quinta-feira, 26 de março de 2009

Roteiro de intervenção para debate

OS TRABALHADORES E A CRISE DO CAPITALISMO
Fracasso do neoliberalismo
· Atual crise é o atestado de óbito para as políticas neoliberais (menos estado e mais mercado)
· Esgotamento da finaceirização, da desregulamentação financeira, livre fluxo de capitais, remessa de lucros, privatizações, especulação em detrimento da produção.
Início da atual crise
· Agosto/2007: estouro da bolha imobiliária dos EUA – hipotecas/derivativos
· Alguns exemplos do aprofundamento da crise: quebra de bancos, como o Lehman Brothers, com dívidas de US$ 613 bilhões de dólares, socorro à seguradora AIG de US$ 120 bilhões, fusões bancárias, quebra da indústria automobilística. Um dado importante: ações do Citibank caíram de US$ 55 dólares para US$ 0,80!
· Banco de Compensações internacionais (BIS) estima que, em dezembro de 2007, os derivativos já somavam US$ 516 trilhões de dólares, dez vezes a mais que o PIB mundial.
Crises são inevitáveis no capitalismo (Marx)
· A lógica do sistema capitalista é a busca incessante por lucros máximos. Para isso, se investe cada vez mais em capital constante (meios de produção – máquinas, equipamentos, terrenos – que passam sem alteração de valor para o produto acabado).
· Investe-se cada vez menos em capital variável, que serve para adquirir força de trabalho e que aumenta o valor no processo de trabalho ao criar a mais-valia (essência da exploração capitalista).
· A produção cresce em progressão geométrica e o consumo cresce em progressão aritmética (aumento da composição orgânica do capital): resultado: superprodução – produção maior do que a capacidade de consumo, sobretudo de bens de produção.
Capital fictício
Parte do capital financeiro (capital portador de juros) que não tem correspondência na produção (como os derivativos). Existe como papel, expectativa futura. Cresce tanto que não há como realizar mais valia para garantir esse capital fictício (daí o nome).
Há capital financeiro não fictício (moedas, títulos, ações) com certa correspondência na produção.
Várias crises
· A atual crise é financeira, bancária, creditícia e de superprodução. Evolui para crise social (desemprego, rebaixamento salarial) e pode se tornar crise política (Exemplo: leste europeu governos já caíram ou estão acuados na Letônia, República Tcheca, Bulgária, Romênia, Hungria, etc.)
Saídas
A alternativa socialista ainda não se impôs como necessidade, mas a crise pode desembocar em uma crise do sistema.
BRICs, hoje, podem ser contraponto, principalmente a China. O declínio dos EUA tem como contrapartida a ascensão da China, o que pode provocar uma reconfiguração da geopolítica mundial. PIB chinês, ao contrário dos EUA, Europa e Japão, pode ter crescimento alto, de 8%.
Banco Central da China propõe novo sistema monetário internacional, com criação de nova moeda mundial em substituição ao dólar.
BRASIL
Duas questões chaves para o próximo período: desenvolvimento da crise e sucessão presidencial. Oposição conservadora torce por impacto maior da crise no país para corroer credibilidade do governo e abrir espaço para seu retorno da ao poder.
· Pela primeira vez em mais de um século o Brasil não quebra diante de uma crise internacional (maiores reservas, maior diversificação comercial, sistema público de crédito, etc.).
· Estado é elemento central para enfrentar a crise: ampliar bastante o investimento público (BNDES, BB, CEF, Banco do Nordeste, Basa e também Petrobrás, Eletrobrás). Fortalecer o mercado interno face à queda do comércio internacional e o avanço do protecionismo.
· Observação: com FHC, disponibilidade de créditos públicos caiu de 50% para 1/3 e as privatizações foram da ordem de 15% do PIB e provocaram 500 mil demissões.
· Exigir contrapartida de garantia de emprego nas empresas beneficiárias de investimentos públicos, facilidades fiscais e creditícias.
· Reduzir juros e spreads bancários, controlar remessa de lucros e regulamentar fluxo de capital.
· Preservar empregos, salários e direitos trabalhistas e sociais, aprovar Convenção 158 da OIT, reduzir jornada sem reduzir salário.
· Ampliar as jornadas de lutas (30 de março, 1º de maio), aprofundar a unidade das centrais com o movimento sindical, trabalhar por um novo pacto político no país que tenha como base a defesa da democracia, do desenvolvimento com valorização do trabalho, defesa dos direitos dos trabalhadores e do progresso social, do fortalecimento da integração latino-americana e de unidade dos países ditos emergentes contra as potências imperialistas em declínio.
Nivaldo Santana (nsantana@uol.com.br)
htpp://nivaldoctb.blogspot.com

Um comentário:

  1. Está um resumão excelente, Parabens
    Já coloquei no meu blog
    abrços
    Márcia

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