quarta-feira, 17 de março de 2010

Sucessão em São Paulo - Parte II

Quem fica parado é poste, ensina o Zé Simão. Em política, então, os movimentos são frenéticos. O que ontem era sólido, hoje se esfumaça no ar. C"est la vie...

Esse prolegômeno todo é para atestar uma situação nova que vai se gestando  na sucessão em São Paulo. O que mudou? A mudança em curso atende pelo nome Ciro Gomes. Seus últimos movimentos, não há como negar, demonstram pouca vontade política de ser candidato a  governador.

Quem acha isso? O secretário-geral nacional do PSB, Senador Renato Casagrande, foi enfático: "São Paulo ele já descartou, não tem volta".O próprio presidente estadual da legenda, deputado Márcio França, considerou "infeliz" a última entrevista de Ciro e aposta em outro nome.

Também pensam assim tanto o presidente nacional do PT, José Dutra, como a eminência parda petista, José Dirceu. Os dois se pronunciaram em defesa do nome do senador Mercadante. Com isso, Marta Suplicy ocuparia uma das vagas em disputa para o Senado.

O grande nó é o seguinte: como formar uma ampla coalizão partidária e garantir espaços para os partidos no G-4 (governador, vice, e duas vagas para o Senado). O PT sozinho, por exemplo, se lançar o Mercadante ao governo, fica com a metade das vagas majoritárias, já que a disputa pelo Senado o partido não abre mão.

O tempo vai se estreitando e as negociações ficam complexas, até porque todos os partidos têm seus objetivos próprios. O PDT quer a vaga de vice, o PCdoB uma de Senado, o PSB apresenta nomes para o governo e para o senado.

PT, PDT, PCdoB, PRB, PSC, PTN e PSL tendem a se compor. A incógnita maior fica por conta do PSB. Se a opção Ciro não se efetivar, hoje tendência maior, o partido lança o presidente da Fiesp, Paulo Skaf. Pelo menos é o que promete o presidente estadual da legenda.

A presidente do PCdoB/SP, Nádia Campeão, afirma, com razão, que em abril o palanque paulista precisa estar montado. A candidatura ao governo do Estado, em certa medida, condiciona muitas definições, por isso, como dizia o humorista, o tempo ruge.

Todo esse debate tem importância porque, repita-se, as possibilidades de vitória existem. O eleitorado de São Paulo é o maior do Brasil e nossos desafios são duplos: fortalecer a  candidatura Dilma no Estado (na última pesquisa IBOPE/CNI, ela cresceu 10% na região sudeste) e derrotar, aqui, os tucanos depois de longa hegemonia.

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