quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Organização sindical dos metalúrgicos do ABC

Dirigentes da CTB receberam nesta quarta-feira o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre (foto abaixo). Ele estava acompanhado dos diretores Teonílio Monteiro (Barba) e José Lopes Feijóo, também vice-presidente nacional da CUT, além de Célia Rocha de Lima, assessora Jurídica.


Sede da CTB                                                      foto: Cíntia Ribas

O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC,como se sabe, é a entidade que projetou nacionalmente o nome de Lula. Um dos mais importantes sindicatos do país, os metalúrgicos do ABC tem um modelo de organização diferente do habitual.

A diretoria sindical é composta por nove diretores Executivos, quinze do Conselho da Direção e três no Conselho Fiscal, todos efetivos, sem suplentes. A principal novidade é a existência de 242 membros do Comitê Sindical de Empresa (CSE).

O CSE é composta de acordo com o número de trabalhadores sindicalizados de cada empresa, na seguinte proporção: de um a 100 sindicalizados, dois membros; de 101 a 200, três membros; de 201 a 400, quatro membros; de 401 a 600, cinco membros; e de 601 a 1000, sete membros.

Os comitês sindicais de empresa são constituídos por iniciativa do Conselho da Executiva da Direção ou por dois terços dos associdos, com a condição de que o número total de associados corresponda a pelo menos 50% mais um dos trabalhadores da empresa.

Como exemplo, na última eleição da CSE, a Mercedes-Benz elegeu quinze membros (10.591 trabalhadores), a TRW Automotive cinco (640), a Volkswagem vinte e cinco (11.916), a ZF do Brasil quatro (1085), a Ford doze (4.123), a Toyota cinco (1297), etc.

Atualmente o sindicato tem 83 comitês na base. Ao todo, eles representam 84% da categoria, aproximadamente 101 mil trabalhadores. O processo eleitoral se inicia com a eleição dos 242 membros do CSE, que formam a base da  direção. As chapas são eleitas proporcionalmente ao número de votos.

Depois, passa-se à segunda e última etapa das eleições, na qual são eleitos os membros da  Executiva, do Conselho da Direção e do Conselho Fiscal. Os candidatos, estatutariamente, precisam ter sido eleitos no CSE.Nesta fase não há proporcionalidade - é o famoso "ganhou, levou".

Os líderes cutistas historiaram os trinta anos do processo de organização nos locais de trabalho dos metalúrgicos do ABC, que começaram com as comissões de fábricas, passam pelo Sistema Único de Representação (fusão de comisão de fábrica com Cipa) até chegarem ao formato atual.

Sérgio Nobre fez uma longa exposição das experiências de negociação que o sindicato desenvolve a partir da CSE, com a supervisão do Sindicato. Segundo ele, o maior enraízamento sindical nos locais de trabalho, produto dessa nova forma de organização,  facilita tanto a negociação como a mobilização

Para além do juízo de valor que se faça dessas formas novas de organização e negociação desenvolvidadas em um dos principais "laboratórios"  sindicais do país, é justo reconhecer que o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC continua sendo uma das principais vitrines sindicais do Brasil. E vale a pena ser estudado.