terça-feira, 17 de abril de 2012

A importância do desenvolvimento

Dia 13 de abril eu participei de duas mesas de debates do Congresso dos Metroviários de São Paulo. Na parte da manhã o tema foi conjuntura e à tarde foi sobre a questão sindical. Uma questão importante que provocou uma discussão mais acalorada foi a que tratou do desenvolvimento.

A relação entre estratégia nacional de desenvolvimento e conquista da hegemonia política para avançar ao socialismo é pouco compreendida por segmentos que se consideram de esquerda e têm uma visão muita estreita do processo geral de acumulação de forças.

A grande contradição atual é expressa na luta das nações em busca de afirmação de sua soberania diante do domínio imperialista. Dito com outras palavras, a questão nacional adquire principalidade e deve ser abordada junto com a questão de classe.

Por essa ótica, vê-se que há uma ligação orgânica entre a luta pelo desenvolvimento com a soberania nacional e a valorização do trabalho. São elos de uma mesma corrente que permitem pavimentar o caminho rumo ao socialismo.

A luta pelo desenvolvimento, no atual quadro de correlação de forças, exige dos trabalhadores e de todas as forças de esquerda a concretização de amplas alianças políticas e sociais. A esquerda isolada não tem forças suficientes para empreender um projeto avançado de desenvolvimento.

As alianças atuais, que incorporam os trabalhadores e também parte importante do setor produtivo nacional, são condiçõs necessárias para remover os grandes obstáculos ao desenvolvimento duradouro do país.

O desenvolvimento das forças produtivas posiciona melhor os trabalhadores para a realização de reformas estruturais profundas e, por essa via, para a abertura do caminho revolucionário para a abordagem concreta do socialismo.

É ocioso repetir que a retórica inflamada e  anticapitalista, típicas de grupos sectários desligados da vida real, ao não levar em conta as circunstâncias reais onde se desenvolve a luta de classes, não contribui para o avanço rumo a edificação de uma nova sociedade.

O desenvolvimento soberano do país, com a  integração solidária dos países do Hemisfério Sul, principalmente latinoamericanso e caribenhos, são essenciais para a luta pela valorização do trabalho. E fundamental, repita-se, para viabilizar as premissas para a transição rumo ao socialismo.

Essa matéria é uma contribuição do programa socialista do PCdoB, que supera a visão de modelo único de revolução e de socialismo. Enfatiza as singularidades nacionais da transição do capitalismo rumo ao socialismo e aponta o projeto nacional de desenvolvimento como o centro da luta atual.

3 comentários:

  1. O problema, companheiro Nivaldo Santana, é que dentro da atual ordem não existe nenhum espaço para o Brasil se desenvolver. Pelo menos não da maneira que o PCdoB acredita ser possível. O Brasil é um país semi-colonial e seu estado e suas instituições são totalmente atreladas ao imperialismo. Para podermos falar em "desenvolvimento nacional", primeiro precisamos tratar de questões que apontem o caminho de como as forças revolucionárias poderão mobilizar um amplo conjunto das massas populares na luta contra este estado e contra o imperialismo. O desenvolvimento do Brasil só será possível e viabilizado dentro de uma outra ordem social, onde se estabeleça no Brasil uma democracia popular orientada ao socialismo. O desenvolvimento por si só não é caminho para o socialismo. As forças revolucionárias, em vez de ficarem iludindo o povo prometendo um falso desenvolvimento que nunca chega, deveriam se esforçar para organizar a luta das massas populares contra a ordem burguesa, seria muito mais útil do que ficar tentando provar a necessidade de defender essa mesma ordem.

    Saudações!

    Gabriel Martinez

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