sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Facão na Embraer

Frederico Curado, presidente da Embraer - Empresa Brasileira de Aeronáutica S/A, anunciou ontem, dia 19, que a empresa vai demitir 4.200 trabalhadores. É o maior facão desse período!

A Embraer é uma das maiores empresas aeroespaciais do mundo. Foi fundada em 19 de agosto de 1969, como estatal, e privatizada em 7 de dezembro de 1994. A Embraer já produziu 4.995 aviões, que operam em 78 países. Tinha, antes das demissões, 23.509 empregados, dos quais 87,7% no Brasil. A empresa explora aviação comercial, aviação executiva, Defesa e Governo.

O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, presidido por Adilson dos Santos (o "Índio") é filiado à Conlutas (saiu da CUT em agosto de 2004), tem 20 mil sindicalizados e representa os trabalhadores da área. Segundo seus dirigentes, a Embraer não recebe o sindicato, não comunica oficialmente às demissões e adota postura autoritária na relação com os sindicalistas.
Pelo seu peso na economia nacional - é uma das maiores exportadoras do país - a Embraer depende muito dos financiamentos do BNDES (de 1997 até hoje, a empresa obteve US$ 8,39 bilhões como financiamento para exportações), o que volta a colocar na ordem do dia a necessidade de contrapartida para os investimentos públicos. Além do mais, apesar da crise, o facão se mostra absolutamente desproporcional, até porque as encomendas para este ano estão dentro dos padrões da empresa, segundo o sindicato.

Abaixo, a nota oficial da CTB - Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil -demandando a reintegração dos demitidos.

CTB quer reintegração na Embraer e conclama à unidade contra demissões

A CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) manifesta ativa e irrestrita solidariedade aos trabalhadores da Embraer que estão sendo vítimas de demissões em massa determinadas pela direção da empresa, que anunciou o corte de 4,2 mil postos de trabalho na última quinta-feira (19). Trata-se de uma decisão arbitrária, sem
consultas prévias, que surpreendeu os representantes da categoria, as vítimas e o próprio governo Lula. Tal conduta revela-se ainda mais inaceitável quando se sabe que a Embraer prosperou protegida pelo generoso guarda-chuva do Estado nacional, tendo recebido cerca de 7 bilhões de reais em financiamentos subsidiados do BNDES (que opera com recursos do FAT) desde sua privatização em dezembro de 1994.

O presidente Lula, que já revelou sua indignação com o episódio, precisa adotar uma posição firme em defesa da reintegração imediata dos trabalhadores e trabalhadoras demitidas na empresa de aeronáutica. É preciso cobrar maior responsabilidade social por parte da direção da Embraer que, embora privatizando os lucros, busca socializar os prejuízos e nunca dispensou a contribuição do BNDES. A CTB conclama o movimento sindical à mais ampla unidade neste momento de crise e de reacionária ofensiva patronal contra o emprego e os direitos da classe trabalhadora. É indispensável unificar forças para resistir e lutar em todos os setores e ramos da economia em defesa do emprego, dos salários e dos direitos da classe trabalhadora.
São Paulo, 20 de fevereiro de 2009

Wagner Gomes, presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)

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