Lênin dizia que "sem teoria revolucionária não há movimento revolucionário". Engels falava que há três tipos principais de luta de classes: luta econômica, luta política e luta teórica. O PCdoB aponta que, na acumulação de forças para avançar a luta pelo socialismo, os comunistas atuam na luta social, na luta política e na luta de ideias.
A luta econômica e/ou social é a expressão mais próxima e concreta da ação das massas(sindicatos, associações de moradores e estudantis, etc.). A luta política, em uma dimensão mais elevada, é, a disputa pelo poder político, pelo governo e outros espaços do arcabouço institucional.
A luta teórica e de ideias, mais refinada e superior, é a luta para disputar a consciência das pessoas, dos segmentos e das classes sociais (universidades, centros de inteligência, etc.). Talvez seja a mãe de todas as lutas. E viva o Dia das Mães!
A luta de ideias tem vários palcos, várias dimensões. A universidade talvez seja o locus principal dessa luta, a arena onde se realiza o embate estratégico sobre os paradigmas e as concepções que norteiam as grandes definições teóricas que, em seus desdobramentos, impulsionam a luta política, econômica e social.
Há também, no Brasil, centros avançados do pensamento estratégico. A Escola Superior de Guerra, o Itamaraty, artistas de vanguarda, intelectualidade avançada, centros de estudo e formação dos partidos políticos, etc.
No terreno da grande disputa teórica, estamos em dificuldade. Além da surra diária que sofremos da mídia oligopolizada, são rarefeitos os espaços que ocupamos onde as ideias rolam e acontecem.
Talvez eu esteja traumatizado esta semana, por ter participado de uma mesa de doutorandos, na PUC paulista, onde a mestra-doutora era de um direitismo de dar dó. Abordo tudo isso para, finalmente, concluir o seguinte: a luta de ideias é multidimensional, se realiza em vários terrenos, tem múltiplos instrumentos.
Talvez nem seja o caso de hierarquizar a importância relativa de cada um, mas quando Marx deu o salto na elaboração teórica, sistematizando e superando a economia clássica inglesa, a filosofia clássica alemã e o socialismo francês, ele demonstrou que, ao fim e ao cabo, é na fronteira do conhecimento que se decide a porfia teórica.
É uma briga de gigantes do pensamento, anos-luz à frente dos pigmeus que fazem nossos jornais, revistas, tvs e rádios da chamada mídia dominante. Os arautos do senso-comum pontificam enquanto não forem derrotados teórica e politicamente. Em uma frase: enquanto os expropriadores não forem expropriados!
Nenhum comentário:
Postar um comentário