A Fundação Seade - Sistema Estadual de Análises de Dados - divulgou um estudo segundo o qual, depois de vinte anos, os acidentes de transporte superam os homicídios no total de mortes não naturais no Estado de São Paulo.
Nos últimos vintes anos pesquisados, só em São Paulo morreram 149.911 pessoas vítimas de acidentes de transporte. É um número, compara a Fundação Seade, equivalente à população do município de São Caetano do Sul, na Grande São Paulo.
O estudo aponta que houve redução nas mortes após a vigência do novo Código Nacional de trânsito (1998), mas ainda não se tem um balanço dos efeitos provocados pela chamada Lei Seca (2008).
Os números divulgados mostram que diminuiu pela metade os atropelamentos (entre 1996 e 2008, diminuiu de 10,1 óbitos para 5,1 para cada 100 mil habitantes). Os acidentes com automóvel, ônibus, veículo de carga pesada e camionete caíram de 15,3 para 9,5 óbitos para cada 100 mil pessoas.
O vilão da história foi a motocicleta, que no período analisado passou de 0,2 óbitos para 3,4 para cada 100 mil habitantes, um aumento de 1.7 00%!. Jovens de 18 a 29 anos representam 55% das mortes em acidentes de motos em São Paulo.
Esses números mostram que o transporte com veículos com pneus é uma péssima opção econômica e um flagelo social e ambiental. Pior: é um desastre em termos de mobilidade. O rodoviarismo exibe sinais de esgotamento, embora a indústria automobilística represente cerca de 10% do PIB, 1/4 do valor agregado do setor industrial.
O Brasil é o sexto construtor mundial de carros e o quinto mercado consumidor. Esse segmento é poderoso, tem força econômica e política. Um exemplo: no período de crise, enquanto o setor afundava na maior parte do mundo, o Brasil batia recordes de vendas de automóveis.
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