sábado, 23 de janeiro de 2010

Enchentes paulistanas

O Rio Tietê é uma espécie de ralo de São Paulo. Com baixa declividade, assoreado e com ocupação desregrada de suas margens, o Tietê recebe, direta ou indiretamente,  as águas de praticamente todos os rios e córregos da cidade.

Por causa disso, o ex-governador paulista, Geraldo Alckmin, disse que a maior obra de sua gestão seria o "Projeto Tietê". Este custoso empreendimento, prometia a propaganda,  acabaria definitivamente com as enchentes na marginal do Tietê.

Foi propaganda enganosa. Logo após a inauguração, São Paulo sofreu uma das maiores enchentes e o epicentro, para variar, foi a famosa marginal. Rapidamente foram retiradas as vistosas placas "enchentes nunca mais!".

Apesar de não ter acabado com as enchentes, a obra teve alguns aspectos defensáveis: rebaixou a calha e, com isso,  aumentou a declividade e a velocidade do rio,  fatores importantes para evitar transbordamentos.

A construção de taludes para evitar erosão das margens também foi positiva, assim como a plantação de centenas de árvores ao longo da Marginal serviu para melhorar o visual da área.

Mas com os tucanos no governo dá sempre para piorar um pouco mais. Não satisfeito, o governador Serra  e seu parceiro, o prefeito Kassab, resolveram desfazer tudo e promover mais um ataque ao Tietê.

Com muito alarido publicitário, os tucanos promovem uma nova e desastrada intervenção no local.  Derrubam árvores e aumentam a impermeabilização do solo  para construir mais uma faixa de tráfego no local.

Condenada por dez entre dez especialistas em macrodrenagem urbana, a obra já apresenta seus primeiros resultados: agravamento das enchentes e degradação urbanística. E os congestionamentos só vão mudar de lugar.

De olho nas eleições e vendo São Paulo passar o verão debaixo d'água, o governador José Serra tira o seu da reta, desaparece e passa todo o abacaxi para o subserviente prefeito paulistano.chuva_abertura

Chega a ser vexatória a situação do alcaide. A cada nova enchente, ele aparece na televisão para dizer que as autoridades não têm culpa de nada. A responsabilidade é exclusiva de São Pedro e do excesso de chuvas.

Com isso, claro, sua popularidade naufraga e o governador Serra perde mais uma âncora de sua combalida obsessão pela presidência. E quem paga o pato são os moradores da cidade, que contabilizam grandes prejuízos materiais, doenças e perdas de vidas humanas.

3 comentários:

  1. boa noite Nivaldo.
    escrevo neste espaço, para te dizer que gostava muito de te ver na tribuna e nos programas da TV Assembléia.
    sou filiada ao PT desde 83, mas sempre admirei você, o Jamil e a Ana Maria.
    deve ser triste para você ver o que está acontecendo com a Sabesp...
    uma abraço

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  2. Minha cara Elisabete, fiquei muito contente com o seu comentário e compartilho de suas aflições sabespianas...

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  3. Olá Nivaldo, veja essa possibilidade de solução definitiva:

    http://brasilpraquetequero.blogspot.com/2010/02/enchentes-nunca-mais-sera-possivel.html

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