Dois fenômenos combinados devem estar provocando dor na cabeça da oposição no Brasil: primeiro é o aumento da popularidade de Dilma, exemplificada na última pesquisa CNI/Ibope; a segunda, é a desidratação dos partidos oposicionistas: caso mais emblemático é a criação do PSD, em boa medida racha do DEM.
O fracassado receituário neoliberal - base programática do PSDB e do próprio DEM - é a demonstração inequívoca que o povo brasileiro defende outro caminho - o caminho do desenvolvimento com progresso social, democracia, soberania e integração latino-americana.
Muitos tucanos de alta plumagem captam esse realidade e procuram se reposicionar. O exemplo mais forte é o do governador Geraldo Alckmin, que não se cansa de posar para fotos ao lado de Dilma para divulgar obras, parcerias, programas e ações comuns.
O inusitado é que durante o governo Serra em nenhuma oportunidade Lula chegou a ir ao Palácio dos Bandeirantes e só em raras e inevitáveis circunstâncias os dois participaram do mesmo palco. Não por acaso, Serra curte um amargo ostracismo político e vê se desafeto Alckmin sobreviver em São Paulo.
Já o senador mineiro Aécio Neves bebe água de canudinho. Um dos prováveis candidatos do PSDB à presidência da República, o ex-governador das Minas Gerais percebe que o mar não está para peixe e tem postura opaca no Senado. Pouco aparece e, quando aparece, produz mais calor do que luz.
Mas a política é dinâmica e tudo pode acontecer. As disputas eleitorais de 2012 poderão desenhar um novo quadro político. Com a declarada intenção de Kassab e seu PSD de fincarem bandeiras no arraial de Dilma, pode-se prever um resultado eleitoral pífio para a oposição.
As querelas políticas devem continuar, pelo lado da oposição, no udenismo requentado da mídia, e pelo lado do governo, em eventuais dissenssões provocadas por uma coalizão partidária ampla que eventualmente não consiga compor todos os múltiplos interesses em jogo. Aguardemos.
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