Nestas duas últimas semanas, curtindo um período de baixa temporada em São Paulo, eu assisti a cinco filmes. Comparei as críticas e avaliações em um jornalão paulista.
"Paris" recebeu três estrelas (bom), , "Nova Iorque, Eu te Amo" duas estrelas (regular), "Ervas Daninhas" quatro estrelas (ótimo), "Bastardos Inglórios" quatro estrelas (ótimo) e, o ponto fora da curva, "Lula, o Filho do Brasil" uma estrela (ruim).
Os filmes estrangeiros, cada um a seu modo, tratam das vicissitudes contemporâneas da pequena burguesia. Crises amorosas, conjugais, existenciais ou profissionais e, no caso de "Bastardos Inglórios", feridas não cicatrizadas da II Guerra.
Para esses filmes não se economizam adjetivos. Alain Resnais é o gênio da raça, Quentin Tarantino não perde o pique, e por aí vai. Para mentes prisioneiras do colonialismo cultural, seria out falar mal e in louvar esses filmes.
Não que cada um deles não tenha suas qualidades. Tem. Mas quando se fala de "Lula, o Filho do Brasil", de Fábio Barreto, a saga do mais ilustre retirante nordestino, só há críticas preconceituosas e elitistas.
Há até uma mal disfaçarda torcida para que o filme não tenha bom público. O que mais incomoda esses "eruditos" senhores é que o filme joga mais água no imenso caudal de popularidade do presidente.
Vá lá que não estamos diante de uma obra-prima. O filme potencializa os aspectos dramáticos da vida de Lula e sua família, mostra o perfil conciliador do presidente mesmo quando líder sindical. Tem um apelo emotivo pesado para atingir o fundo da alma do povão. É do jogo.
Agora, jogar o filme do filho de dona Lindu na lata do lixo é sectarismo em dose cavalar. Quem puder assistir ao filme (os ingressos são salgados para o público-alvo do mesmo) eu aposto: será difícil segurar as lágrimas. Isto para quem ainda tem glândulas lacrimais...
Caro Nivaldo, aos seus olhos de tandera nada foge.
ResponderExcluirAinda não tinha me atentado a observar as criticas dos jornalecões sobre o filme do filho de Dona Lindú. Acho que muita gente também não.
Mas vou te narrar o que vi com meus próprios olhos no dia 1º de janeiro sexta feira chuvosa numa emenda de feriadão.
Santo André estava parada, não havia um buteco aberto no centro e os poucos carros que transitavam era em direção ao shoping que só se encontrava aberto em função do cinema.
Quem vinha de ônibus como eu, descia no terminal e caminhava de baixo de chuva na mesma direção.
O Shoping estava com seus corredores vazios e lojas fechadas e o público ia em direção as salas de cinema, havia apenas 3 lojas abertas na praça de alimentação onde se acumulava o público esperando a seção.
Entrei na seção da 17:30 numa sala pra 300 espectadores quando o filme iniciou haviam no máximo 30 lugares desocupados.
São várias as comoções individuais durante o decorrer do filme, e percebo ao terminar o letreiro final e começar a música de Luiz Gonzaga as pessoas se levantado e se entreolhando como quem queriam notar as reações ainda aparentes nas faces, alguns permanecem sentados disfarçando as lágrimas.
Caminho em direção a porta estampando orgulhosamente no peito a camisa do PC do B e uma boina de operário e percebo as pessoas me fitarem e sorrirem. Talvez rememorando a cena de 2 segundos em que a bandeira da União Soviética tremulou na grande tela.
Numa opinião pessoal penso que a tentativa do roteiro foi desvincular a questão política - partidária e da luta de classes (como se isto fosse possível) e fazer prevalecer a história do filho da Dona Lindú.
Mas aos olhos do povão tudo está intrinsico na vida deste brasileiro, e o povão reconhece isto, sente isto e está se orgulhando disto.
Agora viajando um pouquinho. Imagine se este filme ganha-se o Oscar de melhor filme estrangeiro?
1º Esbagaçaria com os pseudos criticos.
2º Diriam que o Lula nasceu com a ânus pra Lua.
3º Eu não duvidaria se o Lula disse-se que em 2016 o Brasil seria campeão no quadro de medalhas olímpicas.
Grande abraço Nivaldo.
rsrs muito criativo seu artigo Nivaldo e posteriormente o comentário de Buraco rsrs bom quando resolvi comentar este artigo não sabia que tinha mais um "Filho do ABC" na área. Fomos eu, irmão e pai Batista protagonista de parte do enredo do filme e da história do Brasil. Olha é de se desconfiar da minha palavra mais eu achei o filme excelente, talvez também estou olhando com os olhos do povão e outra fala da minha da nossa elegante região do ABC em termos de luta sem mero bairrismo é claro. Acho que a crítica vai prevalecer em dois âmbitos artistíco e político. As vezes os dois se misturam como é caso de um jovem que encontramos no morro de Santa Tereza RJ, era claro que ele tinha duas ligações, que era com uma vertente artística e com a oposição ao governo. A crítica ideológica e o debate de idéias está menos evidente, até porque demonstra a sagacidade de Lula, a influência do irmão Ziza, da mãe, das paixões, de ter de se virar. Mostra que a vida do brasileiro é conturbada principalmente nesta época, tem drama e tem garra. Muito interessante expressar que a esquerda e a mobilização dos operários antecede a década de 60 e 70, onde houve um corte e se formou ao meu ver dois periodos históricos da luta dos trabalhadores, e que precisa se mesclar, se respeitar e se unir (em relação a história, ou seja, a luta operária não começou na década de 70 e não se resume ao ABC). Viva o ABC de Lutas, e ao operariado comunista da história do Brasil, quase um século de trajeto. Vamos que Vamos ! Viva a CTB ! Até mais, grande abraço !
ResponderExcluirCinema do "Morro Santa Tereza" onde assistimos o filme, esqueci de falar.
ResponderExcluirAté !
Nivaldo não ta afim de escrever sobre o AVATAR, não bicho, seria maneiro ! rs
ResponderExcluirAté mais !