sábado, 17 de outubro de 2009

China, 60 anos de socialismo

A China tem mais de 1,3 bilhão de habitantes, distribuídos em 56 etnias (92% são Ham e as outras 55 somam 8% da população). Além da língua chinesa, majoritária, 53 etnias falam línguas próprias.No país há 100 milhões de pessoas que seguem o budismo, o taoismo, o islamismo, o catolicismo e o protestantismo.

Conhecer mais e melhor esse gigante asiático é questão da mais alta atualidade. O centro de gravidade do mundo se desloca do ocidente para o oriente. Nessa região o socialismo sobreviveu, ao contrário do que ocorreu na Europa. É bom, portanto, estudar experiências vitoriosas de construção do socialismo.

O país é dirigido pelo Partido Comunista da China, mas no país há outros oito partidos políticos, todos legais e reconhecidos, que ocupam espaços nos órgãos de poder. A Nova China celebra os 60 anos de socialismo com entusiasmo.

Para o PCCh, há três gerações de comunistas no país. A primeira é a de Mao Tse Tung, que dirigiu a revolução e lançou as bases do socialismo chinês (1949/1976). Seu pensamento é considerado uma das vertentes teóricas do partido, embora haja uma profunda crítica aos efeitos negativos da Revolução Culturlal.

A segunda geração é a de Deng Xiaoping, que dirigiu o país de 1976 a 1992, promotor das reformas, da estabilidade e do desenvolvimento chinês. É considerado o pai da China contemporânea. Suas divisas eram emancipar o espírito e procurar a verdade nos fatos.

Desenvolveu a teoria do socialismo de caráter chinês, apoiado no desenvolvimento econômico, na reforma e na abertura. É de sua lavra o conceito de economia socialista de mercado. Lançou a consigna de “um país, dois sistemas” para incorporar ao estado chinês Hong Kong e Macau e advogou a tese da supremacia do poder político sobre a economia.

Em seu governo, lançou as quatro modernizações para a China: 1) agricultura; 2) indústria e comércio; 3) ciência e tecnologia; 4) área militar. Com a abertura da economia e a importação de capitais, equipamentos e know-how estrangeiros, a China experimenta um grande crescimento econômico e desenvolvimento social.

A terceira geração é a de Jiang Zemin (governou a China de 1993 a 2003), que lançou a teoria do partido da tríplice representatividade: 1) desenvolver as forças produtivas avançadas; 2) avançar na cultura de vanguarda; 3) garantir os interesses fundamentais do povo.

A liderança chinesa considera que o Partido Comunista da China se apoia em um sistema de teorias cujas fontes são: a) marxismo, b) leninismo, c) pensamento Mao Tse Tung, 4) Teoria Deng Xiaoping e 5) teoria da tríplice representatividade.

A partir de março de 2003 a China é comandada por Hu Jintao. No 16º Congresso do PCCh, realizado em 2007, Hu Jintao reafirmou o caminho da reforma e abertura, da economia socialista de mercado, da perspectiva científica do desenvolvimento, na harmonia social e na luta para que em 2020 a China construa uma sociedade modestamente próspera.

Desde 1978, início da reforma, a China vem crescendo em média 9% ao ano. Nesse período, o gigante chinês se tornou um dos maiores países do mundo. Um exemplo emblemático: os pobres das zonas rurais diminuíram de 250 milhões para 20 milhões.

Mas nem tudo são flores. Os chineses estão preocupados com os problemas ambientais provocados pelo crescimento, com os desequilíbrios entre as áreas urbanas e rurais, entre as regiões e entre a economia e a sociedade.

Consideram que é difícil conseguir o crescimento regular da agricultura e o aumento do rendimento dos agricultores. Criticam também a corrupção, o burocratismo e o esbanjamento e outros problemas sociais na área de segurança, educação e saúde.

A vitalidade econômica da China passou pelo teste da grave crise econômica do capitalismo. Mesmo afetada pelo tsunami econômico, a China continuou crescendo, despontando como uma grande potência mundial. Com o declínio progressivo dos EUA, a China pode ser a bola da vez do século XXI.

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