O presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, publicou em seu blog, hospedado no portal Vermelho, uma análise do novo projeto nacional de desenvolvimento e sua ligação com a estratégia de transição para o socialismo. Na minha modesta opinião, a principal sistematização já produzida sobre o novo programa do PCdoB.
A análise considera o desenvolvimento a essência da questão nacional e da luta para libertar-se das amarras do imperialismo. Essa tese parte da compreensão de que a contradição entre a burguesia e o proletariado, no atual estágio do capitalismo, tem como aspecto principal a contradição entre o imperialismo e a periferia do sistema. Enfrentar e superar essa contradição, diz o texto, é lutar pelo desenvolvimento.
O desenvolvimento tem sua historicidade própria no país e suas singularidades. Na fase atual, de acumulação estratégica de forças e de luta pela hegemonia, a tática e a estratégia se encontram no binômio desenvolvimento e socialismo. O caminho desenvolvimentista e o rumo socialista são as questões nodais do programa do PCdoB.
Esse novo projeto nacional de desenvolvimento, ainda segundo o texto, se apoia em quatro pilares: 1) a soberania e a defesa da nação; 2) a democratização do país; 3) o progresso social; 4) a integração solidária com a América Latina.
Esses quatro pilares são interligados e se reforçam mutuamente. Para avançar em sua construção, o presidente do PCdoB reafirma as três vertentes essenciais de acumulação de forças: a luta político-institucional, a luta social de massas e a luta de ideias.
Enfio minha colher no debate. É preciso haver equilíbrio e harmonia entre as três vertentes de acumulação de forças. Uma ajuda a outra e a fragilização de qualquer uma delas compromete o conjunto. É importante destacar essa questão, porque o desenvolvimento partidário não pode ser unilateral. Para ser duradouro e sustentável, tem que abarcar essas três frentes de atuação.
O fortalecimento partidário e das forças progressistas é condição necessária para a realização vitoriosa desse projeto. Em um país complexo e heterogêneo como o Brasil, tarefa de tal envergadura só pode ser realizada pela unidade de amplas forças políticas e sociais.
Parte fundamental dessa ampla coalizão, os trabalhadores, particularmente aqueles que militam no movimento sindical, estão chamados a cumprir papel de proa nessa luta. Para tanto, o ano de 2010 vai ser decisivo. Destaco três atividades:
a) dia 1º de Maio, Dia Internacional dos Trabalhadores, milhões de trabalhadores celebrarão o seu dia em todo o país, em grandes manifestações organizadas pelas centrais sindicais; momento propício para reverberar todas essas ideias;
b) dia 1ºde junho, data da Conferência Nacional da Classe Trabalhadora, trinta mil trabalhadores são esperados em São Paulo para debater a agenda dos trabalhadores no projeto nacional de desenvolvimento. Evento de militantes sindicais, para além de seu caráter assembleístico, é um momento de ouro para reflexão e sedimentação de ideias avançadas na parcela mais mobilizada do sindicalismo.
c) dia 3 de outubro, eleições gerais no país: tudo desemboca nas eleições. O seu caráter plebiscitário demonstra que só há uma opção para levar adiante e aprofundar as mudanças inaguradas pelo governo Lula. E essa opção atende pelo nome de Dilma. O resto é retrocesso conservador ou marola diversionista.
Resumo da ópera: a agenda do ano está posta. Há meses que valem por anos, para parodiar nosso mestre Marx.
PS: o Edmundo Fontes (vide comentário dele postado neste texto,) lembrou, com razão, que no dia 31 de maio haverá, também em São Paulo, a importante Assembleia dos Movimentos Sociais, que, lamentavelmente, eu omiti na agenda de lutas desse período. Fica o registro para reparar o erro.
muito bem Santana. Divulgarei a tua síntese aos membros da comissão sindical de São Paulo.
ResponderExcluirLi e concordo com você sobre a sistematização do Renato Rabelo sobre o nosso programa socialista e compartilho de sua opinião precisa sobre a batalha eleitoral posta e todo o calendário previsto para que nosso povo tenha uma grande vitória no dia 3 de outubro, para isso é fundamental a mobilização, a luta e a consciência da parcela mais avançada dos trabalhadores e do nosso povo, nesse sentido incluo na sua analise, alem do 1º de maio e do conclat a realização do Encontro Nacional dos Movimentos Sociais, que será realizado no dia 31 de maio em São Paulo, que junto com a parcela mais avançada do sindicalismo, organizam a Coordenação dos Movimentos Sociais. No mais, sempre sigo sua analises e opiniões e tenho grande afinidade com elas. Edmundo Ferreira Fontes.
ResponderExcluirO Edmundo Fontes, ex-presidente da Conam, ex-chefe de Gabinete do ex-deputado Nivaldo Santana, atual secretário de Organização do PCdoB paulistano, descobriu uma importante lacuna no meu texto, qual seja a omissão da importante assembleia dos movimentos sociais, dia 31 de maio. A omissão é produto do meu desvio sindicalês...mas que os leitores atentos e críticos do blog não deixam passar em branco.
ResponderExcluirCaro Nivaldo,
ResponderExcluirExcelente síntese da matéria do Renato e fechamento claro e objetivo. Divulgarei em meu blog.
Obrigada Camarada
Abraços
[...] 1º de maio, 1º de junho e 3 de outubro Ir aos comentários do blog do Nivaldo Santana [...]
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