Serra representa o núcleo central da oposição conservadora. Não por acaso, um dos líderes de sua campanha é Fernando Henrique Cardoso, em cuja Presidência o Brasil submergiu no atoleiro do neoliberalismo e suas políticas de privatização, ataques aos direitos sociais e retrocessos democráticos.
Ma outra ponta, Fernando Haddad, que lidera todas as pesquisas de opinião do segundo turno, representa o amplo leque de forças políticas e sociais comprometidas com o ciclo progressista inaugurado pelo presidente Lula e que, agora, continua com a presidenta Dilma.
Nesse embate de projetos antagônicos, o movimento sindical tem um importante papel a cumprir. A base para definir o posicionamento dos trabalhadores é a "Agenda da Classe Trabalhadora", importante documento aprovado por mais de 30 mil sindicalistas na histórica Conferência Nacional da Classe Trabalhadora - Conclat - realizada no dia 1º de junho de 2010.
Nesse dia, os principais líderes das centrais sindicais brasileiras firmaram um compromisso público de contestar o retrocesso neoliberal representado pela candidatura Serra e sinalizaram o seu apoio classista para um projeto nacional de desenvolvimento com valorização do trabalho representado pela candidatura Dilma.
Claro que as eleições municipais tem particularidades locais, mas em um município como São Paulo, pelo seu peso político e econômico, a batalha em curso tem dimensões nacionais e repercutirá, é óbvio, nas movimentações dos partidos com vista as eleições gerais de 2014.
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Esse importante ato, em um momento decisivo do 2º turno, contará com a presença do ministro do Trabalho Brizola Neto, pedetista do Rio de janeiro, seis centrais sindicais e provavelmente do presidente Lula. Fernando Haddad e Nádia Campeão, candidatos a prefeito e a vice, receberão um documento dos dirigentes sindicais apresentando as propostas do sindicalismo para a nova administração.
Esse é o movimento certo. Infelizmente, o deputado e presidente da Força Sindical, Paulinho, depois de conduzir o PDT paulistano a uma grande derrota eleitoral, dá uma inexplicável guinada política à direita e embarca na canoa furada de José Serra. Líderes importantes de sua própria Central, no entanto, não seguem essa opção e devem engrossar o ato de quarta-feira.
Bem feitas as contas, a vitória de Haddad fará bem a São Paulo e aos trabalhadores. Adicionalmente, servirá como um importante contraponto à maré golpista que se abate sobre o Brasil e pavimentará o caminho para a continuidade do movimento progressista em nosso país.