As duas centrais sindicais portuguesas - a CGTP-IN e a UGT - realizam nesta quinta-feira, 24, uma greve geral que praticamente paraliza Portugal. Ao fim do dia, realiza-se um ato em Lisboa, em frente à Assembleia da República. "Terra da fraternidade, / Grândola, vila morena / Em cada rosto igualdade / O povo é quem mais ordena", cantavam os manifestantes, lembrando o 25 de abril.
A greve, que teve ampla adesão no Continente e Regiões Autônomas, incorporou tanto o setor público quanto o privado. É uma forte reação contra o pacote de austeridade que, entre outras coisas, promove demissões sem justa causa, retira subsídios de férias e do Natal, aumenta a jornada de trabalho em meia hora por dia, sem remuneração, dentre outros ataques aos direitos dos trabalhadores da ativa e aposentados.
A saudação à greve feita pela CGTP-IN fala em "intensificar a luta para construir um Portugal de futuro". Para tanto, lutam contra o que chamam de "retrocesso social e civilizacional" imposto pelo governo e defendem a renegociação da dívida, dos prazos e dos juros, ao lado do apoio a medidas para dinamizar o setor produtivo, fazer a economia crescer, gerar mais e melhores empregos de qualidade e elevar os salários em geral e o salário mínimo.
Os secretários-gerais da CGTP e UGT, respectivamente Manuel Carvalho da Silva e João Proença, em entrevista coletiva disseram que esta foi a maior greve geral da história de Portugal. Em homenagem aos combativos trabalhadores portugueses, trecho da inesquecível música de Chico Buarque para celebrar a Revolução dos Cravos:
"Sei que há léguas a nos separar / Tanto mar, tanto mar / Sei, também, quanto é preciso, pá, / Navegar, navegar..."