sexta-feira, 21 de maio de 2010

Dilma x Serra em São Paulo

Caiu bastante a diferença entre Dilma e Serra em São Paulo, estado tido como principal reduto dos tucanos. Em janeiro deste ano, pelo "Vox Populi", Serra tinha uma grande vantagem, cravando 31% acima de Dilma (49% a 18%). Cinco meses depois, em maio, a grande novidade: Serra caiu cinco pontos percentuais e foi para 44% e Dilma subiu 12 pontos, indo para 30%. A diferença, portanto, desabou de 31% para 14%. Se se considerar um quadro de 20 milhões de votos válidos, pode-se projetar que a diferença que era de 6,2 milhões de votos caiu para 2,8 milhões!!

A mesma pesquisa mostra um dado importante: 51% dos eleitores paulistas dizem que votariam no candidado indicado por Lula (soma entre os que votariam com certeza e os que votariam dependendo do candidato). Apesar do bombardeio por terra, mar e ar da mídia, a tendência pró-Dilma manifestada pelas últimas pesquisas tende a se consolidar.

Serra está sem programa, sem discurso e sem vice. O vice dos sonhos dele está em férias de um mês na Europa, em pleno ano eleitoral, sinalizando um distanciamento com a candidatura conservadora. Por outro lado, os palanques estaduais da Dilma, bem mais amplos, aos poucos se estruturam. Com a economia e os empregos crescendo, o prestígio nacional e internacional do Lula aumentando, parece que vai chover na horta da Dilma.

Pelo andar da carruagem, não será em São Paulo que os tucanos tirarão a grande diferença que virá de outros estados. Para desespero do presidente do PSDB/SP, que afirmou, em plenária dos tucanos, que se Serra não cravar 6 milhões de vantagem em São Paulo estaria frito.

Parece que a fritura começou...

terça-feira, 18 de maio de 2010

2010: 2,5 milhões de novos empregos!

Nesses quatro primeiros meses de 2010, segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), houve um acréscimo de 962.327 empregos com carteira assinada no país. Foi o melhor quadrimestre de geração de empregos da história do Brasil.

Pelos estudos do MTE, a previsão é de que o ano de 2010 atinja o montante de  2,5 milhões de novos empregos. Em 2009, só para comparar, houve um aumento de 995.110 empregos. A causa desse grande avanço é o robusto crescimento do PIB, que pode superar 7% neste ano.

Se se somar o PIB de 2009 e 2010, segundo o economista Ilan Goldfajn, o Brasil é o terceiro país em crescimento do mundo, e esse crescimento vem acompanhado de melhoria das condições de vida da população mais pobre. As dificuldades atuais dos EUA e principalmente da Europa tem repercussão pequena nos países emergentes, inclusive no Brasil.

Esse ciclo virtuoso da economia incomoda os gestores da política macroeconômica do país. Para eles, crescimento aumenta a demanda em escala superior à produção e provoca pressões inflacionárias. Daí o remédio amargo de sempre: mais juros para segurar a economia!

Contra essa opinião, o MTE afirma, com razão, que o desempenho vigoroso do mercado de trabalho é sintoma de que a produção está crescendo e, junto com ela, o emprego, afastando o fantasma da chamada inflação de demanda.

A elevação do número de trabalhadores com carteira assinada (41,4 milhões atualmente) e a ampliação da renda do trabalho ajudam a dar sustentabilidade ao crescimento. Além disso, é essencial que medidas legais de combate a rotatividade do trabalho sejam implantadas no país.

Nessa direção, é importante que instrumentos jurídicos como a Convenção 158 da OIT, que proíbe demissões imotivadas, seja incorporada ao acervo dos direitos trabalhistas brasileiros, sem o que a parte do trabalho na renda nacional continuará baixa.

Esperamos que a presidente Dilma Rousseff dê esse passo a mais no seu futuro governo, para que os ganhos de produtividade da economia sejam repassados para a massa salarial, um pilar estratégico para o novo projeto nacional de desenvolvimento.

Datafalha?

Depois da ditabranda, a Folha de São Paulo precisa explicar por que só no seu instituto de pesquisa - o "Datafolha" - a gangorra está invertida: Serra sobe e Dilma desce. Até mesmo o Ibope do tucano Montenegro admite o contrário. Sua última pesquisa aponta empate técnico entre os dois mais fortes candidatos à presidência da República.

Quem noticia isso é a coluna de Mônica Bergamo, na Folha de hoje. Segundo ela, a pesquisa Ibope, encomendada pelo PSDB, mostra a ascensão de Dilma e a queda de Serra. A última pesquisa presidencial do Datafolha, conhecido na praça como datafalha, é um raio em céu azul. Não dá para não desconfiar!

De rabo preso com seus (e)leitores tucanos, o jornalão paulista queima suas últimas gorduras de credibilidade. Ao se tornar âncora de uma até agora malsucedida campanha de Serra, a Folha transforma sua linha editorial e o seu noticiário em uma espécie de wishful thinking(pensando com os próprios desejos).

Beira ao ridículo as desastradas tentativas da Folha de não enxergar o que todo mundo vê. Um exemplo mais recente: o êxito incontestável da política externa do governo Lula. A crescente popularidade do presidente e a sua associação com a candidatura Dilma são tormentos diários para o jornal e para a campanha tucana.

A grande vantagem é que esse comportamento partidarizado, elitista e preconceituoso de boa parte da mídia brasileira cada vez interferedilma-roussef-dilma-3 menos na opinião das pessoas. Como dizem os chineses, temos que procurar a verdade nos fatos. E os fatos estão conspirando a favor de Dilma e contra a Folha. Para delírio da patuleia.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

SP: hora de definições!

Na próxima sexta-feira, dia 21, será formalizado o apoio do PCdoB à candidaduta do senador Aloízio Mercadante ao governo de São Paulo. No mesmo dia, o vereador Netinho de Paula e a ex-prefeita Marta Suplicy serão confirmados como candidatos ao Senado pela coligação.

O candidato a vice na chapa do Mercadante ainda não está definido. A construção de uma chapa ampla, para dar um caráter frentista mais claro na disputa, deveria se inclinar, segundo minha opinião estritamente pessoal, por um nome  do PDT para vice.

A imprensa tem especulado que setores do PT voltam a trabalhar com a hipótese de chapa puro-sangue. Em política, geralmente chapa puro-sangue coagula, e nas recidivas isso pode ser fatal.

O peso político e eleitoral de São Paulo faz com que a eleição no Estado seja bastante ligada à disputa nacional. A situação de crescimento das intenções de voto em Dilma e o aumento consistente da popularidade do governo Lula podem reverter o aparente favoritismo dos tucanos paulistas.

Essas condições, bem mais favoráveis do que nas eleições de 2006, e o amplo leque de partidos que se somam no apoio à chapa liderada por Mercadante, podem pavimentar o caminho de uma competitiva campanha para a sucessão estadual.

Esses fatores devem pesar mais do que as conveniências internas do PT. Juntar dois senadores do mesmo partido é, como dizem os hermanos,  más de lo mismo. Esse filme já se viu antes. O final pode ser diferente,  por que a história não se repete: ou é farsa ou é tragédia, como ensinou o professor Karl Marx.