No próximo dia 19 de junho, sábado, o PCdoB de São Paulo realiza sua Convenção Eleitoral. A meta do partido é construir um forte palanque para Dilma Rousseff no Estado, eleger um senador e aumentar sua presença na Câmara Federal e na Assembeia Legislativa.
Nessa direção, o Partido vai apoiar as candidaturas petistas de Aloízio Mercadante para o governo do Estado e de Marta Suplicy ao senado, e apresentar sua nominata própria: Netinho de Paulo (Senado), chapa completa de deputado estadual e chapa coligada para deputado federal.
Pelo peso político, econômico e social, as eleições em São Paulo são as mais importantes do país. O Estado tem mais de 42 milhões de habitantes, distribuídos em 645 municípios, e cerca de 30 milhões de eleitores. O PIB paulista gira em torno de R$ 1 trilhão (31,8% do país) e o orçamento estadual para 2010 é de R$ 125,7 bilhões.
A indústria de transformação de São Paulo corresponde a 40% da produção nacional. Destaque também para a agropecuária (24%,) as instituições financeiras (48%), as atividades imobiliárias, alugueis e serviços (42%), só para citar alguns dados.
A demografia do estado apresenta importantes alterações. Cai a taxa de fecundidade das mulheres e cresce a expectativa de vida. Na década de 70 do século passado, a população crescia a uma taxa de 3,5% ao ano, índice que hoje caiu para 1,4%.
A população com menos de 15 anos diminuiu de 39,6% (1970) para 33,3% (2010). A população de 15 a 64 anos, maior parte da força de trabalho, subiu de 25 milhões (2000) para 29,7 milhões (2010). Idosos com mais de 65 anos, no entanto, são os que mais crescem.
Esse contigente é o mais diversificado do país. São Paulo tem 3 milhões de imigrantes de 70 diferentes nacionalidades, com predomínio de italianos e portugueses e também de negros, árabes, alemães, japoneses e índios.
Essa pujança se reflete na arena política. Desde 1995 o Estado é uma espécie de reduto do conservadorismo, capitaneado pelo PSDB paulista, o núcleo duro da oposição ao governo Lula. Não por acaso, o ex-governador paulista é a alternativa da direita para a sucessão presidencial.
Assim, é de se prever que tanto a disputa presidencial quanto a luta pelo Palácio dos Bandeirantes deverão ser bem mais acirradas do que as eleições passadas. O mito do favoritismo tucano em Sâo Paulo pode ser revertido.
As pesquisas apontam que, também em São Paulo, a candidatura Serra cai e a de Dilma sobe. E o nome de Mercadante, que aglutinou um amplo leque de partidos políticos e respaldo no movimento sindical e social, tem grande potencial de crescimento.
O ninho dos tucanos, para desespero da elite conservadora, está dividido. Mas, as eleições não serão fáceis, como imaginam alguns ingênuos. Quem entende do assunto sempre diz que eleição e mineração só depois da apuração.
Até lá, devemos usar as sandálias da humildade, comer o pó da estrada e correr atrás do voto. Com o PIB bombando, mais emprego, mais salário, mais consumo, um presidente-eleitor com elevada popularidade... parece que os anjos conspiram a nosso favor.
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