Nesta quarta-feira, 13 de julho, a direção da Confederação Nacional da Indústria (CNI) recebeu uma delegação de dirigentes sindicais para discutir a desindustrialização no Brasil. Os deputados federais Paulinho da Força, Sandro Mabel e Vicentinho também participara da reunião.
O objetivo do encontro foi promover uma discussão capaz de construir um consenso em torno de um problema que afeta tanto o setor produtivo industrial quanto os trabalhadores: a perda relativa do peso da indústria na economia nacional e o vertiginoso crescimento da importação de produtos industrializados.
Uma avaliação madura desse problema deve levar em consideração que a relação conflituosa entre capital e trabalho não pode servir de obstáculo para uma luta mais imediata: o desenvolvimento do Brasil pressupõe um modelo de crescimento que tem na indústria um pilar estratégico.
Não é demais sublinhar que a Agenda da Classe Trabalhadora, aprovada por consenso na Conclat de 1º de junho de 2010, elegeu a luta por um projeto nacional de desenvolvimento com valorização do trabalho como base para a luta do sindicalismo nacional na atual etapa histórica do país.
Nesse contexto, para além das divergências e posições diferentes entre a agenda trabalhista defendida pelas centrais e a chamada modernização das relações trabalhistas pregada pela liderança industrial, há um amplo campo consensual que permite um entendimento político em defesa da indústria e do trabalhador.
A agenda comum deve incorporar: mudanças na política macroeconômica, em especial no juro alto e no câmbio sobrevalarizado, fortes investimentos em infraestrutura e inovação, medidas seletivas de proteção da indústria nacional e reforma tributária entre outras medidas, podem dar um salto na competitividade industrial brasileira.
A reunião realizada na CNI veio na esteira do grande ato realizado em São Paulo pelos metalúrgicos de São Paulo e do ABC. Três resoluções amarraram os encaminhamentos: reuniões bimestrais com os mesmos participantes, com pauta mais definida, realização de uma audiência pública na Câmara Federal com trabalhadores, empresários e governo e medidas para acelerar a votação de uma agenda positiva pró-indústria nacional no Congresso.
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