sábado, 28 de março de 2009

Argentina

Neste domingo embarco para a Argentina para representar a CTB e a Federação Sindical Mundial no 9º Congresso da CTA - Central de Trabajadores de la Argentina, cujo secretário-geral é Hugo Yasky, foto à direita.

Além do congresso da CTA, está agendada uma reunião nossa com o secretário-geral da CGT - Confederación General del Trabajo, que tem como secretário-geral o camioneiro Hugo Moyano (foto à esquerda). As duas centrais sindicais são filiadas à CSA e à CSI, centrais sindicais internacionais resultantes da fusão da Ciosl com a CMT e suas representações regionais.

O 9º Congresso da CTA será realizado no Teatro Margarita Xirgu, de 30 a 31 de março, e deve contar com 7 mil delegados. As consignas do Congresso são "Que la crisis no la paguem los trabajadores" e "Por liberdad y democracia sindical".

A CTA foi fundada em congresso realizado em 14 de novembro de 1992 e se apresenta como defensora de três conceitos: filiação direta (qualquer trabalhador pode se filiar), democracia plena e autonomia política. Seus dirigentes afirmam que a CTA se contrapõe ao que eles chamam de sindicalismo empresarial e lutam para que haja trabalho, saúde, educação e justiça para todos. No interior da CTA atua uma denominada Corriente Clasista en la CTA.

A minha intervenção, de dez minutos, deve ser focada na crise do capitalismo, seus impactos no Brasil, as medidas governamentais e as propostas da CTB. Na volta, darei mais informações sobre essas atividades, que se inserem no esforço de se avançar a integração do sindicalismo latino-americano e caribenho e que, ressalte-se, tem no II Encontro Nossa América, a ser realizado em setembro, em São Paulo, um momento importante de afirmação da unidade classista do nosso continente.

Argentina

Neste domingo embarco para a Argentina para representar a CTB e a Federação Sindical Mundial no 9º Congresso da CTA - Central de Trabajadores de la Argentina, cujo secretário-geral é Hugo Yasky, foto à direita.

Além do congresso da CTA, está agendada uma reunião nossa com o secretário-geral da CGT - Confederación General del Trabajo, que tem como secretário-geral o camioneiro Hugo Moyano (foto à esquerda). As duas centrais sindicais são filiadas à CSA e à CSI, centrais sindicais internacionais resultantes da fusão da Ciosl com a CMT e suas representações regionais.

O 9º Congresso da CTA será realizado no Teatro Margarita Xirgu, de 30 a 31 de março, e deve contar com 7 mil delegados. As consignas do Congresso são "Que la crisis no la paguem los trabajadores" e "Por liberdad y democracia sindical".

A CTA foi fundada em congresso realizado em 14 de novembro de 1992 e se apresenta como defensora de três conceitos: filiação direta (qualquer trabalhador pode se filiar), democracia plena e autonomia política. Seus dirigentes afirmam que a CTA se contrapõe ao que eles chamam de sindicalismo empresarial e lutam para que haja trabalho, saúde, educação e justiça para todos. No interior da CTA atua uma denominada Corriente Clasista en la CTA.

A minha intervenção, de dez minutos, deve ser focada na crise do capitalismo, seus impactos no Brasil, as medidas governamentais e as propostas da CTB. Na volta, darei mais informações sobre essas atividades, que se inserem no esforço de se avançar a integração do sindicalismo latino-americano e caribenho e que, ressalte-se, tem no II Encontro Nossa América, a ser realizado em setembro, em São Paulo, um momento importante de afirmação da unidade classista do nosso continente.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Roteiro de intervenção para debate

OS TRABALHADORES E A CRISE DO CAPITALISMO
Fracasso do neoliberalismo
· Atual crise é o atestado de óbito para as políticas neoliberais (menos estado e mais mercado)
· Esgotamento da finaceirização, da desregulamentação financeira, livre fluxo de capitais, remessa de lucros, privatizações, especulação em detrimento da produção.
Início da atual crise
· Agosto/2007: estouro da bolha imobiliária dos EUA – hipotecas/derivativos
· Alguns exemplos do aprofundamento da crise: quebra de bancos, como o Lehman Brothers, com dívidas de US$ 613 bilhões de dólares, socorro à seguradora AIG de US$ 120 bilhões, fusões bancárias, quebra da indústria automobilística. Um dado importante: ações do Citibank caíram de US$ 55 dólares para US$ 0,80!
· Banco de Compensações internacionais (BIS) estima que, em dezembro de 2007, os derivativos já somavam US$ 516 trilhões de dólares, dez vezes a mais que o PIB mundial.
Crises são inevitáveis no capitalismo (Marx)
· A lógica do sistema capitalista é a busca incessante por lucros máximos. Para isso, se investe cada vez mais em capital constante (meios de produção – máquinas, equipamentos, terrenos – que passam sem alteração de valor para o produto acabado).
· Investe-se cada vez menos em capital variável, que serve para adquirir força de trabalho e que aumenta o valor no processo de trabalho ao criar a mais-valia (essência da exploração capitalista).
· A produção cresce em progressão geométrica e o consumo cresce em progressão aritmética (aumento da composição orgânica do capital): resultado: superprodução – produção maior do que a capacidade de consumo, sobretudo de bens de produção.
Capital fictício
Parte do capital financeiro (capital portador de juros) que não tem correspondência na produção (como os derivativos). Existe como papel, expectativa futura. Cresce tanto que não há como realizar mais valia para garantir esse capital fictício (daí o nome).
Há capital financeiro não fictício (moedas, títulos, ações) com certa correspondência na produção.
Várias crises
· A atual crise é financeira, bancária, creditícia e de superprodução. Evolui para crise social (desemprego, rebaixamento salarial) e pode se tornar crise política (Exemplo: leste europeu governos já caíram ou estão acuados na Letônia, República Tcheca, Bulgária, Romênia, Hungria, etc.)
Saídas
A alternativa socialista ainda não se impôs como necessidade, mas a crise pode desembocar em uma crise do sistema.
BRICs, hoje, podem ser contraponto, principalmente a China. O declínio dos EUA tem como contrapartida a ascensão da China, o que pode provocar uma reconfiguração da geopolítica mundial. PIB chinês, ao contrário dos EUA, Europa e Japão, pode ter crescimento alto, de 8%.
Banco Central da China propõe novo sistema monetário internacional, com criação de nova moeda mundial em substituição ao dólar.
BRASIL
Duas questões chaves para o próximo período: desenvolvimento da crise e sucessão presidencial. Oposição conservadora torce por impacto maior da crise no país para corroer credibilidade do governo e abrir espaço para seu retorno da ao poder.
· Pela primeira vez em mais de um século o Brasil não quebra diante de uma crise internacional (maiores reservas, maior diversificação comercial, sistema público de crédito, etc.).
· Estado é elemento central para enfrentar a crise: ampliar bastante o investimento público (BNDES, BB, CEF, Banco do Nordeste, Basa e também Petrobrás, Eletrobrás). Fortalecer o mercado interno face à queda do comércio internacional e o avanço do protecionismo.
· Observação: com FHC, disponibilidade de créditos públicos caiu de 50% para 1/3 e as privatizações foram da ordem de 15% do PIB e provocaram 500 mil demissões.
· Exigir contrapartida de garantia de emprego nas empresas beneficiárias de investimentos públicos, facilidades fiscais e creditícias.
· Reduzir juros e spreads bancários, controlar remessa de lucros e regulamentar fluxo de capital.
· Preservar empregos, salários e direitos trabalhistas e sociais, aprovar Convenção 158 da OIT, reduzir jornada sem reduzir salário.
· Ampliar as jornadas de lutas (30 de março, 1º de maio), aprofundar a unidade das centrais com o movimento sindical, trabalhar por um novo pacto político no país que tenha como base a defesa da democracia, do desenvolvimento com valorização do trabalho, defesa dos direitos dos trabalhadores e do progresso social, do fortalecimento da integração latino-americana e de unidade dos países ditos emergentes contra as potências imperialistas em declínio.
Nivaldo Santana (nsantana@uol.com.br)
htpp://nivaldoctb.blogspot.com

Roteiro de intervenção para debate

OS TRABALHADORES E A CRISE DO CAPITALISMO
Fracasso do neoliberalismo
· Atual crise é o atestado de óbito para as políticas neoliberais (menos estado e mais mercado)
· Esgotamento da finaceirização, da desregulamentação financeira, livre fluxo de capitais, remessa de lucros, privatizações, especulação em detrimento da produção.
Início da atual crise
· Agosto/2007: estouro da bolha imobiliária dos EUA – hipotecas/derivativos
· Alguns exemplos do aprofundamento da crise: quebra de bancos, como o Lehman Brothers, com dívidas de US$ 613 bilhões de dólares, socorro à seguradora AIG de US$ 120 bilhões, fusões bancárias, quebra da indústria automobilística. Um dado importante: ações do Citibank caíram de US$ 55 dólares para US$ 0,80!
· Banco de Compensações internacionais (BIS) estima que, em dezembro de 2007, os derivativos já somavam US$ 516 trilhões de dólares, dez vezes a mais que o PIB mundial.
Crises são inevitáveis no capitalismo (Marx)
· A lógica do sistema capitalista é a busca incessante por lucros máximos. Para isso, se investe cada vez mais em capital constante (meios de produção – máquinas, equipamentos, terrenos – que passam sem alteração de valor para o produto acabado).
· Investe-se cada vez menos em capital variável, que serve para adquirir força de trabalho e que aumenta o valor no processo de trabalho ao criar a mais-valia (essência da exploração capitalista).
· A produção cresce em progressão geométrica e o consumo cresce em progressão aritmética (aumento da composição orgânica do capital): resultado: superprodução – produção maior do que a capacidade de consumo, sobretudo de bens de produção.
Capital fictício
Parte do capital financeiro (capital portador de juros) que não tem correspondência na produção (como os derivativos). Existe como papel, expectativa futura. Cresce tanto que não há como realizar mais valia para garantir esse capital fictício (daí o nome).
Há capital financeiro não fictício (moedas, títulos, ações) com certa correspondência na produção.
Várias crises
· A atual crise é financeira, bancária, creditícia e de superprodução. Evolui para crise social (desemprego, rebaixamento salarial) e pode se tornar crise política (Exemplo: leste europeu governos já caíram ou estão acuados na Letônia, República Tcheca, Bulgária, Romênia, Hungria, etc.)
Saídas
A alternativa socialista ainda não se impôs como necessidade, mas a crise pode desembocar em uma crise do sistema.
BRICs, hoje, podem ser contraponto, principalmente a China. O declínio dos EUA tem como contrapartida a ascensão da China, o que pode provocar uma reconfiguração da geopolítica mundial. PIB chinês, ao contrário dos EUA, Europa e Japão, pode ter crescimento alto, de 8%.
Banco Central da China propõe novo sistema monetário internacional, com criação de nova moeda mundial em substituição ao dólar.
BRASIL
Duas questões chaves para o próximo período: desenvolvimento da crise e sucessão presidencial. Oposição conservadora torce por impacto maior da crise no país para corroer credibilidade do governo e abrir espaço para seu retorno da ao poder.
· Pela primeira vez em mais de um século o Brasil não quebra diante de uma crise internacional (maiores reservas, maior diversificação comercial, sistema público de crédito, etc.).
· Estado é elemento central para enfrentar a crise: ampliar bastante o investimento público (BNDES, BB, CEF, Banco do Nordeste, Basa e também Petrobrás, Eletrobrás). Fortalecer o mercado interno face à queda do comércio internacional e o avanço do protecionismo.
· Observação: com FHC, disponibilidade de créditos públicos caiu de 50% para 1/3 e as privatizações foram da ordem de 15% do PIB e provocaram 500 mil demissões.
· Exigir contrapartida de garantia de emprego nas empresas beneficiárias de investimentos públicos, facilidades fiscais e creditícias.
· Reduzir juros e spreads bancários, controlar remessa de lucros e regulamentar fluxo de capital.
· Preservar empregos, salários e direitos trabalhistas e sociais, aprovar Convenção 158 da OIT, reduzir jornada sem reduzir salário.
· Ampliar as jornadas de lutas (30 de março, 1º de maio), aprofundar a unidade das centrais com o movimento sindical, trabalhar por um novo pacto político no país que tenha como base a defesa da democracia, do desenvolvimento com valorização do trabalho, defesa dos direitos dos trabalhadores e do progresso social, do fortalecimento da integração latino-americana e de unidade dos países ditos emergentes contra as potências imperialistas em declínio.
Nivaldo Santana (nsantana@uol.com.br)
htpp://nivaldoctb.blogspot.com

Nitroglicerina pura


Como a oposição não tem um programa alternativo para apresentar à sociedade, vive requentando factóides. Além da esfarrapada bandeira udenista da ética e da moralidade, tucanos e demos gostam de parolar sobre a gastança do estado, o aparelhamento dos cargos púbicos e outras baboseiras.


O Serra, por exemplo, também costuma atirar nessa direção. Quando foi prefeito de São Paulo nomeou seus apaniguados ex-prefeitos do interior para assumirem as funções de sub-prefeitos na Capital. A maioria deles não conhecia São Paulo e muito menos os bairros que eles deveriam administrar. Mas, como são cargos de confiança, de livre provimento, como se diz na língua da administração pública, o eleito tem o direito de escolher quem melhor lhe aprouver. Tudo bem. Só que, quando são os partidos da base do governo Lula (ou o próprio) que indicam aliados políticos para esta ou aquela função, pronto!, o mundo vem abaixo, é a cupinização do estado, como disse com a maior cara de pau o ex-presidente FHC. Para ele, isso é cupinização, mas comprar votos para a reeleição, vender na bacia das almas nossas estatais, perseguir trabalhadores e aposentados e afundar o Brasil no neoliberalismo é modernidade, avanço...


Mas toda essa enrolação é apenas um longo prolegômenos para o que de fato eu queria dizer. A operação da Polícia Federal que prendeu diretores e funcionários da Camargo Correa envolveu, entre outros, nomes ligados ao PSDB e ao DEM.


Como esse tipo de notícia torna hipócrita a campanha desses dois partidos paladinos dos bons costumes, a mídia subserviente corre logo para mostrar que a empresa também faz obras para o governo federal.


O portal UOL, por exemplo, neste momento mancheteia que a Camargo Correa faz obras para o PAC. Claro que faz, não é segredo para ninguém que essa construturora faz, sozinha ou em consórcio, praticamente todas as principais obras públicas do país. Em São Paulo, atualmente a empreiteira faz a famosa linha-4 do Metrô, obra de dois bilhões de dólares, o Rodoanel, etc.


Como não existe financiamento público para as campanhas eleitorais, essas empresas financiam praticamente todos os partidos, constrangendo a atuação de cada um deles na hora de fiscalizar obras, licitações, concorrências, superfaturamentos etc. e tal.
Essas empresas bancam as campanhas eleitorais não por convergência programática, espírito democrático. Na verdade, o que fazem é um investimento que reclama retorno. E nada de "a fundo perdido"... Essa relação promíscua, desgraçadamente, vive no fio da navalha. Daí para a ilegalidade é um passo. Não falo nem dessa operação específica, mas é assim que as coisas funcionam. Nesse ponto, nossos reformadores políticos se calam, só falam em restrições antidemocráticas como clásula de barreira, fim das coligações e outros casuísmos.
Financiamento público das campanhas eleitorais é o melhor remédio não para acabar, mas para minimizar o peso do poder econômico nas disputas eleitorais. Mas isso não passa no atual Congresso - e nem a dona mídia toda-poderosa e moralista aceita falar disso.

Nitroglicerina pura


Como a oposição não tem um programa alternativo para apresentar à sociedade, vive requentando factóides. Além da esfarrapada bandeira udenista da ética e da moralidade, tucanos e demos gostam de parolar sobre a gastança do estado, o aparelhamento dos cargos púbicos e outras baboseiras.


O Serra, por exemplo, também costuma atirar nessa direção. Quando foi prefeito de São Paulo nomeou seus apaniguados ex-prefeitos do interior para assumirem as funções de sub-prefeitos na Capital. A maioria deles não conhecia São Paulo e muito menos os bairros que eles deveriam administrar. Mas, como são cargos de confiança, de livre provimento, como se diz na língua da administração pública, o eleito tem o direito de escolher quem melhor lhe aprouver. Tudo bem. Só que, quando são os partidos da base do governo Lula (ou o próprio) que indicam aliados políticos para esta ou aquela função, pronto!, o mundo vem abaixo, é a cupinização do estado, como disse com a maior cara de pau o ex-presidente FHC. Para ele, isso é cupinização, mas comprar votos para a reeleição, vender na bacia das almas nossas estatais, perseguir trabalhadores e aposentados e afundar o Brasil no neoliberalismo é modernidade, avanço...


Mas toda essa enrolação é apenas um longo prolegômenos para o que de fato eu queria dizer. A operação da Polícia Federal que prendeu diretores e funcionários da Camargo Correa envolveu, entre outros, nomes ligados ao PSDB e ao DEM.


Como esse tipo de notícia torna hipócrita a campanha desses dois partidos paladinos dos bons costumes, a mídia subserviente corre logo para mostrar que a empresa também faz obras para o governo federal.


O portal UOL, por exemplo, neste momento mancheteia que a Camargo Correa faz obras para o PAC. Claro que faz, não é segredo para ninguém que essa construturora faz, sozinha ou em consórcio, praticamente todas as principais obras públicas do país. Em São Paulo, atualmente a empreiteira faz a famosa linha-4 do Metrô, obra de dois bilhões de dólares, o Rodoanel, etc.


Como não existe financiamento público para as campanhas eleitorais, essas empresas financiam praticamente todos os partidos, constrangendo a atuação de cada um deles na hora de fiscalizar obras, licitações, concorrências, superfaturamentos etc. e tal.
Essas empresas bancam as campanhas eleitorais não por convergência programática, espírito democrático. Na verdade, o que fazem é um investimento que reclama retorno. E nada de "a fundo perdido"... Essa relação promíscua, desgraçadamente, vive no fio da navalha. Daí para a ilegalidade é um passo. Não falo nem dessa operação específica, mas é assim que as coisas funcionam. Nesse ponto, nossos reformadores políticos se calam, só falam em restrições antidemocráticas como clásula de barreira, fim das coligações e outros casuísmos.
Financiamento público das campanhas eleitorais é o melhor remédio não para acabar, mas para minimizar o peso do poder econômico nas disputas eleitorais. Mas isso não passa no atual Congresso - e nem a dona mídia toda-poderosa e moralista aceita falar disso.

terça-feira, 24 de março de 2009

PCdoB volta à Alesp


Na tarde de ontem (23 de março), o PCdoB voltou a ter representação na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. O engenheiro Pedro Bigardi assumiu o seu mandato graças a uma determinação do TSE, que cassou ato anterior da Mesa diretora daquela Casa.
Compareceram à posse o ministro do Esporte, Orlando Silva, Walter Sorrentino, PCdoB nacional, Nádia Campeão, presidente estadual do partido, diversos vereadores da legenda, como o vereador da Capital Jamil Murad e dezenas de lideranças partidárias e de Jundiaí, principal base eleitoral do novo deputado comunista.

PCdoB volta à Alesp


Na tarde de ontem (23 de março), o PCdoB voltou a ter representação na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. O engenheiro Pedro Bigardi assumiu o seu mandato graças a uma determinação do TSE, que cassou ato anterior da Mesa diretora daquela Casa.
Compareceram à posse o ministro do Esporte, Orlando Silva, Walter Sorrentino, PCdoB nacional, Nádia Campeão, presidente estadual do partido, diversos vereadores da legenda, como o vereador da Capital Jamil Murad e dezenas de lideranças partidárias e de Jundiaí, principal base eleitoral do novo deputado comunista.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Mercado de trabalho formal

O diretor-técnico do DIEESE - Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos - Clemente Ganz Lúcio, proferiu uma palestra nesta segunda-feira, 23 de março, no Sindicato dos Químicos e Plásticos de São Paulo, abordando o tema "Crise Internacional, Conjuntura Macroeconômica e Negociação Salarial".

A exposição ampla e consistente deu início a uma série que o Dieese fará em todos os estados do Brasil. No início, Clemente aborda a crise atual do capitalismo. Para ele, esta é a maior crise desde 1929, atinge todos os países e terá duração e intensidade diferentes para todos os países. A gravidade da crise pode ser dimensionada pela incapacidade de os organismos multilaterais como FMI e Banco Mundial chegarem a um acordo sobre as perspectivas econômicas mundiais, gerando um clima de incertezas generalizadas.

Para o técnico, a situação singular vivida pelo Brasil de democracia, crescimento econômico e distribuição de renda sofreu um baque com a crise. As greves passarão, segundo ele, de propositivas ( novas conquistas) para reativas (segurar o que tem).

Dos vários indicadores citados pelo palestrante do Dieese, destaco dois: a) o sistema financeiro internacional passou a adotar um índice de alavancagem de 35 vezes superior aos ativos; isto quer dizer, para quem não é versado no economês, que uma instituição financeira emprestava até 35 vezes o seu ativo, quando a norma internacional recomenda uma alavancagem máxima de 12 vezes; b) outro dado inquietante é que o PIB mundial é de US$ 70 trilhões e a atual crise já pulverizou US$ 65 bilhões.

Clemente afirma que existe uma possibilidade da crise combinar dois fatores destrutivos na economia mundial: a recessão pode se transformar em depressão e esta ainda pode conviver com a deflação (a queda contínua dos preços trava os investimentos).

A seguir, o Dieese aponta estudos sobre o mercado de trabalho no Brasil. Emprego e salário comparados com o crescimento da economia, a inflação etc. Foi um longo e importante relato - indispensável para todo sindicalista.

Um dado de 2008 é interessante para mostrar a rotatividade do emprego no Brasil. Nesse ano, foram contratados (mercado formal) 16.659.331 trabalhadores, demitidos 15.207.127, o que resulta num saldo positivo (número de empregos formais) de 1.452.204.

Ocorre que 60% das dispensas ocorreram com trabalhadores com menos de um ano de carteira assinada (9 milhões), dado que revela a imensa volatilidade do emprego no país. Uma outra informação preocupante é que há redução da média salarial dos admitidos em comparação à média salarial dos demitidos. Essa situação foi parcialmente atenuada pela política de valorização do salário mínimo.

A luta, portanto, é por uma política de desenvolvimento nacional que incorpore medidas efetivas para gerar mais e melhores empregos (lutar pelo pleno emprego), limitar dramaticamente a rotatividade do trabalho (como, por exemplo, via aprovação da Convenção 158 da OIT) , reduzir jornada sem reduzir salário, manter a política de valorização do salário mínimo.

Essas medidas interessam aos trabalhadores e ao conjunto da sociedade, por que, como afirma o Dieese, é no fortalecimento do mercado interno que reside os principais trunfos do Brasil para se safar da crise. E é por aí também que vamos dar conta de um grande desafio: o Brasil precisa abrir dois milhões de novas vagas anuais só para atender a juventude que ingressa no mercado de trabalho.

Mercado de trabalho formal

O diretor-técnico do DIEESE - Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos - Clemente Ganz Lúcio, proferiu uma palestra nesta segunda-feira, 23 de março, no Sindicato dos Químicos e Plásticos de São Paulo, abordando o tema "Crise Internacional, Conjuntura Macroeconômica e Negociação Salarial".

A exposição ampla e consistente deu início a uma série que o Dieese fará em todos os estados do Brasil. No início, Clemente aborda a crise atual do capitalismo. Para ele, esta é a maior crise desde 1929, atinge todos os países e terá duração e intensidade diferentes para todos os países. A gravidade da crise pode ser dimensionada pela incapacidade de os organismos multilaterais como FMI e Banco Mundial chegarem a um acordo sobre as perspectivas econômicas mundiais, gerando um clima de incertezas generalizadas.

Para o técnico, a situação singular vivida pelo Brasil de democracia, crescimento econômico e distribuição de renda sofreu um baque com a crise. As greves passarão, segundo ele, de propositivas ( novas conquistas) para reativas (segurar o que tem).

Dos vários indicadores citados pelo palestrante do Dieese, destaco dois: a) o sistema financeiro internacional passou a adotar um índice de alavancagem de 35 vezes superior aos ativos; isto quer dizer, para quem não é versado no economês, que uma instituição financeira emprestava até 35 vezes o seu ativo, quando a norma internacional recomenda uma alavancagem máxima de 12 vezes; b) outro dado inquietante é que o PIB mundial é de US$ 70 trilhões e a atual crise já pulverizou US$ 65 bilhões.

Clemente afirma que existe uma possibilidade da crise combinar dois fatores destrutivos na economia mundial: a recessão pode se transformar em depressão e esta ainda pode conviver com a deflação (a queda contínua dos preços trava os investimentos).

A seguir, o Dieese aponta estudos sobre o mercado de trabalho no Brasil. Emprego e salário comparados com o crescimento da economia, a inflação etc. Foi um longo e importante relato - indispensável para todo sindicalista.

Um dado de 2008 é interessante para mostrar a rotatividade do emprego no Brasil. Nesse ano, foram contratados (mercado formal) 16.659.331 trabalhadores, demitidos 15.207.127, o que resulta num saldo positivo (número de empregos formais) de 1.452.204.

Ocorre que 60% das dispensas ocorreram com trabalhadores com menos de um ano de carteira assinada (9 milhões), dado que revela a imensa volatilidade do emprego no país. Uma outra informação preocupante é que há redução da média salarial dos admitidos em comparação à média salarial dos demitidos. Essa situação foi parcialmente atenuada pela política de valorização do salário mínimo.

A luta, portanto, é por uma política de desenvolvimento nacional que incorpore medidas efetivas para gerar mais e melhores empregos (lutar pelo pleno emprego), limitar dramaticamente a rotatividade do trabalho (como, por exemplo, via aprovação da Convenção 158 da OIT) , reduzir jornada sem reduzir salário, manter a política de valorização do salário mínimo.

Essas medidas interessam aos trabalhadores e ao conjunto da sociedade, por que, como afirma o Dieese, é no fortalecimento do mercado interno que reside os principais trunfos do Brasil para se safar da crise. E é por aí também que vamos dar conta de um grande desafio: o Brasil precisa abrir dois milhões de novas vagas anuais só para atender a juventude que ingressa no mercado de trabalho.