Há algum tempo, dez em cada dez analistas políticos tinham uma opinião formada: o PSDB vai sobreviver em São Paulo, apesar das dificuldades nacionais. Essa certeza, hoje, se transformou em uma imensa dúvida. Os desencontros tucanos em relação à sucessão presidencial parecem ter contaminado o projeto político estadual do partido.
Uma soma razoável de problemas passou a povoar o teatro de operações do PSDB paulista. O prefeito Kassab, fiel aliado do governador Serra, viu sua popularidade despencar com as enchentes, o aumento das tarifas de ônibus e do IPTU, a sujeira espalhada pela cidade e a sua política de desaparelhamento das áreas de assistência social do município.
No ninho dos tucanos há mais espinhos do que rosas. Persiste a proverbial indefinição partidária. Apesar dos salamaleques, o plano de voo de Aécio Neves conspira contra as ambições presidenciais de Serra.
As diatribes entre os tucanos não se limitam a São Paulo e Minas. Mesmo serristas de carteirinha não se pejam de tornar públicas suas divergências com a estratégia de Serra de adiar para abril a divulgação oficial de seu nome como candidato. Alegam, com certa razão, que até lá a candidatura pode naufragar.
Se o céu não é de brigadeiro para os tucanos no Brasil e em São Paulo, também não se pode dizer que o mar é de almirante para a oposição paulista. A vantagem é que, agora, a perspectiva de vitória oposicionista, antes uma miragem, hoje é uma possibilidade não desprezível.
A rota da oposição apresenta três opções: 1) candidatura única de Ciro Gomes para governador; 2) duas candidaturas, uma do presidente da Fiesp, Paulo Skaf, pelo PSB, e outra do PT, provavelmente a do Senador Aloísio Mercadante; 3) por último, uma reaglutinação de todos os partidos de oposição em torno de uma chapa com Mercadante e Skaf.
O jornal "Valor Econômico" desta quinta-feira, 11, especula que estaria em gestação uma aliança do senador petista e do presidente da Fiesp para a disputa do governo estadual. Essas tratativas seriam uma resposta para a hipótese de Ciro Gomes não disputar eleição este ano.
O tabuleiro, portanto, ainda não está montado. As eleições em São Paulo, talvez mais do que em outros estados, sofrem impactos diretos da disputa presidencial. Por tudo isso, abre-se uma interessante janela de oportunidades para se construir uma nova perspectiva para o Estado. É preciso muita calma nestas horas...
Mercadante-Skaff parece ser uma chapa com reais chances de vitória. Desde que apoiada por uma frente ampla.
ResponderExcluirRealmente, é preciso muita calma nessas horas...
ResponderExcluirE também é preciso pensar e muito para saber o que fazemos se Ciro não quiser disputar o governo de SP (em minha opinião a hipótese mais provável de acontecer já que será uma eleição sem o Lula e isso está empolgando a muitos que sonham com o Planalto). O neosocialista Skaf, pra mim, é um espinho na garganta. A sua filiação a um partido da esquerda e da base do governo Lula, é uma incoerência. Não devemos jamais esquecer que a FIESP, fez aquele circo chamado de movimento Cansei,para desgastar o governo. Me preocupo, como dirigente do PCdoB e principalmente como militante, termos Skaf do nosso lado. Me preocupo como vamos explicar para os eleitores na campanha.Ficarei constrangido em ter de fazer tamanhos malabarismos perante aos eleitores e principalmente a extrema esquerda radical fundamentalista. Devemos ter muita calma mesmo. É preciso tirar o PSDB do governo, mas não de qualquer jeito, a qualquer custo. Os fins não podem justificar os meios.
Anderson - PCdoB Santos-SP
Constrangimento maior é perder (de novo) para os tucanos.A política é contraditória, complexa,cheia de vicissitudes.É preciso talento e sagacidade para descobrir, nos intrincados labirintos da luta política, como, de um lado, acumular forças, avançar e, de outro lado, usar todos meios necessários para isolar os inimigos e explorar suas contradições. Isso não tem nada a ver com a cegueira sectária da "extrema esquerda radical fundamentalista", a esquerda que a direita gosta,incapaz de se libertar do pensamento metafísico..
ResponderExcluirDeus te ouça!!!!!!!!
ResponderExcluirNivaldo, você que é um cara bem informado, descubra para nós o que o Tuma pretende fazer da vida. Ele será candidato novamente ao Senado? Se for, é mais um adversário para ser derrotado. Acho que o ideal para uma chapa paulista seria Mercadante governador, um vice do PDT, Marta e Netinho para o Senado. O PSB pode lançar Skaf sozinho e colocar o Chalita na disputa do Senado, assim sobram menos votos para a direita e fica mais difícil para eles (a direita) manter a vaga na bancada paulista de senadores.
ResponderExcluirO PTB quer que o Tuma seja candidato à reeleição para o Senado, embora não seja fácil: a chapa liderada pelos tucanos deverá ter um candidato do PSDB e provavelmente o Quércia. A vice também está em disputa. Pode ser alguém do DEM, se eles não emplacarem uma disputa ao Senado.
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