Neste interregno de Natal e Ano Novo e nos primeiros dias de janeiro, eu costumo fazer uma coisa que, erradamente, faço pouco ao longo do ano: ir ao cinema. Para minha surpresa, alguns cinemas andam lotados - não sei as razões. Mais interesse ou mais grana no bolso?
Assisti a dois filmes esta semana, e nenhum deles me empolgou. O primeiro foi o "Tudo pelo Poder", filme americano sobre as maracutaias das eleições presidenciais daquele país. Os filmes americanos são tecnicamente bem feitos, embora o conteúdo, em regra, fique abaixo das expectativas.
Esse "Tudo pelo Poder" não fugiu ao script. Fala das intrigas de um comitê de campanha presidencial nos EUA, na fase das prévias do Partido Democrata. Conflitos de interesses entre assessores, o papel político da mídia, troca de favores entre lideranças políticas e uma bela estagiária seduzindo o futuro presidente...
Não dá para dizer que o dinheiro foi jogado fora, mas é um filminho como outro qualquer, na minha modesta e ignara opinião.
O outro filme que eu fui ver - "Românticos Anônimos", é uma produção franco-belga. Os filmes europeus, principalmente os franceses, geralmente me cativam mais. Inferiores em técnica aos americanos, geralmente eles se esmeram mais na trama e no conteúdo. Não foi o caso desse filme.
O lado bom do filme é a oportunidade de se deleitar com o charme e a beleza dessa atriz parisiense Isabelle Carré, no papel de Angélique, em plena idade da loba. O meu complexo de viralatas sempre se curva diante dessa singularidade de algumas atrizes francesas, um mix de beleza discreta e maturidade que eu não tenho arte e talento para explicar.
Mas esses "Românticos Anônimos" me deixaram frustrados. Há um exagero descomunal ao retratar a timidez dos dois protagonistas, um proprietário de uma pequena fábrica de chocolates, à beira da falência, e uma jovem chocolateira - se é assim que se pode chamar quem manja da arte de produzir chocolates.
Embora essa comédia romântica tenha alguns momentos agradáveis, senti um gosto amargo no conjunto da obra desses especialistas em chocolate. E não foi dessa vez que eu assisti a um filme que merecesse minha indicação.
Melhor mesmo foi "O Palhaço", comédia romântica de Selton Melo, que vi há um mês. Simples, bem feito, com conteúdo, é um belo filme brasileiro que todos deveriam ver. Fica aí minha gratuita indicação...
Nesses próximos dias acho que o melhor mesmo é buscar inspiração no Festival de Gramado, essa bela cidade das hortências, um pequeno santuário turístico do Rio Grande do Sul, ao lado da também bela Canela e que eu conheci em uma das edições do Fórum Social Mundial.
Vou me inspirar em Gramado e procurar acertar com outras opções, preferencialmente de outros de filmes brasileiros e latinos. Trilegal mesmo seria vê-los, agora, na própria cidade. Mas é muita areia para meu caminhãozinho!
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