sexta-feira, 18 de junho de 2010

Pondo a mão em alguns vespeiros

Heloísa Helena, presidente do PSOL, afirma que foi usada pelo partido nas eleições passadas e que membros da direção nacional do partido não mereceram esse seu "sacrifício".  Sacrifício, para ela, é ter ficado fora do Senado, questão muito mais importante, em sua visão, do que a construção do novíssimo partido da esquerda "ética"  brasileira.

Nessa linha, ela dá de ombros para a disciplina partidária. Diz que não vai fazer campanha para o candidato a presidente do partido. Vou cuidar do meu roçado de Alagoas, eles que se virem, diz aquela que, há pouco tempo, era a popstar dos neo-udenistas de esquerda.

Em outro front, militantes do mesmo PSOL e do PSTU tentaram construir uma central sindical e, pasmem, o congresso de fundação, realizado neste início de junho, em Santos, deu com os burros n'água. O PSTU diz que a turma do PSOL não se adapta à "democracia operária", e estes respondem dizendo que o PSTU confunde democracia operária com rolo compressor.

As vinte e duas teses apresentadas não foram suficientes para construir um consenso mínimo para edificar aquela que seria, nas palavras de seus mentores, uma nova organização sindical, popular e estudantil. E revolucionária, naturalmente. É mole?

Agora que a mídia se reposicionou e tenta transformar Marina da Silva na nova namoradinha do Brasil, num óbvio esforço diversionista para levar a sucessão presidencial para o segundo turno, os esquerdistas sectários se fragmentam em múltiplas candidaturas. PSOL, PSTU, PCB e PCO, cada um com o seu candidato, disputam o título de o mais radical na retórica e jogam na lata do lixo a tal "frente de esquerda".

E a nossa verde, com seu vice bilionário, desfila Brasil afora cantarolando uma melodia atrasada e anacrônica, que muitos chamam de "santuarismo" - espécie de dogma religioso segundo o qual seria um pecado mortal a relação do homem com a natureza e errado o esforço de combinar, com harmonia e equilíbrio, o desenvolvimento, a soberania nacional e a proteção ambiental.

E os novos apóstolos do Apocalipse, com as bençãos de gente não tão santa assim, querem condenar o país a uma posição subalterna, extrativista. O império bate palmas e pede bis.

domingo, 13 de junho de 2010

Desenvolvimento, Trabalho e Eleições

A valorização da força de trabalho é uma âncora econômica e social imprescindível  na formulação de uma robusta estratégia nacional de desenvolvimento. A renda do trabalho fortalece o mercado interno, pilar importante do crescimento econômico, e dinamiza a mobilidade social, contribuindo, dessa forma, para uma distribuição de renda mais justa.

Um exemplo importante é a atual política de valorização permanente do salário mínimo. O valor atual do salário mínimo brasileiro é de R$ 510,00, o maior valor real do último quarto de século. Durante o governo Lula, o salário mínimo brasileiro teve aumento real de 53,6%. Um dado fala por todos: hoje o salário mínimo compra 2,2 cestas básicas, quando no início do governo Lula adquiria apenas 1,4 cestas.

A importância desse aumento é indiscutível. No governo Lula foram gerados até agora 13 milhões de novos empregos formais. Passou-se de 28,7 milhões, em 2003,  para os atuais 41,5 milhões. Noventa por cento dos empregos criados foram na faixa de até três salários mínimos, que incide diretamente na parcela mais vulnerável da população.

O impacto combinado do aumento do emprego formal e da valorização do salário mínimo provocou a grande diminuição do número de pobres no Brasil. Usa-se no Brasil um critério segundo o qual pobre é aquele cuja renda mensal familiar per capita é de até R$ 137,00.

Por esse critério, o número de pobres no Brasil em 2003 era de 50 milhões de pessoas e hoje caiu para 29,9 milhões. O crescimento da economia, que este ano pode bater na casa dos 7,5%, faz com que a taxa de diminuição da pobreza no país fique em torno de 10% ao ano.

As principais causas dessa mobilidade social ascedente (as chamadas classes ABC tiveram um incremento de 31,9 milhões de pessoas) estão ligadas a valorização da força de trabalho. Mais importante do que programas sociais de transferência de renda como o Bolsa-Família, a melhor distribuição de renda no Brasil está diretamente associada ao aumento do emprego formal, aumento da renda do trabalho e valorização do salário mínimo.

Todos esses dados, retirados de matéria publicada neste domingo na Folha de São Paulo, explicam a grande popularidade do presidente Lula e apontam para uma verdade inconteste. Os trabalhadores foram  beneficiários diretos dessa política e precisam, portanto,  estar na linha de frente para impulsionar o projeto nacional de desenvolvimento.

A vitoriosa realização da Conferência Nacional da Classe trabalhadora no último dia 1º de junho, no Pacaembu, caminha nessa direção. A participação de 30 mil trabalhadores e cinco centrais sindicais (CUT, Força Sindical, CTB, Nova Central e CGTB) e a aprovação de uma agenda dos trabalhadores para o desenvolvimento, contribuem enormente para consolidar e aprofundar as mudanças progressistas em curso no país.

Todo essa mobilização social, neste estratégico ano de 2010, precisa ser direcionada para a principal batalha política do ano, que são as eleições gerais e outubro. Eleger Dilma presidente,  além de governadores, senadores e deputados comprometidos com essa política, é fundamental para os trabalhadores brasileiros.