Em janeiro de 2009, o Brasil teve um saldo negativo de 101.748 empregos. Um ano depois, a reversão: o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) informa que o país bateu o recorde de empregos criados (181.419, em janeiro de 2010).
Com esses dados, a expectativa do governo é de que em 2010 o Brasil gere dois milhões de empregos, dado que, se concretizado, será a melhor marca histórica e indicador consistente do crescimento econômico.
Esse notícia positiva, no entanto, vem acompanhada de uma preocupação: a falta de mão-de-obra qualificada. Só para se ter uma ideia, em 2009, mesmo com a crise, 1,7 milhão de vagas de trabalhadores qualificados deixaram de ser preenchidas.
Engenheiros civil e mecânico, nutricionista e farmacêutico são as funções com maior carência, segundo o MTE. Mas há falta também de auxiliares de linha de produção, pedreitos, operadores de telemarketing, eletricistas, torneiros mecânicos e funções no setor naval.
Segundo o Senai, o Brasil precisa formar, até 2014, três milhões de trabalhadores especializados, principalmente nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
Além de suprir a demanda por mão-de-obra qualificada, o Brasil precisa frear o alto nível de rotatividade do mercado de trabalho. Em 2009, o país contratou 16,2 milhões de trabalhadores, mas demitiu 15,2 milhões.
A rotatividade agrava os desajustes no mercado de trabalho e cria insegurança para o trabalhador. Na verdade, essa política patronal tem endereço certo: rebaixar os salários.
A luta por um novo projeto nacional de desenvolvimento precisa de qualidade nova: aumentar o valor real dos salários, reduzir a jornada de trabalho, preservar e ampliar direitos, proibir demissões imotivadas são questões essenciais para valorizar a força de trabalho.
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