No seu livro "Desenvolvimento e Perspectivas Novas para o Brasil" (Cortez Editora, 2010), Marcio Pochmann apresenta uma série de dados estatísticos sobre a realidade econômica e social do país.
Um número chama bastante a atenção. Um terço dos trabalhadores brasileiros, segundo Pochamnn, é prestador de serviço às famílias. Em 2007, esse número totalizava 23,6 milhões de trabalhadores.
Quem são esses cidadãos? São vigia, segurança doméstica, auxiliar de governanta, arrumadeira, cabeleleiro, depilador, motorista doméstico, dama de companhia, monitor, trabalhador doméstico, auxiliar de limpeza, piloto de aeronave e de lancha particular, etc.
Dessa "imensa horda de serviçais", como a eles se refere o livro citado, de 23,6 milhões de trabalhadores, 61% (14,4 milhões) estavam excluídos da atual legislação social e trabalhista. Com carteira assinada, em 2007, apenas 9,3 milhões. Os assalariados eram 17,7 milhões e um quarto trabalhava na condição de autônomo.
A renda média desse povo era 1,7 salário mínimo mensal. Mais da metade (12,1 milhões) recebiam até um salário mínimo. Uma pequena "elite" de 813 mil trabalhadores desse segmento faturava mais de cinco salários mínimos.
Esse pessoal mais bem remunerado exercia atividades de maior especialização. Pilotos de jatinhos, helicópteros e lanchas, administradores de propriedades, "personal trainer e style", damas de companhia, consultorias, etc.
Essa população trabalhadora praticamente não tem sindicato e é influenciada política e ideologicamente pelos seus patrões. Esse é um aspecto não desprezível da gigantesca luta para que os trabalhadores sejam protagonistas de um novo projeto nacional de desenvolvimento que seja socialmente justo e progressivo.
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