quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Tucanato treme em SP

Com a candidatura Serra à deriva e o avanço consistente de Dilma rumo à vitória no primeiro turno, os tucanos paulistas já trabalham com a hipótese, antes descartada, de segundo turno no estado de São Paulo entre Mercadante e Alckmin.

Diversos fatores conspiram contra o alegado favoritismo do PSDB na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes. Um dado relevante é que o próprio Datafolha desta quinta-feira registra que Dilma cravou 41% no Estado, contra 36% de Serra. Na própria capital paulista, dirigida pelo DEM, o tucano amarga um segundo lugar na intenção de votos para a presidência da República.

Além do contágio positivo provocado pela ascensão de Dilma - espécie de princípio dos vasos comunicantes estendido à política -  a candidatura Mercadante é vitaminada pelo empenho firme do presidente Lula e pelo amplo apoio político e social.  O senador petista conta com a mais ampla coligação partidária (dez partidos) já construída pela esquerda paulista e é respaldada por forte apoio no movimento sindical e popular.

No arraial do tucanato começam a pulular as bicadas entre as diversas facções. Em meio a histórica  divergência entre Serra e Alckmin, predomina o espírito do salve-se quem puder. Embora publicamente eles procurem se apresentar unidos, a verdade é que, discretamente, Alckmin procura manter distância de Serra, principalmente agora que ele desaba nas pesquisas.

A conjugação de todos esses dados torna bastante factível a realização de segundo turno, o maior pavor do PSDB e aliados paulistas. Tudo o que Alckmin não queria e parece condenado a enfrentar  é  um segundo turno em São Paulo com Dilma já eleita presidente e todos os candidatos ao governo paulista do primeiro turno somados ao palanque de Mercadante.

Provavelmente a disputa pelo governo paulista eleverá a temperatura política nesta reta final do processo eleitoral. O que antes eram rosas no ninho dos tucanos, hoje o que se divisa no horizonte é um caminho cheio de espinhos e cascas de banana. O sol do avanço progressista parece que vai raiar também no horizonte de São Paulo. Que os anjos digam amém!

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Algumas lições do definhamento do PSDB

Os jornais comentam que, acuado, o PSDB procura entrincheirar-se em São Paulo para conter a maré montante da candidatura Dilma. A medida seria uma reação desesperada às últimas pesquisas de intenção de voto, que apontam para um crescimento sustentado de Dilma acompanhado da queda de Serra para um patamar abaixo de 30%.

Enquanto Dilma cresce em todas as regiões e em todos os estratos sociais, alicerçada em palanques fortes em praticamente todos os estados, o candidato tucano vê sua base de apoio, constrangida, retirando até o nome de Serra nos materiais de propaganda e nas inserções da TV.

O professor Carlos Melo, doutor em Sociologia e Política, em artigo publicado na UOL, aborda essa questão e prevê uma situação dramática para o PSDB. Segundo ele, por uma soma de equívocos, o partido não soube se comportar como oposição - achava, por elitismo, que o governo Lula fracassaria por incapacidade do presidente. Deu com os burros n'água.

Um ponto interessante dessa abordagem é a constatação feita pelo professor de que a oposição nos tempos de FHC era consistente e apoiada nos movimentos sociais, enquanto os tucanos fazem um tipo singular de oposição que tem como base social as chamadas classes médias urbanas, avessas à militância política.

Diante da enorme popularidade do governo Lula, tucanos e anexos ficaram pendurados na brocha. Sem programa, sem discurso, sem base social ampla, foram empurrados para uma estratégia errática cujo símbolo maior é a candidatura Serra.

Fugindo de FHC como o diabo foge da cruz e sem saber se batia ou assoprava no governo Lula, a campanha de Serra chafurda na inconsistência, não consegue calibrar um discurso oposicionista convincente e cai no descrédito ao se apresentar como um pós-Lula que pode mais.

Um aprendizado importante para essa crise existencial do PSDB, para além da superação do seu programa neoliberal conservador, é que esse partido não tem bases organizadas entre os trabalhadores e o povo, sobrevivendo mais do oxigênio da mídia do que da voz rouca das ruas.

O amplo apoio do movimento sindical e dos movimentos sociais à candidatura Dilma é um fator importante para impulsionar a vitória da candidata lulista. A continuidade e o avanço das mudanças em curso no país dependerão de uma nova correlação de forças políticas que emergirá das urnas e da capacidade de mobilização popular.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

2 de setembro: sindicalistas realizam ato em SP

Sindicalistas do Estado de São Paulo decidiram marcar para o próximo dia 2 de setembro, quinta-feira, às 10 horas, um grande ato de trabalhadores em apoio à candidatura de Dilma e dos majoritários do estado (Mercadante, Netinho e Marta).

O ato será realizado no auditório do Juventus, no bairro da Móoca, capital paulista, e a previsão é que compareçam cerca de cinco mil trabalhadores. Para alargar a representatividade do ato, também participarão militantes dos movimentos sociais.

O objetivo desse ato é incorporar de forma mais decidida os trabalhadores na disputa eleitoral, consolidar os avanços da candidatura Dilma, levar Mercadante para o segundo turno e eleger os dois senadores da coligação - Netinho (PCdoB) e Marta (PT).

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

O canto do cisne do PSDB

Depois da última pesquisa Datafolha (dizem que a do Ibope, a ser divulgada nesses dias, a diferença será de 20 pontos percentuais), diversos analistas políticos consideram que o PSDB pode estar à beira de uma profunda crise - os mais exagerados falam que essas eleições podem ser o canto do cisne dos tucanos.

Uma terceira derrota consecutiva dos conservadores cria um grave problema do condomínio demotucano : eles parecem não ter fôlego para sobreviver como oposicionistas. Nesse segundo mandato de Lula, eles sobreviveram graças ao valioso apoio da mídia, esta sim se tornando a principal porta-voz da oposição  brasileira.

O fracasso dos partidos neoliberais e conservadores não deixa saudades. A tendência histórica dessas correntes é procurar abrigo em outras legendas, já que não há uma tradição de longevidade nos partidos das elites brasileiras. Podem criar novo partido ou, docemente constrangidos, abrigarem-se em uma legenda com força no governo (PMDB?).

A pergunta que se coloca para o campo progresssita é: e aí, como será o Brasil de Dilma, favorita para vencer as eleições presidenciais deste ano? As eleições estão em curso e os resultados indefinidos, mas o debate já rola solto.

PT, PMDB, PSB e outros partidos da base aliada parecem que terão grande crescimento. A tendência é que o PCdoB também avance - mesmo que em um rimo diferenciado. A nova correlação de forças dependerá da voz das urnas, é do jogo. Os próximos quarenta dias, portanto, desenharão o mapa político do Brasil pós-Lula.

domingo, 22 de agosto de 2010

Vai e volta

Eu migrei deste para o Blog do Vermelho. Ocorre que, por problemas técnicos de hospedagem (wordpress), precisei retornar a este antigo endereço - que também poderá ser acessado no Vermelho, provavelmente a partir de amanhã. Tasca eu ter que fazer novos cartões de visita, para atualizar tudo.

Fase decisiva para o Timão

Daqui a pouco o Corinthians enfrenta o São Paulo. O melhor cenário é vencer e torcer para que o Flu tropece diante do Vasco. Se tudo der errado, a dianteira do time das Laranjeiras fica muito grande,e a vaca pode ir para o brejo. Aguardemos...

A incrível disparada de Dilma

Provavelmente nem os mais pessimistas tucanos (e também os mais otimistas defensores da candidatura Dilma) poderiam imaginar que José Serra iria para nocaute bem no início do horário eleitoral na TV.
As teses sobre o fracasso das erráticas estratégias serristas pululam. Os seus apoiadores, valendo-se da fama de centralizador que pesa contra o candidato presidencial do PSDB, tiram o seu da reta e consideram Serra o pai de todos os erros.
Um amargurado editorial do Estadão, uma semana atrás, talvez tenha colocado o dedo na ferida. Para o jornalão dos Mesquitas, oposição não ganha eleição, quem perde eleição é o governo. E como o governo Lula vai muito bem, obrigado, a oposição ficou sem eira nem beira.
Resgataram até um tal de "feel good factor" - sensação de que as coisas vão bem - para evidenciar as inutilidades dos diferentes rumos que a campanha serrista adotou. Uma hora é oestilo pit-bull, outra chamando Lula de amigo in pectore. Na confusão, o eleitor pensa: se o Lula é bom e a situação está boa, então mudar para quê? E não mudar significa ir com a Dilma, esta sorridente senhora que me abraça aí em cima.
Em praticamente todo o Brasil a situação dos tucanos está feia. São Paulo e Paraná parecem ser a cidadela da resistência, mas a blindagem nesses estados pode ser quebrada. Parece que esta é a nova missão a que Lula se propôs, conforme assustada manchate da edição deste domingo da Folha de S. Paulo.
Dilma ganhar e o Mercadante também seriam mudanças de grande envergadura. Seria quase que o fim do condomínio demotucano.
Esses próximos quarenta dias serão decisivos. Vamos à luta!