Os neopombinhos Eduardo Navarro, secretário de Comunicação da CTB, e a jornalista Joanne Mota resolveram ir à sessão das seis desta quinta-feira (29) assistir ao filme "O Garoto da Bicicleta", (Le Gamin au Vélo) na sala Unibanco (ou Itaú?), da Augusta, em SP.
Esse filme era uma das trinta e sete opções disponíveis para quem mora em São Paulo. Não deixa de ser uma feliz coincidência encontrá-los no mesmo cinema, vendo o mesmo filme e na mesma sessão.
Pesquisei a programação cinematográfica da cidade e constatei que, desses trinta e sete filmes em exibição, 16 são dos EUA, sete da França (ou seis, já que o filme em epígrafe é belga), seis do Brasil, dois da Argentina e da Austrália e um da Alemanha, da Espanha, da Itália e da Inglaterra.
Essa proporção corresponde às estatísticas da Ancine, segundo a qual 134.364.520 espectadores foram ao cinema em 2010, maior público desde 1982, com renda de R$ 1.256.550.704,09. A produção cinematográfica nacional corresponde a 25.227.757 ingrssos, 18,78% do total de 2010. No portal da Ancine há dados sobre 2011.
O grande destaque de 2010, ano em que quinze filmes brasileiros tiveram público acima de 100 mil, foi o "Tropa de Elite 2", com público de 11.023.479, quebrando o antigo recorde nacional do filme "Dona Flor e seus Dois Maridos", com 10,7 milhões de assistentes.
Depois dessa longa e inútil digressão, vamos ao que interessa. O filme "O Garoto da Bicicleta", com direção e roteiro dos irmãos belgas Jean-Pierre e Luc Dardenne, gravita em torno de um drama de Cyril (Thomaz Doret) um menino de onze anos abandonado pelo pai e amparado pela cabeleleira Samantha (Cécile de France), os dois de bicicleta na foto acima.
Sem grana, o pai de Cyril abandona o filho em um orfanato e vende até a bicicleta do pimpolho para se safar das dificuldades. Mas o filho tem um desejo obsessivo de reencontrar o pai e o carinho maternal de Samantha não consegue mitigar as neuras do moleque.
É nesse embalo que o filme se movimenta, mesclando a angústia infantil com a delinquência, a impotência paternal com a bondade sintetizada no esforço de Samantha em reconectar o menino a um ambiente familiar. A angústia é o fio condutor do filme, chega a uns lampejos dramáticos, mas no fim ....
Bem, vale a pena ver o filme. Não é uma obra-prima, mas não venceria o Festival de Cannes, prêmio do júri, se fosse uma porcaria.
PS.: Meu filho me presentou com o livro "Os 300 Erros mais Comuns da Língua Portuguesa". Descobri, por exemplo, que o certo é espectador (com "s" e não com "x", como eu havia escrito).
Opiniões, comentários e notas sobre política, sindicalismo, economia, esporte, cultura e temas correlatos.
sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
quinta-feira, 29 de dezembro de 2011
Cinema nas férias
Neste interregno de Natal e Ano Novo e nos primeiros dias de janeiro, eu costumo fazer uma coisa que, erradamente, faço pouco ao longo do ano: ir ao cinema. Para minha surpresa, alguns cinemas andam lotados - não sei as razões. Mais interesse ou mais grana no bolso?
Assisti a dois filmes esta semana, e nenhum deles me empolgou. O primeiro foi o "Tudo pelo Poder", filme americano sobre as maracutaias das eleições presidenciais daquele país. Os filmes americanos são tecnicamente bem feitos, embora o conteúdo, em regra, fique abaixo das expectativas.
Esse "Tudo pelo Poder" não fugiu ao script. Fala das intrigas de um comitê de campanha presidencial nos EUA, na fase das prévias do Partido Democrata. Conflitos de interesses entre assessores, o papel político da mídia, troca de favores entre lideranças políticas e uma bela estagiária seduzindo o futuro presidente...
Não dá para dizer que o dinheiro foi jogado fora, mas é um filminho como outro qualquer, na minha modesta e ignara opinião.
O outro filme que eu fui ver - "Românticos Anônimos", é uma produção franco-belga. Os filmes europeus, principalmente os franceses, geralmente me cativam mais. Inferiores em técnica aos americanos, geralmente eles se esmeram mais na trama e no conteúdo. Não foi o caso desse filme.
O lado bom do filme é a oportunidade de se deleitar com o charme e a beleza dessa atriz parisiense Isabelle Carré, no papel de Angélique, em plena idade da loba. O meu complexo de viralatas sempre se curva diante dessa singularidade de algumas atrizes francesas, um mix de beleza discreta e maturidade que eu não tenho arte e talento para explicar.
Mas esses "Românticos Anônimos" me deixaram frustrados. Há um exagero descomunal ao retratar a timidez dos dois protagonistas, um proprietário de uma pequena fábrica de chocolates, à beira da falência, e uma jovem chocolateira - se é assim que se pode chamar quem manja da arte de produzir chocolates.
Embora essa comédia romântica tenha alguns momentos agradáveis, senti um gosto amargo no conjunto da obra desses especialistas em chocolate. E não foi dessa vez que eu assisti a um filme que merecesse minha indicação.
Melhor mesmo foi "O Palhaço", comédia romântica de Selton Melo, que vi há um mês. Simples, bem feito, com conteúdo, é um belo filme brasileiro que todos deveriam ver. Fica aí minha gratuita indicação...
Nesses próximos dias acho que o melhor mesmo é buscar inspiração no Festival de Gramado, essa bela cidade das hortências, um pequeno santuário turístico do Rio Grande do Sul, ao lado da também bela Canela e que eu conheci em uma das edições do Fórum Social Mundial.
Vou me inspirar em Gramado e procurar acertar com outras opções, preferencialmente de outros de filmes brasileiros e latinos. Trilegal mesmo seria vê-los, agora, na própria cidade. Mas é muita areia para meu caminhãozinho!
Assisti a dois filmes esta semana, e nenhum deles me empolgou. O primeiro foi o "Tudo pelo Poder", filme americano sobre as maracutaias das eleições presidenciais daquele país. Os filmes americanos são tecnicamente bem feitos, embora o conteúdo, em regra, fique abaixo das expectativas.
Esse "Tudo pelo Poder" não fugiu ao script. Fala das intrigas de um comitê de campanha presidencial nos EUA, na fase das prévias do Partido Democrata. Conflitos de interesses entre assessores, o papel político da mídia, troca de favores entre lideranças políticas e uma bela estagiária seduzindo o futuro presidente...
Não dá para dizer que o dinheiro foi jogado fora, mas é um filminho como outro qualquer, na minha modesta e ignara opinião.
O outro filme que eu fui ver - "Românticos Anônimos", é uma produção franco-belga. Os filmes europeus, principalmente os franceses, geralmente me cativam mais. Inferiores em técnica aos americanos, geralmente eles se esmeram mais na trama e no conteúdo. Não foi o caso desse filme.
O lado bom do filme é a oportunidade de se deleitar com o charme e a beleza dessa atriz parisiense Isabelle Carré, no papel de Angélique, em plena idade da loba. O meu complexo de viralatas sempre se curva diante dessa singularidade de algumas atrizes francesas, um mix de beleza discreta e maturidade que eu não tenho arte e talento para explicar.
Mas esses "Românticos Anônimos" me deixaram frustrados. Há um exagero descomunal ao retratar a timidez dos dois protagonistas, um proprietário de uma pequena fábrica de chocolates, à beira da falência, e uma jovem chocolateira - se é assim que se pode chamar quem manja da arte de produzir chocolates.
Embora essa comédia romântica tenha alguns momentos agradáveis, senti um gosto amargo no conjunto da obra desses especialistas em chocolate. E não foi dessa vez que eu assisti a um filme que merecesse minha indicação.
Melhor mesmo foi "O Palhaço", comédia romântica de Selton Melo, que vi há um mês. Simples, bem feito, com conteúdo, é um belo filme brasileiro que todos deveriam ver. Fica aí minha gratuita indicação...
Nesses próximos dias acho que o melhor mesmo é buscar inspiração no Festival de Gramado, essa bela cidade das hortências, um pequeno santuário turístico do Rio Grande do Sul, ao lado da também bela Canela e que eu conheci em uma das edições do Fórum Social Mundial.
Vou me inspirar em Gramado e procurar acertar com outras opções, preferencialmente de outros de filmes brasileiros e latinos. Trilegal mesmo seria vê-los, agora, na própria cidade. Mas é muita areia para meu caminhãozinho!
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