segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Revolução bolivariana


China, Vietnã, República Popular da Coréia e Cuba são alguns dos países que, cada um com suas particularidades, mantém a perspectiva socialista. São países dirigidos pelos respecticvos partidos comunistas.

Mas a vitória do presidente Hugo Chávez, no referendo de ontem, reafirma a continuidade do processo revolucionário que o líder venezuelano batizou de "socialismo do século XXI" e que serve de inspiração para outros países da América Latina, nomeadamente a Bolívia, o Equador, a Nicarágua e mais recentemente o Paraguai. Não conheço, mas parece que Honduras também mantém relações privilegiadas com esses países.

A América Latina é um continente que busca caminhos alternativos ao neoliberalismo. Brasil, Argentina, Chile, Uruguai, Paraguai, por outros caminhos, também realizam suas experiências, sem mudanças institucionais mais profundas (nos casos citados do parágrafo anterior, houve uma espécie de refundação institucional dos países, principalmente a Venezuela, a Bolívia e o Equador, com a realização de Assembleias Nacionais Constituintes, referendos, etc., reformatando os poderes do país e dando mais espaço à participação popular).

Com a emergência da mais grave crise do capitalismo depois da quebra dos anos 30, essas experiências adquirem atenção maior, e vão enfrentar novos desafios, já que a retração econõmica abarca praticamente todos os países do mundo.

Processos mudancistas dirigidos por forças políticas e sociais de novo tipo - ao contrário das experiências mais antigas, nestas os partidos comunistas são forças secundárias ou residuais - podem também ser considerados socialistas?

A pergunta tem conteúdo teórico e valor político. O programa do PCdoB, por exemplo, considera que o essencial para iniciar a transição ao socialismo é a conquista do poder político - infere-se que a conquista deve ser feita pelos comunistas e seus aliados.

Para jogar lenha na confusão, a revista Newsweek, por exemplo, coloca na capa desta semana a seguinte manchete: "Somos todos socialistas agora". Não sei se é pergunta ou afirmação, mas revela o cinismo daqueles que, ontem, defenderam uma tese (todo poder ao mercado desregulado e defesa de um estado mínimo) agora saúdam saúdam o Estado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário