dirigentes da CTB é que a "Agenda dos Trabalhadores para o Brasil", aprovada na Conferência Nacional da Classe Trabalhadora em 1º de junho, se identifica com as propostas que a pré-candidata apresenta.
Em uma eleição plebiscitária, colocando em confronto dois projetos antagônicos, a CTB não vacilou e escolheu o seu lado: lutar para unir amplas forças políticas e sociais para manter e aprofundar as mudanças progressistas no país.
Além dessa posição, foi destacado o fato importante de 14 dirigentes da Central estarem licenciados para disputar eleições para o Senado, a Câmara Federal e as Assembleias Legislativas.
No processo de acumulação estratégica de forças, quadros do movimento sindical podem contribuir, com sua representatividade, experiência e capacidade de luta, para elevar a qualidade do parlamento brasileiro e abrir novos espaços para as demandas dos trabalhadores.
A opinião dos dirigentes da CTB é que a "Agenda dos Trabalhadores para o Brasil", aprovada na Conferência Nacional da Classe Trabalhadora em 1º de junho, se identifica com as propostas que a pré-candidata apresenta.
Em uma eleição plebiscitária, colocando em confronto dois projetos antagônicos, a CTB não vacilou e escolheu o seu lado: lutar para unir amplas forças políticas e sociais para manter e aprofundar as mudanças progressistas no país.
Além dessa posição, foi destacado o fato importante de 14 dirigentes da Central estarem licenciados para disputar eleições para o Senado, a Câmara Federal e as Assembleias Legislativas.
No processo de acumulação estratégica de forças, quadros do movimento sindical podem contribuir, com sua representatividade, experiência e capacidade de luta, para elevar a qualidade do parlamento brasileiro e abrir novos espaços para as demandas dos trabalhadores.
domingo, 27 de junho de 2010
Seleção do Brasil e a magia de seduzir
A verdadeira overdose publicitária durante a Copa do Mundo procura levar ao paroxismo a rivalidade futebolística entre o Brasil e Argentina. A mensagem nada subliminar é de que todo produto é bom se satisfaz ao fanático torcedor brasileiro e humilha nossos hermanos.
Na verdade, Brasil e Argentina são duas potências futebolísticas e a disputa é absolutamente natural. Nesta Copa, por exemplo, há uma imensa torcida, da qual eu participo, para que as duas seleções façam a finalíssima da Copa.
Tudo isso, no entanto, não impediu que um argentino se mostrasse deslumbrado com o Brasil. Não apenas com o futebol, mas com o próprio modo de ser dos celebrados jogadores brasileiros.
A edição digital deste domingo do jornal argentino "Clarin" tem uma bela matéria sobre a seleção brasileira de futebol. O título diz tudo: "O Mundial Invisível - Brasil e a magia de seduzir".
O texto afirma que o Brasil é, entre todas, a seleção mais estrelada, com craques milionários e alguns fenômenos midiáticos globais. Apesar disso, acrescenta o jornalista Carlos Sarraf, a seleção brasileira também é campeã em simpatia e onde quer que vá sempre tem a torcida a seu lado.
Na matéria, o jornalista diz não saber se é no sangue, no gen ou na alma, o fato é que a alegria contagiante da seleção deslumbra a todos. Ao ler o artigo, cheguei a óbvia conclusão: a rivalidade entre Brasil e Argentina deve se limitar apenas as quatro linhas do campo.
No fundo no fundo, deve haver uma admiração recíproca, um encantamento simbiótico entre o samba e o tango.
Na verdade, Brasil e Argentina são duas potências futebolísticas e a disputa é absolutamente natural. Nesta Copa, por exemplo, há uma imensa torcida, da qual eu participo, para que as duas seleções façam a finalíssima da Copa.
Tudo isso, no entanto, não impediu que um argentino se mostrasse deslumbrado com o Brasil. Não apenas com o futebol, mas com o próprio modo de ser dos celebrados jogadores brasileiros.
A edição digital deste domingo do jornal argentino "Clarin" tem uma bela matéria sobre a seleção brasileira de futebol. O título diz tudo: "O Mundial Invisível - Brasil e a magia de seduzir".
O texto afirma que o Brasil é, entre todas, a seleção mais estrelada, com craques milionários e alguns fenômenos midiáticos globais. Apesar disso, acrescenta o jornalista Carlos Sarraf, a seleção brasileira também é campeã em simpatia e onde quer que vá sempre tem a torcida a seu lado.
Na matéria, o jornalista diz não saber se é no sangue, no gen ou na alma, o fato é que a alegria contagiante da seleção deslumbra a todos. Ao ler o artigo, cheguei a óbvia conclusão: a rivalidade entre Brasil e Argentina deve se limitar apenas as quatro linhas do campo.
No fundo no fundo, deve haver uma admiração recíproca, um encantamento simbiótico entre o samba e o tango.
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