quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

O que a propaganda de Serra não diz

Em 2009  o governador José Serra faturou a medalha de ouro nas olimpíadas dos gastos publicitários. E na guerra propagandística do tucanato, a primeira vítima, para não variar, foi a verdade.

Alguns exemplos. A milionária obra de ampliação da Marginal do Rio Tietê, na capital paulista, foi apresentada como importante obra urbanística e ambiental, contrariando a opinião de todos os especialistas. 

A verdade, porém, trafega em outra direção. Tal obra é uma tragédia em matéria de macrodrenagem urbana.  Com ela, há novo aumento da área impermeabilizada em torno do rio e o consequente  agravamento dos riscos de novas e maiores enchentes.

Antes, os tucanos exibiam outdoors por toda a Marginal Tietê com a frase "enchentes nunca mais". Como a propaganda deu com os burros n'água, Serra abandona as veleidades antienchentes e promete, agora, acabar  com os congestionamentos.

Uma vez mais se agride a verdade e a inteligência das pessoas. Toda pessoa que conhece São Paulo sabe que é uma impossibilidade física enfrentar o problema dos congestionamentos com a simples ampliação da Marginal.

O máximo que se pode conseguir é mudar o congestionamento de lugar,  além de encher as burras de futuros financiadores de campanha. Mas a obra tem objetivos (eleitoreiros) de curto prazo, o povo que se exploda.

Outra propaganda enganosa é a que tenta tirar de São Paulo o título de   campeão brasileiro de pedágios. As principais rodovias do Estado, sob concessão privada, se transformaram em verdadeiras máquinas de sugar dinheiro dos usuários.

A multiplicação das praças de pedágio e o valor abusivo cobrado tornam o direito de ir e vir letra-morta no Estado. O custo dos pedágios supera os dispêndios com combustível e prejudica, direta ou indiretamente, toda a população.

Mas essa sangria com o bolso do contribuinte não aparece na propaganda oficial. A melhora nas estradas paulistas, paga a peso de ouro, tem como contrapartida a irritação crescente na população.

Não por acaso,  multiplicam-se em São Paulo movimentos (com a participação de empresários, usuários e sociedade em geral) reclamando uma drástica diminuição no valor e no número de praças de pedágio.

Insensível, o governador quer fazer piquenique na sombra dos outros. O concessionário privado faz a obra, o povo paga a conta e o governo se vangloria. Mas o gogó dos tucanos na propaganda tem pernas curtas...

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