Vencer eleições presidenciais é uma tarefa complexa, principalmente em um país heterogêneo e imenso como o Brasil. Pelas singularidades do nosso país, é condição indispensável a construção de uma ampla frente política e social para garantir o êxito eleitoral.
Frentes amplas são carregadas de contradições. Trazem dentro de si interesses e objetivos diversos. A engenharia política consiste em consolidar a unidade em meio a diversidade. Não é serviço para amadores.
O palanque de Dilma é nucleado por partidos de esquerda, mas incorpora também forças políticas moderadas e até conservadoras. Tem apoio de praticamente todo o movimento sindical, dos movimentos sociais, da intelectualidade progressista, mas também de diferentes setores empresariais, inclusive de grandes empresários.
Foquei matutando, por exemplo, em duas reuniões públicas da nossa candidata com mulheres da alta sociedade paulista e carioca. Antes, na casa da família Abílio Diniz. Ontem, um almoço na casa de Lily Marinho, viúva do poderoso Roberto Marinho.
Dilma se saiu bem nesses ambientes mais refratários à sua candidatura. A Senhora Lily chegou a dizer que não vai marcar eventos desse tipo com outros candidatos e que veria com bons olhos a vitória de Dilma.
Essa reportagem, no momento em que escrevo, era a mais acessada e comentada no portal UOL. A vida como ela é. Vencer eleições no Brasil não é brincadeira de criança nem disputa para escolher o orador da turma.
É preciso ter posição, fazer uma campanha programática, ter rumo e coerência. Mas é preciso saber dialogar com um espectro mais amplo do que imagina a nossa vã consciência. É a regra do jogo. Viajar é preciso. Acumular forças também!
Opiniões, comentários e notas sobre política, sindicalismo, economia, esporte, cultura e temas correlatos.
sábado, 10 de julho de 2010
sexta-feira, 9 de julho de 2010
Guerra eleitoral
Alguém disse que na guerra a primeira vítima é a verdade. Nas eleições, as coisas parecem funcionar assim também. As forças em confronto procuram valorizar seus pontos fortes, seus êxitos, suas potencialidades e virtudes.
Os pontos fracos, os problemas e as insuficiências são ou ignorados ou minimizados. É a regra do jogo. Quem busca reverberar e bater bumbo nos problemas é o lado adversário. O papel clássico da oposição, por exemplo, é procurar com lupa tudo o que pode ser fustigado no campo situacionista. E no Brasil quem cumpre de forma mais clara esse papel é a imprensa.
Um exemplo: o conservador "O Estado de São Paulo" , no seu papel de oposição ao governo Lula e à sua candidata, deu manchete principal à barbeiragem da coordenação da campanha de Dilma, que substituiu o programa protocolado no TSE.
Sem entrar no mérito específico desse caso, o que eu gostaria de destacar é que, logo no início da batalha eleitoral, não seria exatamente o nosso papel jogar água no mesmo moinho do Estadão.
O nosso papel precisa de maioir plasticidade para enfrentar essas cascas de banana. Isso se encarmos a guerra tal como ela é. Devemos concentrar o melhor das nossas energias para desconstruir o candidato da direita, não alimentando querelas dificultadoras de nossa atuação.
Há uma ampla gama de questões que podem minar a candidatura da direita. Os caras não tem programa, projeto e propostas, apenas repetem que vão melhorar o que Lula já vem fazendo. Se é só para melhorar, não precisa de alguém da oposição, essa é uma verdade acaciana.
Na verdade o programa de Serra acabou virando, com todo o respeito, um programa de Índio, com o obscuro vice finalmente escolhido. Serra até pediu ao deputado que lesse seus textos para não falar bobagem durante a campanha. Isso depois de uma interminável novela.
Tudo isso somado a outros problemas: sem programa, com poucos partidos apoiando, palanques debilitados nos Estados: vai ser uma tarefa hercúlea reverter essas desvantagens comparativas. Não seremos nós que vamos ajudá-los a sair dessa enrascada.
Guerra é guerra, não devemos dar munição aos adversários nem abrir o flanco para investidas da oposição. Ingenuidade política é pensar o contrário. Numa ampla coalização, com partidos que vão do centro à esquerda, certamente existem contradições.
Mas, como diria o velho Mao, são contradições não antagônicas. A contradição principal, que deve ser o fio condutor de nossa atuação nessas eleições, é derrotar o conservadorismo e avançar nas mudanças. Com Dilma. Tenho dito.
Os pontos fracos, os problemas e as insuficiências são ou ignorados ou minimizados. É a regra do jogo. Quem busca reverberar e bater bumbo nos problemas é o lado adversário. O papel clássico da oposição, por exemplo, é procurar com lupa tudo o que pode ser fustigado no campo situacionista. E no Brasil quem cumpre de forma mais clara esse papel é a imprensa.
Um exemplo: o conservador "O Estado de São Paulo" , no seu papel de oposição ao governo Lula e à sua candidata, deu manchete principal à barbeiragem da coordenação da campanha de Dilma, que substituiu o programa protocolado no TSE.
Sem entrar no mérito específico desse caso, o que eu gostaria de destacar é que, logo no início da batalha eleitoral, não seria exatamente o nosso papel jogar água no mesmo moinho do Estadão.
O nosso papel precisa de maioir plasticidade para enfrentar essas cascas de banana. Isso se encarmos a guerra tal como ela é. Devemos concentrar o melhor das nossas energias para desconstruir o candidato da direita, não alimentando querelas dificultadoras de nossa atuação.
Há uma ampla gama de questões que podem minar a candidatura da direita. Os caras não tem programa, projeto e propostas, apenas repetem que vão melhorar o que Lula já vem fazendo. Se é só para melhorar, não precisa de alguém da oposição, essa é uma verdade acaciana.
Na verdade o programa de Serra acabou virando, com todo o respeito, um programa de Índio, com o obscuro vice finalmente escolhido. Serra até pediu ao deputado que lesse seus textos para não falar bobagem durante a campanha. Isso depois de uma interminável novela.
Tudo isso somado a outros problemas: sem programa, com poucos partidos apoiando, palanques debilitados nos Estados: vai ser uma tarefa hercúlea reverter essas desvantagens comparativas. Não seremos nós que vamos ajudá-los a sair dessa enrascada.
Guerra é guerra, não devemos dar munição aos adversários nem abrir o flanco para investidas da oposição. Ingenuidade política é pensar o contrário. Numa ampla coalização, com partidos que vão do centro à esquerda, certamente existem contradições.
Mas, como diria o velho Mao, são contradições não antagônicas. A contradição principal, que deve ser o fio condutor de nossa atuação nessas eleições, é derrotar o conservadorismo e avançar nas mudanças. Com Dilma. Tenho dito.
quinta-feira, 8 de julho de 2010
Movimento sindical e eleições
Em sua última reunião, a direção nacional da CTB formalizou o seu apoio à candidatura de Dilma Rousseff à presidência da República. As razões desse apoio derivam da identidade programática da candidata com o movimento sindical brasileiro.
As propostas que Dilma defende contribuem para viabilizar a agenda dos trabalhadores aprovada na Conferência Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat), evento que reuniu quase 30 mil trabalhadores de todos o país no estádio do Pacaembu, em 1º de junho passado.
Para dar efetividade a essa resolução, o movimento sindical brasileiro e a CTB, em particular, precisam associar a massificação do documento aprovado na Conclat com a campanha eleitoral.
Além da sucessão presidencial, em 3 de outubro os brasileiros votarão nos candidatos aos governos dos estados, em 2/3 dos senadores, e nos candidatos a deputado federal e estadual.
Uma ideia interessante é fazer lançamentos estaduais da agenda dos trabalhadores - e do projeto nacional de desenvolvimento com valorização do trabalho - com os candidatos ao governo do Estado, ao Senado, à Câmara Federal e à Assembleia Legislativa identificados com os trabalhadores.
As direções nacionais das centrais sindicais estão organizando um ato nacional para entrega do documento à Dilma Rousseff. Paralelamente, é possível fazer o mesmo movimento em cada Estado, com ou sem a presença da nossa candidata à presidente, que, por razões óbvias, tem uma agenda muito apertada.
Fazer esse movimento mais geral e depois se engajar diretamente nas campanhas eleitorais são as tarefas centrais dos sindicalistas. A grande batalha política do ano já começou e durará três meses. Não podemos vacilar. É campanha na rua para garantir a continuidade e aprofundamento do ciclo progressista inaugurado com o governo Lula.
As propostas que Dilma defende contribuem para viabilizar a agenda dos trabalhadores aprovada na Conferência Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat), evento que reuniu quase 30 mil trabalhadores de todos o país no estádio do Pacaembu, em 1º de junho passado.
Para dar efetividade a essa resolução, o movimento sindical brasileiro e a CTB, em particular, precisam associar a massificação do documento aprovado na Conclat com a campanha eleitoral.
Além da sucessão presidencial, em 3 de outubro os brasileiros votarão nos candidatos aos governos dos estados, em 2/3 dos senadores, e nos candidatos a deputado federal e estadual.
Uma ideia interessante é fazer lançamentos estaduais da agenda dos trabalhadores - e do projeto nacional de desenvolvimento com valorização do trabalho - com os candidatos ao governo do Estado, ao Senado, à Câmara Federal e à Assembleia Legislativa identificados com os trabalhadores.
As direções nacionais das centrais sindicais estão organizando um ato nacional para entrega do documento à Dilma Rousseff. Paralelamente, é possível fazer o mesmo movimento em cada Estado, com ou sem a presença da nossa candidata à presidente, que, por razões óbvias, tem uma agenda muito apertada.
Fazer esse movimento mais geral e depois se engajar diretamente nas campanhas eleitorais são as tarefas centrais dos sindicalistas. A grande batalha política do ano já começou e durará três meses. Não podemos vacilar. É campanha na rua para garantir a continuidade e aprofundamento do ciclo progressista inaugurado com o governo Lula.
Assinar:
Postagens (Atom)