Os eleitores que se dispunham a sufragar o nome de Quércia parecem não ter uma opção definida e seus votos se distribuem, não se sabe em qual proporção, entre os candidatos remanescentes, jogando mais lenha na fogueira das especulações.
Como toda eleição majoritária, esta também é muito difícil, com um dado enigmático: votar duas vezes para o mesmo cargo ainda não faz parte da cultura política do povo. São infindáveis as teses que procuram captar o sentimento do eleitorado para o primeiro e o para o segundo voto. Especula-se que o primeiro voto é uma certeza e o segundo uma hipótese, mais volátel e sujeito, portanto, a mudanças ao longo da campanha.
Essas dúvidas alimentam estratégias que nem sempre dão bom resultado. A disputa em São Paulo, por exemplo, apresenta nos dias de um hoje um quadro que até algumas semanas atrás não seria considerado plausível. A primeira surpresa é o fato de Dilma ter ultrapassado José Serra no principal reduto do candidato conservador.
É bom que se diga que o alto comando do PSDB pretendia, nas eleições presidenciais em São Paulo, impor uma derrota à candidata Dilma com, no mínimo, quatro milhões de votos de vantagem. A tendência de derrota de Serra em São Paulo é um torpedo nas pretensões tucanas. Perdendo em SP, a eleição está liquidada, todos sabem disso.
Na esteira da ascensão de Dilma, outro fato importante é que os dois candidatos ao Senado da coligação de esquerda - Netinho e Marta - estão nas primeiras posições. Essa situação, positiva e promissora, parece indicar que a vitória de duas candidaturas de esquerda é plenamente factível, derrubando especulações de que em eleições desse tipo se elege um progressista e um conservador.
A vida vai mostrando que a campanha compartilhada de Netinho e Marta reúne amplas possibilidades de vitória. Romeu Tuma e Aloysio Nunes, cada um por razões próprias, não conseguem empolgar o eleitorado. Principalmente o candidato tucano ao Senado apresenta grandes fragilidades.
Desconhecido dos eleitores - o ex-chefe da Casa Civil atua mais nos bastidores, não é figura com visibilidade - sem propostas inovadoras e sendo membro de uma das facções em declínio do PSDB - o grupo político liderado por Serra - Aloysio faz uma campanha modorrenta, sem eixo e recheada de baixarias que funcionam mais como bumerangue do que como âncora para alavancar sua moribunda candidatura.
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