sexta-feira, 1 de julho de 2011

A carreira solo da CUT

O presidente nacional da CUT, o eletricitário Artur Henrique, deu um choque no movimento sindical brasileiro ao afirmar que a sua central é diferente de todas as outras, razão pela qual ele propõe o divórcio com o fórum das centrais.

O curto-circuito provocado pelas declarações do dirigente máximo da central petista tensionou seus colegas de direção. Em socorro às teses isolacionistas de Artur Henrique, três dirigentes cutistas (Rosane Silva, Rosana Souza e Dary Beck Filho) dizem que quem divide são as outras cinco centrais, não a CUT.

No esforço inaudito para dar robustez a seus argumentos falaciosos, os três dirigentes sobem no trio elétrico do divisionismo e com notória jactância proclamam que a CUT é diferente porque é forte... Quanta profundidade teórica, quanta lucidez analítica!

Os três mosqueteiros da CUT, em artigo postado no portal da entidade, desembainham a espada e, só agora!, afirmam que as alianças prioritárias da central serão com os movimentos sociais (petistas) e que não vão abrir mão dos sacrossantos princípios da CUT para manter a unidade do sindicalismo brasileiro.

Por último, para dar uma pitada anticomunista ao artigo, os citados dirigentes da CUT fazem uma leitura unilateral da história recente do sindicalismo brasileiro. Afirmam, como se fossem donos da verdade, que o PT sempre esteve do lado certo do movimento sindical, ao contrário dos comunistas.

Certo, para eles, é defender a revogação do artigo 8º da Constituição e, com isso, acabar com a unicidade e a contribuição sindical. Certo para eles é, em nome dos "princípios cutistas", recusar-se a fazer alianças com as demais correntes do sindicalismo nacional.

Uma análise desapaixonada da atual conjuntura aponta em outra direção.A base para a unidade do sindicalismo brasileiro já foi construída - a aprovação, em junho de 2010, da Agenda da Classe Trabalhadora, com a participação importante da própria CUT.

A defesa do desenvolvimento nacional, com democracia, soberania e valorização do trabalho, é o caminho justo para se avançar nas mobilizações e conquistas para os trabalhadores brasileiros. Os atos unitários de 1º de maio e as mobilizações conjuntas já marcadas para este segundo semestre são exemplos disso.

Por tudo isso, é de se aguardar que as cabeças mais lúcidas da CUT revejam esses últimos encaminhamentos da central e contribuam, com sua presença, no necessário esforço para dar maior força à luta dos trabalhadores brasileiros.

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