No próximo domingo teremos o desfecho da eleição presidencial no Brasil. Durante toda a semana, é de se prever um clima de suspense. As armas da candidatura conservadora não são programáticas, não são projetos novos para alavancar o país. A campanha do PSDB se nutre apenas do denuncismo reverberado pela mídia.
Segundo todos os institutos de pesquisa, Dilma Rousseff mantém a dianteira na preferência popular. Em condições normais de temperatura e pressão, portanto, ela pode ser considerada favorita.
A campanha de Dilma se ancora na grande popularidade do presidente Lula, no vasto apoio partidário e dos movimentos populares e, principalmente, na percepção do povo de que o Brasil vive um período inédito de demcoracia, desenvolvimento e distribuição de renda.
A criação recorde de empregos formais, a elevação do salário mínimo real e de outros rendimentos, a ampliação dos programas de transferência de renda, o crédito consignado, a elevação do consumo e a sensação de estar vivendo cada vez melhor impacta corações e mentes do povo. Esta situação positiva tem como destinatária principal a candidata Dilma.
Mas as eleições presidenciais em um país continente, complexo e heterogêneo como o Brasil não é tarefa para amadores. As forças conservadoras se sentem cada vez mais incomodadas com as mudanças em curso e tentam frear o rumo progressista da nação.
A principal trincheira dos conservadores é a grande mídia. Jornais, revistas, emissoras de televisão e rádio, portais da Internet tentam estigmatizar o atual governo de todas as formas. É uma sucessão interminável de denúncias, muitas delas falsas, requentadas outras, exageradas todas.
Fossem verdadeiros os estrebuchos dos escribas das elites, o Brasil estaria mergulhado no mar da corrupção, do empreguismo, do gasto público irresponsável e das crescentes ameaças à democracia. Diz o dito popular que a diferença entre o remédio e o veneno é a dosagem, o que nos autoriza a afirmar que boa parte da mídia brasileira se tornou destilaria de venenos.
Para se contrapor aos ataques diuturnos dos conservadores, há que construir uma ampla frente política e social para assegurar a vitória,agora, e garantir a governabilidade, depois. É a conjugação de esforços dos mais amplos segmentos sociais que reúne condições adequadas para enfrentar a artilharia pesada das elites conservadoras.
A unidade e a amplitude, acompanhada da ativa militância, são os antídotos essenciais para enfrentar e derrotar o retrocesso. Nem sempre, todavia, essa visão parece clara ao núcleo dirigente da campanha de Dilma. Um erro crasso, por exemplo, é considerar que a vitória de Dilma deva ser creditada a um único partido, relegando a plano secundários todos os outros aliados.
A melhor palavra-de-ordem, para quem tem lucidez política, é aquela que proclama "ganhar juntos para governar juntos". As eleições são muito difíceis, mas mais difícil ainda é governar. E no Brasil só se governa com amplos apoios multipartidários e amplo respaldo popular.
Cada gesto, cada ato, cada atitude, simbolizam o conteúdo político e os rumos que se pretende seguir. Por isso, todos com Dilma e Dilma com todos é o melhor caminho para as forças democráticas desse imenso país.
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