Dilma começa o seu governo com expectativa bastante favorável. Lula deixou o governo como mito. Com isso, os setores mais conservadores da política brasileira miram sua artilharia na titular do time (Dilma) e no Pelé que está no banco de reservas (Lula).
A ideia, claríssima, é um esforço para desconstruir a imensa popularidade de Lula, de um lado, e evitar o êxito do governo Dilma. É uma tarefa, digamos, difícil de ser realizada. Difícil, mas necessária, devem pensar os ideólogos do conservadorismo brasileiro.
Essa linha de ação oposicionsita tem como horizonte o ano de 2014. Tudo o que esses caras não querem é chegar na próxima sucessão presidencial com um duplo problema: Dilma bem na foto e o Lula ainda mitificado.
O prestígio político do Lula deve resistir ao tempo, mas isso é uma profecia que só a história confirmará. O problema central, agora, é garantir o êxito do governo Dilma. As arrumações iniciais do governo sempre provocam ruídos, disputa de espaços, não há nada de novo por aí. O perigo reside na economia.
A turma que entende do assunto - eu me incluo fora dessa - está preocupada com a política cambial. A apreciação de nossa moeda diminui a competividade dos produtos brasileiros e está retraindo nossa produção industrial. As medidas até agora tomadas parecem insuficientes.
Usar os juros como remédio para enfrentar a inflação parece não ser bom negócio. Além de refrear o crescimento do PIB, juros elevados atraem dólares e isso agrava o problema cambial. Se é verdade que inflação aleija e câmbio mata...
Mídia e establishment proclamam a necessidade de ajuste fiscal, diminuição e melhora da "qualidade"dos gastos públicos e toda a velha cantilena conhecida. Nessa linha, por exemplo, um gaiato chegou até a dizer que o aumento do salário mínimo chegou ao teto e já não pode continuar.
Cá com os meus botões, o êxito do governo Dilma deve vir de outra política. A palavra-chave é desenvolvimento. Desenvolvimento com mais investimentos e juros baixos. Com fortalecimento da indústria e política cambial que aumente a competividade brasileira. Com salários mais altos e revigoramento do mercado interno.
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