domingo, 24 de maio de 2009

10º Concut

De 3 a 8 de agosto, a CUT realizará o seu 10º Congresso Nacional. Em sua página na Internet, foram disponibilizadas as teses que orientarão os debates. Fiz uma leitura breve de boa parte desse material, para compreender melhor as ideias da maior central sindical do país.

A novidade é que a palavra socialismo e a expressão luta de classe (no singular) voltam a frequentar os textos cutistas. Falam na defesa do desenvolvimento com emprego, geração de renda e defesa dos direitos da classe trabalhadora, tudo apoiado no tripé inclusão social, participação popular e valorização do trabalho.

No balanço do último período, dizem que se esforçaram e lamentam o "divisionismo e o partidarismo" de segmentos que se desfiliaram da CUT. Afirmam que, apesar disso, continuam a crescer e a liderar as mobilizações.

Sentiram o golpe da desfiliação da Contag, mas dizem que não foi uma vitória da CTB (único momento em que citam essa central), já que a Confederação permanecerá independente.

Definem um plano de lutas, alteram os estatutos, apoiam a política internacional e não fazem uma única auto-crítica. Já a corrente "O Trabalho" diz que a CUT não pode fazer alianças com seus inimigos. Inimigos? Sim, para eles a CTB e outras centrais são inimigas.

Resumo da ópera: com a saída da Conlutas, Intersindical e CTB, pela ordem cronológica, o núcleo duro da CUT faz um discurso mais classista, mais socialista, mais mobilizador, para acalmar a tropa e manter as rédeas do processo. É preciso conferir a distância entre as intenções e os gestos.

Um comentário:

  1. Para a onda divisionista ficar completa faltava só mesmo a contribuição dos velhos stalinistas do PCdoB, o que mostra a quem serve a fragmentação do movimento sindical, visto que estes últimos sempre foram contra uma central única, tendo vindo à força para a CUT, 10 anos depois de sua fundação.

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