domingo, 24 de janeiro de 2010

EUA: Haiti, 51º estado?

Um grupo de intelectuais haitianos, um dos quais professor em Harvard, diz que só uma superpotência pode reconstruir o estado e recomeçar a vida no devastado Haiti.

Para eles, em artigo publicado neste domingo na Folha de São Paulo, potências regionais (o Brasil?) não reúnem todas as condições para enfrentar e vencer os dramas atuais daquele país.

A difusão desse tipo de opinião, associada à ocupação militar promovida pelos EUA (aid humanitariun, como eles dizem)  pode indicar que o Big Brother do Norte esteja preparando as condições para cravar suas garras naquela região, constituindo ali o 51º estado estadunidense de facto.

Hoje se encontram no Haiti 12 mil soldados americanos, equivalentes, pela população do país,  às tropas americanas no Afeganistão. Há também 48 helicópteros militares e outros quinze para ações civis.

Para além da ocupação militar, os EUA enviaram ao Haiti o portentoso navio-hospital "USNS Comfort", com 600 médicos e enfermeiros, mil camas, doze salas de cirurgia e unidades de terapia intensiva.

A estratégia de ocupação combina ações militares e de ajuda civil, tudo para dar legitimidade ao novo status quo pretendido no país.  As demonstrações concretas de "solidariedade", no entanto, não podem prescindir do aval dos próprios "interessados" na anexação.

Nesse rumo,  nada melhor do que  haitianos ilustres para demandar a coordenação dos EUA  para a nova fase do Haiti. Em um país destruído, sem que se consiga enxergar luz no fim do túnel, todas as hipóteses passam a ser plausíveis.

Cuba pode ganhar, ao sul, bem pertinho de suas fronteiras, um novo e incômodo vizinho, o mesmo que ocupa a Baía de Guantânamo...

Um comentário:

  1. Prezado nivaldo
    Essencialmente de acordo com a sua lúcida análise. O que deve ser cotejado com: a)a crise institucional Arentina (BC; utilização das reservas; tentativa de retorno do governo Cristina ao mercado de crédito internacional), claramente forjada; b)instabilidade econômica crescente na Venezuela + renúncia do Vice-presidente e Ministro da Defesa + simultâneo boicote "geral" da mídia às comunicações presidenciais; c)o "novo" Chile como base de operação imperialista norte-americana,contra Chávez e Cuba, antes mesmo de Pinera tomar posse.

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