Nessas últimas semanas, boa parte da mídia brasileira volta a atacar com ferocidade o governo Lula e adjacências. A Eliane Cantanhede, em artigo da Folha, é reveladora: ela diz que só tem CPI devido à imprensa, por que se depender da oposição, choraminga, não sai nada.
Toda essa movimentação tem como pano de fundo a sucessão presidencial. Prestígio de Lula em alta, Dilma crescendo e o arraial dos tucanos dividido. Ontem, por exemplo, o enigmático jogo do Ciro Gomes com o Aécio fragiliza as pretensões de Serra. Ciro é do tipo faço acordo com qualquer um, desde que o adversário seja o Serra.
Essa marola toda indica que há um caminho traçado - o de Dilma - e um ainda em construção - o da oposição. Não parece claro que Serra já tenha ganho a parada. Ele pode até, como já se especulou, reorientar suas ambições no sentido da reeleição em São Paulo. Ele precisa de um apoio forte, consistente e sério de Aécio para se aventurar na eleição presidencial. Os movimentos erráticos de Aécio, inclusive esses afagos com Ciro Gomes, podem sugerir que, uma vez mais, o governador mineiro possa fazer cara de paisagem se não for ele o ungido para o pleito presidencial.
Mas tudo são especulações. Estamos ainda no, permitam-me a expressão, prolegômeno da disputa. A artilharia pesada da mídia é um sério indicativo de que as forças conservadoras não estão para brincadeira, embora estejam ainda mal na foto. Eles não jogam a toalha e apostam até os 45 minutos do segundo tempo para trincar a blindagem de Lula e abrir caminho para o retorno conservador. Essa é a luta política da vez.
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