O ano de 2011 se inicia sob o signo do otimismo. A terceira vitória do povo, com a eleição de Dilma para a presidência da República, dá ânimo novo para a luta dos trabalhadores. A expectativa é que a nova presidente aprofunde as mudanças iniciadas com o governo Lula e amplie os espaços para a ação do movimento sindical.
A fase atual é a complexa montagem do governo, engenharia política que precisa incorporar um amplo leque de partidos políticos da coligação vitoriosa. Simultaneamente, representantes do novo governo dão as primeiras sinalizações de quais rumos deve seguir Dilma Rousseff. Há que se ter uma certa paciência, principalmente com as entrevistas das autoridades econômicas, geralmente bastante cuidadosas para não provocar marolas desnecessárias antes da hora.
Os trabalhadores, que em sua maioria se engajaram na campanha, lutarão pelo êxito do governo Dilma. Nessa luta, apresentarão a sua própria agenda, aprovada na Conferência da Classe Trabalhadora, realizada no dia 1º de junho no estádio do Pacaembu, em São Paulo. Nesta Conferência, o centro foi a defesa de um projeto nacional de desenvolvimento com valorização do trabalho.
Valorizar o trabalho significa lutar pelo pleno emprego, pela redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais sem redução do salário, pela aprovação do projeto-de-lei de valorização permanente do salário mínimo, pelo fim do fator previdenciário e por uma política de proteção dos direitos dos aposentados.
Além dessas questões, é fundamental defender a legalização plena das centrais sindicais, a garantia das estabilidade dos sindicalistas, da unicidade sindical e das fontes de custeio do sindicalismo. Agrega-se a essa agenda a necessidade de reafirmar o direito de greve, contra as multas e o antidemocrático interdito proibitório, instrumento antissindical que visa cercear a luta dos trabalhadores.
A CTB deve perseverar na luta em defesa da unidade das centrais em torno dessa agenda, avançando na mobilização para fazer valer os direitos dos trabalhadores. Nessa linha, é positiva e promissora a realização do 1º de Maio unitário das centrais (por enquanto, só a CUT está ausente). A vida demonstra que só a luta e a unidade garantem os direitos dos trabalhadores.
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