quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Não dá!

A Senadora Marina abandona o PT, faz o jogo dos adversários, e o Suplicy declama um poema para ela na tribuna do Senado. Em seguida, tasca um abraço afetuoso. Pela mãe do guarda, como diria o Sílvio Luiz.

De novo!


Não dá!

A Senadora Marina abandona o PT, faz o jogo dos adversários, e o Suplicy declama um poema para ela na tribuna do Senado. Em seguida, tasca um abraço afetuoso. Pela mãe do guarda, como diria o Sílvio Luiz.

De novo!


quarta-feira, 19 de agosto de 2009

É preciso muita calma nessas horas

Não adianta ter frisson, a luta política é cruel. O arquivamento das denúncias contra os Senadores José Sarney e Arthur Virgílio, aprovado hoje no Conselho de Ética do Senado, é produto de um acordo político que contraria os interesses da mídia hegemônica.

Ela impõe a agenda política do país, em benefício da oposição conservadora, e qualquer resultado diferente do que ela quer é tido como atraso, fisiologismo, falta de ética e quejandos. O mais é marola... Votar contra a campanha midiática tem um custo político, mas o custo maior é se curvar aos interesses maiores dos barões da imprensa.

Dança dos números

A pesquisa Vox Populi que aponta diferença de apenas 9% entre Serra e Dilma (30 x 21) pode explicar a virulência ainda maior da mídia nos últimos dias. Principalmente por que os votos de Ciro e Heloísa, bem posicionados, tendem a migrar para Dilma.

A artilharia pesada contra a terceira vitória popular vai crescer.

É preciso muita calma nessas horas

Não adianta ter frisson, a luta política é cruel. O arquivamento das denúncias contra os Senadores José Sarney e Arthur Virgílio, aprovado hoje no Conselho de Ética do Senado, é produto de um acordo político que contraria os interesses da mídia hegemônica.

Ela impõe a agenda política do país, em benefício da oposição conservadora, e qualquer resultado diferente do que ela quer é tido como atraso, fisiologismo, falta de ética e quejandos. O mais é marola... Votar contra a campanha midiática tem um custo político, mas o custo maior é se curvar aos interesses maiores dos barões da imprensa.

Dança dos números

A pesquisa Vox Populi que aponta diferença de apenas 9% entre Serra e Dilma (30 x 21) pode explicar a virulência ainda maior da mídia nos últimos dias. Principalmente por que os votos de Ciro e Heloísa, bem posicionados, tendem a migrar para Dilma.

A artilharia pesada contra a terceira vitória popular vai crescer.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Mobilidade urbana


Jamil Murad e Netinho, vereadores paulistanos do PCdoB, promoveram nesta segunda-feira um seminário sobre democracia e mobilidade urbana. Especialistas do setor fizeram exposições sobre um dos principais gargalos urbanos - o trânsito engarrafado.


Algumas ideias que rolaram no seminário: as diferentes classes sociais ocupam os espaços urbanos de acordo com o seu poder econômico. Quem detém o poder econômico tem também o poder político. Vai daí que a cidade segue a lógica do mercado, não do planejamento urbano racional.


São Paulo, por exemplo, com onze milhões de habitantes, torra a fatia mais generosa do orçamento na região sudoeste, onde moram, trabalham, estudam, fazem compras, vão ao médico e se divertem os ricos. Lá tem viadutos, túneis, metrô, trem, ônibus sempre em quantidade e qualidade acima da média. O Metrô da Paulista e o trem da CPTM que corre às margens do Rio Pinheiros, por exemplo, não são lotados, neles há ar condicionado, música ambiente, estações confotáveis, etc. Uma festa.


A zona sudoeste é onde ficam os Jardins, o Morumbi, Alto de Pinheiros, Itaim, Ibirapuera, Vila Mariana, Paraíso, Perdizes, o Palácio do Governo, o estádio do São Paulo, o Jóquei Clube, a Daslu, o Fasano, o Incor, o Hcor, o Albert Eistein, o Síroo-Libanês.
O cara nasce, cresce, estuda, vive, fica mais rico, se diverte, come, compra, gasta e se trata e até morre e é enterrado sem precisar sair da zona sudoeste. O problema do Brasil e das cidades não é a pobreza em si, e sim a má distribuição da riqueza, afirmou um dos professores-palestrantes.
Já o pobre-diabo que mora na região mais populosa de São Paulo, a zona leste, trabalha na zona sul, e a mulher na zona oeste. O filho estuda no centro e cada um faz um itinerário diferente, gastam mais horas e mais dinheiro no percurso.


A Região Metropolitana de São Paulo tem 20 milhões de habitantes e uma frota de 8 milhões de veículos. O transporte individual responde por metade das 38,3 milhões de viagens feitas ao longo do dia. O cidadão é induzido ao transporte individual por fatores econômicos, pelo tempo e pela necessidade.


Poluição, doenças respiratórias, trânsito lento, mortes por atropelamentos (só em São Paulo, cidade, 2.300 mortes/ano). Resumo da ópera: eu que não tenho automóvel, dou minha cota de contribuição. Mas se depender de iniciativas individuais, só no terceiro milênio as coisas se resolverão. O negócio é reverter, o que não é fácil, a grande prioridade que a indústria automobilística impôs ao país: milhões de automóveis e abandono do transporte coletivo, principalmente sobre trilhos.

Mobilidade urbana


Jamil Murad e Netinho, vereadores paulistanos do PCdoB, promoveram nesta segunda-feira um seminário sobre democracia e mobilidade urbana. Especialistas do setor fizeram exposições sobre um dos principais gargalos urbanos - o trânsito engarrafado.


Algumas ideias que rolaram no seminário: as diferentes classes sociais ocupam os espaços urbanos de acordo com o seu poder econômico. Quem detém o poder econômico tem também o poder político. Vai daí que a cidade segue a lógica do mercado, não do planejamento urbano racional.


São Paulo, por exemplo, com onze milhões de habitantes, torra a fatia mais generosa do orçamento na região sudoeste, onde moram, trabalham, estudam, fazem compras, vão ao médico e se divertem os ricos. Lá tem viadutos, túneis, metrô, trem, ônibus sempre em quantidade e qualidade acima da média. O Metrô da Paulista e o trem da CPTM que corre às margens do Rio Pinheiros, por exemplo, não são lotados, neles há ar condicionado, música ambiente, estações confotáveis, etc. Uma festa.


A zona sudoeste é onde ficam os Jardins, o Morumbi, Alto de Pinheiros, Itaim, Ibirapuera, Vila Mariana, Paraíso, Perdizes, o Palácio do Governo, o estádio do São Paulo, o Jóquei Clube, a Daslu, o Fasano, o Incor, o Hcor, o Albert Eistein, o Síroo-Libanês.
O cara nasce, cresce, estuda, vive, fica mais rico, se diverte, come, compra, gasta e se trata e até morre e é enterrado sem precisar sair da zona sudoeste. O problema do Brasil e das cidades não é a pobreza em si, e sim a má distribuição da riqueza, afirmou um dos professores-palestrantes.
Já o pobre-diabo que mora na região mais populosa de São Paulo, a zona leste, trabalha na zona sul, e a mulher na zona oeste. O filho estuda no centro e cada um faz um itinerário diferente, gastam mais horas e mais dinheiro no percurso.


A Região Metropolitana de São Paulo tem 20 milhões de habitantes e uma frota de 8 milhões de veículos. O transporte individual responde por metade das 38,3 milhões de viagens feitas ao longo do dia. O cidadão é induzido ao transporte individual por fatores econômicos, pelo tempo e pela necessidade.


Poluição, doenças respiratórias, trânsito lento, mortes por atropelamentos (só em São Paulo, cidade, 2.300 mortes/ano). Resumo da ópera: eu que não tenho automóvel, dou minha cota de contribuição. Mas se depender de iniciativas individuais, só no terceiro milênio as coisas se resolverão. O negócio é reverter, o que não é fácil, a grande prioridade que a indústria automobilística impôs ao país: milhões de automóveis e abandono do transporte coletivo, principalmente sobre trilhos.

domingo, 16 de agosto de 2009

Villaggio Café


Bela Vista (ou Bexiga ou Bixiga) é um charmoso bairro de São Paulo, espremido entre o Centro e a Paulista, entre a Av. 9 de Julho e a Av. Liberdade. Embora eu more do outro lado do Tietê, na Freguesia do Ó, zona noroeste, pode-se dizer que o meu point é o Bexiga.


O Bexiga tem a Escola de Samba Vai-Vai, onde desfilo, a Igreja Achiropira e sua tradicional festa anual no mês de agosto, muitos bares e cantinas. Embora central, assemelha-se a bairros periféricos pela diversidade e quantidade de pessoas, desde a turma do andar de cima até os majoritários, mais humildes.


Uma mistura de negros na Vai-Vai, italianos nas indefectíveis cantinas, nordestinos e seus "bares do Norte", jovens da baixa classe média curtindo suas baladas nas decadentes casas noturnas da 13 de Maio. Tudo isso sem falar na imensa concentração de teatros, do Zé Celso e sua eterna briga com o grupo Sílvio Santos, os teatros alternativos. É o bairro também que sediou ou sedia o PCdoB, a CSC, a UJS, a UBM, a Unegro, a Editora Anita Garibaldi...


Mas o lugar mais balalado de lá, para os que curtem o sossego como um oásis paulistano, é a Praça Don Orione, com sua tradicional feira de antiguidades aos domingos, ladeada por outra feira, mais popular, a do rolo, cantinas famosas como a "La Tavola", uma antiga escadaria que dá acesso a Rua dos Ingleses,museus e lojas de quinquilharias e por aí vai...


Mas a praça Don Orione, por cerca de quinze anos, hospedou a mais intimista casa de MPB de São Paulo, o Villaggio Café. Eu era freguês de carteirinha da Casa. No final das reuniões do CC aos domingos, eu sempre arrastava ou era arrastado para o Villaggio, para tomar uma cerva e ouvir choro, samba, MPB. A bem da verdade, com ou sem reunião, e não só aos domingos, eu sempre ia lá. O Barbosa era uma espécie de divã onde eu curava minhas tensões do cotidiano político e pessoal, com suas tulipas de chope e suas porções de tira-gosto (eu preferia as panquecas).


O tempo passa e as coisas mudam. O Villaggio mudou para o bairro de Pinheiros, para buscar novos nichos de mercado, acredito eu, já que o velho Bexiga anda mal das pernas do ponto de vista do chamado mundo do entretenimento.


Mas eis que hoje eu recebo uma mensagem eletrônica assinada pelo meu amigo ZéLuiz, proprietário do Villagio, dizendo que a Casa, depois de 17 anos, cerca de 300 shows anuais no período, vai fechar as portas.


A Rozana, sua ex-sócia, nossa amiga também, já havia deixado recentemente o empreendimento. Lá permaneceu o eterno Barbosa, garçon, técnico de som e, permitam-me lembrá-los, o verdadeiro cartão-postal do Villagio.


O Zé Luiz informa que dia 29 de agosto será a saideira, o Barbosa será reaproveitado por outro sócio em novo bar a ser inaugurado. Não vou à saideira, pois não sou dado a este tipo de festa que, para mim, parece póstuma. Mas devo passar algum dia desses no Villaggio, para a triste despedida e a sensação de que não só o Villaggio, mas também nós estamos passando.


O fechamento do Villaggio nubla a festa de 40 anos do Portela, comemorado neste último sábado. C'est la vie... "Como tudo na vida,/ O que era doce acabou / Tudo voltou ao seu lugar / Depois que o Villagio passou..."

Villaggio Café


Bela Vista (ou Bexiga ou Bixiga) é um charmoso bairro de São Paulo, espremido entre o Centro e a Paulista, entre a Av. 9 de Julho e a Av. Liberdade. Embora eu more do outro lado do Tietê, na Freguesia do Ó, zona noroeste, pode-se dizer que o meu point é o Bexiga.


O Bexiga tem a Escola de Samba Vai-Vai, onde desfilo, a Igreja Achiropira e sua tradicional festa anual no mês de agosto, muitos bares e cantinas. Embora central, assemelha-se a bairros periféricos pela diversidade e quantidade de pessoas, desde a turma do andar de cima até os majoritários, mais humildes.


Uma mistura de negros na Vai-Vai, italianos nas indefectíveis cantinas, nordestinos e seus "bares do Norte", jovens da baixa classe média curtindo suas baladas nas decadentes casas noturnas da 13 de Maio. Tudo isso sem falar na imensa concentração de teatros, do Zé Celso e sua eterna briga com o grupo Sílvio Santos, os teatros alternativos. É o bairro também que sediou ou sedia o PCdoB, a CSC, a UJS, a UBM, a Unegro, a Editora Anita Garibaldi...


Mas o lugar mais balalado de lá, para os que curtem o sossego como um oásis paulistano, é a Praça Don Orione, com sua tradicional feira de antiguidades aos domingos, ladeada por outra feira, mais popular, a do rolo, cantinas famosas como a "La Tavola", uma antiga escadaria que dá acesso a Rua dos Ingleses,museus e lojas de quinquilharias e por aí vai...


Mas a praça Don Orione, por cerca de quinze anos, hospedou a mais intimista casa de MPB de São Paulo, o Villaggio Café. Eu era freguês de carteirinha da Casa. No final das reuniões do CC aos domingos, eu sempre arrastava ou era arrastado para o Villaggio, para tomar uma cerva e ouvir choro, samba, MPB. A bem da verdade, com ou sem reunião, e não só aos domingos, eu sempre ia lá. O Barbosa era uma espécie de divã onde eu curava minhas tensões do cotidiano político e pessoal, com suas tulipas de chope e suas porções de tira-gosto (eu preferia as panquecas).


O tempo passa e as coisas mudam. O Villaggio mudou para o bairro de Pinheiros, para buscar novos nichos de mercado, acredito eu, já que o velho Bexiga anda mal das pernas do ponto de vista do chamado mundo do entretenimento.


Mas eis que hoje eu recebo uma mensagem eletrônica assinada pelo meu amigo ZéLuiz, proprietário do Villagio, dizendo que a Casa, depois de 17 anos, cerca de 300 shows anuais no período, vai fechar as portas.


A Rozana, sua ex-sócia, nossa amiga também, já havia deixado recentemente o empreendimento. Lá permaneceu o eterno Barbosa, garçon, técnico de som e, permitam-me lembrá-los, o verdadeiro cartão-postal do Villagio.


O Zé Luiz informa que dia 29 de agosto será a saideira, o Barbosa será reaproveitado por outro sócio em novo bar a ser inaugurado. Não vou à saideira, pois não sou dado a este tipo de festa que, para mim, parece póstuma. Mas devo passar algum dia desses no Villaggio, para a triste despedida e a sensação de que não só o Villaggio, mas também nós estamos passando.


O fechamento do Villaggio nubla a festa de 40 anos do Portela, comemorado neste último sábado. C'est la vie... "Como tudo na vida,/ O que era doce acabou / Tudo voltou ao seu lugar / Depois que o Villagio passou..."