Um dos problemas mais complicados é a relação conflituosa entre governantes do campo democrático e sindicatos de servidores públicos. Não existe solução simples para essa controvérsia.
A experiência tem mostrado que só a presença, nos dois lados do balcão, de cabeças maduras, equilibradas e sagazes pode mitigar as contradições e tornar as divergências, no mínimo, civilizadas.
O governante é eleito com o voto e o apoio militante dos sindicalistas. Governando, o eleito se defronta com dificuldades para atender as demandas dos seus abnegados apoiadores do período eleitoral. Outros, passam a tratar o movimento como oposição e, por essa via, transformam a relação amistosa em conflito aberto.
Os sindicalistas, por outro lado, imaginam que, com um governo democrático, terão mais espaço para reivindicar e mais conquistas a comemorar. Essa percepção é, em muitas oportunidades, aproveitada por setores conservadores e apáticos do sindicalismo para exacerbar os pedidos e provocar o impasse.
O primeiro governo Lula provocou uma baixa no PT: pode-se dizer que o PSOL surgiu a partir do debate sobre a reforma da previdência promovida pelo governo. Em São Paulo, a prefeitura dirigida por Luiza Erundina e o Sindicato dos Condutores, dirigido na época por petistas, acirraram as disputas.
No governo de Marta Suplicy (2000/2004) em São Paulo, o presidente do Sinpeem (professores municipais) e um ex-vereador do PCdoB, rompeu com a prefeita e o partido por divergências no uso orçamentário das verbas da Educação.
A lista de problemas é enorme. A de soluções, pequena. Por isso me preocupa o esgarçamento das relações entre a Prefeitura de Aracaju e os sindicatos de servidores filiados à CTB. A corda está esticada demais.
Se os problemas não forem equacionados e tratados com grandeza política, o estrago será geral. Não entro no mérito das responsabilidades, apenas registro o que é possível se registrar. Cada qual sabe de suas responsabilidades, proporcionais ao tamanho e ao peso de sua liderança.
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