Alberto Broch foi eleito novo presidente no 10º Congresso da Contag (fotos da plenária do Congresso e do novo presidente). A chapa encabeçada por Broch obteve 2.398 votos (97%), com 54 nulos, 83 brancos e 78 abstenções.
O novo presidente vai dirigir uma entidade que representa cerca de 20 milhões de trabalhadores rurais, tem 27 federações e 4 mil sindicatos de base.
Das 27 federações, 17 são filiadas à CUT, 6 à CTB e 4 independentes. A CTB dirige às federações do RS (que elegeu o novo presidente), SC, PR, MG, BA, SE. Essas federações formam a maioria da Contag com cerca de 3 mil sindicatos.
O congresso da Contag aprovou uma série de questões políticas e organizativas, definiu suas prioridades (agilização da reforma agrária, melhoria das políticas públicas (principalmente assistência técnica) e melhorias de programas (seguro agrícola, Pronaf).
A matéria mais polêmica e que polarizou o congresso foi sobre a desfiliação da CUT. A maioria dos delegados, identificada com as propostas da CTB, defendeu a desfiliação a partir da opinião de que a composição plural da Contag reclamava sua independência perante as centrais. 56% dos delegados aprovaram essa opinião.
A propósito, destaco a opinião divulgada no portal da Fetaesc.: "Desfiliação da CUT - A CONTAG deve ser independente de qualquer central existente hoje no país e sem perder de vista a unicidade sindical. A CUT não tem dado a resposta esperada pelos trabalhadores e trabalhadoras rurais, além de ter fomentado a criação de sindicatos e federações paralelas ao sistema CONTAG. Portanto, a Contag deverá desfiliar-se da CUT, deixando que a base se filie na central que achar mais adequada. E é importante destacar que no ano de 2007 foi criado um novo projeto sindical com a participação ativa dos trabalhadores e trabalhadoras rurais do Brasil com a criação da CTB – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil."
Um outro ponto importante das discussões foi a unicidade sindical. A maioria da Contag, ao contrário da CUT, é favorável à unicidade. A CUT é responsável pela divisão do sindicalismo rural ao criar, em 2004, a Fetraf-CUT (Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar).
A Fetraf é uma entidade paralela à Contag, e isso gera muita insatisfação entre as lideranças sindicais do movimento rural. Essas posições estão na base do crescimento da CTB dentro da Contag. Esse crescimento, para se consolidar, precisa de maturidade, equilíbrio e amplitude.
Devemos respeitar as singularidades do sindicalismo rural, suas formas de luta e organização específicas e trabalhar a unidade desse segmento com o sindicalismo urbano com muita flexibilidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário