Em dezembro do ano passado, Paulo Bernardo e Alexandre Padilha, hoje ministros de Dilma, se reuniram com as centrais sindicais e deixaram entreaberta a possibilidade de o novo governo apresentar proposta de um salário mínimo bem melhor do que a atual.
Embora Dilma não tivesse ainda tomado posse, os dois falavam como porta-vozes oficiais da presidente eleita. A lambança veio depois. Começou pela boca de Guido Mantega, que gosta de falar manso com os banqueiros e falar grosso com os trabalhadores.
O ministro da Fazenda disse que seria R$ 540 o valor do novo salário mínimo e nada de mexer na tabela do imposto de renda! As bravatas desse ministro e a intransigência dos negociadores do governo podem tornar azedas as negociações ainda em andamento e levar a polêmica para um debate mais complexo no Congresso Nacional.
O governo Dilma poderia muito bem ter começado seu mandato sem essa desnecessária turbulência com os trabalhadores. A vida demonstrou à exaustão que é papo furado que aumentos reais do salário mínimo quebram a Previdência e os municípios pequenos.
Opiniões, comentários e notas sobre política, sindicalismo, economia, esporte, cultura e temas correlatos.
sábado, 5 de fevereiro de 2011
domingo, 30 de janeiro de 2011
Paraguaios e bolivianos em São Paulo
Neste sábado de sol forte e calor sufocante, em uma praça semi-abandonada da Barra Funda, zona oeste da capital paulista, acompanhei imigrantes paraguaios e bolivianos fazendo um racha em um campinho de areia. Indiferentes à temperatura tórrida, esbanjam muita raça, pouca técnica e suam a camisa atrás do gol.
Assistem à partida outros imigrantes - que aguardam sua vez para jogar - e suas esposas e filhos, um ritual constante em todos os sábados. Eles encontram naquela praça sem banheiro, sem água e com raras árvores, um momento de lazer precário para mitigar suas duras condições de vida no Brasil.
No fundo da praça, o ranger dos trens passando sobre os trilhos da CPTM se confunde com as conversas baixas e tímidas dos imigrantes. Equipados com água, refrigerantes, cervejas, lanches, assemelham-se às famílias pobres de São Paulo em suas idas ao litoral sul paulista, os pejorativamente chamados "farofeiros".
Paraguaios e bolivianos, centenas de milhares, em geral trabalham em fábricas de confecções em São Paulo. Os salários miseráveis, pagos por seus patrões coreanos ou por seus próprios compatriotas mais endinheirados, não lhes permitem maiores gastos com lazer. A pelada, então, é a melhor solução coletiva.
Com a maior integração econômica na América Latina, principalmente a partir do Mercosul, a expectativa é de que o Brasil, pela pujança de sua economia diante dos países vizinhos mais pobres, funcione como força centrípeta na atração de trabalhadores imigrantes.
Segmentos mais lúcidos dessa leva de imigrantes já se antenaram para essa nova realidade. Em São Paulo, por exemplo, foi fundada recentemente a Associação dos Imigrantes Paraguaios, que busca ser um instrumento de integração e defesa dos interesses dos paraguaios que vivem no Brasil.
A entidade pleiteia estruturar espaços que garantam à comunidade meios para compartilhar esporte, lazer e cultura, dar vazão a uma sociabilidade fragmentada pela distância da terra natal e pelas vicissitudes econômicas, trabalhistas e sociais que padecem no Brasil.
Pelo simbolismo da data, a Associação pretende celebrar, em maio, o bicentenário da Independência do Paraguai. E aproveitar a data para mobilizar os poderes públicos e o consulado paraguaio em São Paulo para criar espaços de referência para os imigrantes.
Ao contrário de outras correntes migratórias, talvez sejam os nossos hermanos latino-americanos aqueles que demandem maior solidariedade. Essa é a face obscura que não pode ser olvidada da necessária integração solidária latino-americana.
Assistem à partida outros imigrantes - que aguardam sua vez para jogar - e suas esposas e filhos, um ritual constante em todos os sábados. Eles encontram naquela praça sem banheiro, sem água e com raras árvores, um momento de lazer precário para mitigar suas duras condições de vida no Brasil.
No fundo da praça, o ranger dos trens passando sobre os trilhos da CPTM se confunde com as conversas baixas e tímidas dos imigrantes. Equipados com água, refrigerantes, cervejas, lanches, assemelham-se às famílias pobres de São Paulo em suas idas ao litoral sul paulista, os pejorativamente chamados "farofeiros".
Paraguaios e bolivianos, centenas de milhares, em geral trabalham em fábricas de confecções em São Paulo. Os salários miseráveis, pagos por seus patrões coreanos ou por seus próprios compatriotas mais endinheirados, não lhes permitem maiores gastos com lazer. A pelada, então, é a melhor solução coletiva.
Com a maior integração econômica na América Latina, principalmente a partir do Mercosul, a expectativa é de que o Brasil, pela pujança de sua economia diante dos países vizinhos mais pobres, funcione como força centrípeta na atração de trabalhadores imigrantes.
Segmentos mais lúcidos dessa leva de imigrantes já se antenaram para essa nova realidade. Em São Paulo, por exemplo, foi fundada recentemente a Associação dos Imigrantes Paraguaios, que busca ser um instrumento de integração e defesa dos interesses dos paraguaios que vivem no Brasil.
A entidade pleiteia estruturar espaços que garantam à comunidade meios para compartilhar esporte, lazer e cultura, dar vazão a uma sociabilidade fragmentada pela distância da terra natal e pelas vicissitudes econômicas, trabalhistas e sociais que padecem no Brasil.
Pelo simbolismo da data, a Associação pretende celebrar, em maio, o bicentenário da Independência do Paraguai. E aproveitar a data para mobilizar os poderes públicos e o consulado paraguaio em São Paulo para criar espaços de referência para os imigrantes.
Ao contrário de outras correntes migratórias, talvez sejam os nossos hermanos latino-americanos aqueles que demandem maior solidariedade. Essa é a face obscura que não pode ser olvidada da necessária integração solidária latino-americana.
quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
Organização sindical dos metalúrgicos do ABC
Dirigentes da CTB receberam nesta quarta-feira o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre (foto abaixo). Ele estava acompanhado dos diretores Teonílio Monteiro (Barba) e José Lopes Feijóo, também vice-presidente nacional da CUT, além de Célia Rocha de Lima, assessora Jurídica.
Atualmente o sindicato tem 83 comitês na base. Ao todo, eles representam 84% da categoria, aproximadamente 101 mil trabalhadores. O processo eleitoral se inicia com a eleição dos 242 membros do CSE, que formam a base da direção. As chapas são eleitas proporcionalmente ao número de votos.
Depois, passa-se à segunda e última etapa das eleições, na qual são eleitos os membros da Executiva, do Conselho da Direção e do Conselho Fiscal. Os candidatos, estatutariamente, precisam ter sido eleitos no CSE.Nesta fase não há proporcionalidade - é o famoso "ganhou, levou".
Os líderes cutistas historiaram os trinta anos do processo de organização nos locais de trabalho dos metalúrgicos do ABC, que começaram com as comissões de fábricas, passam pelo Sistema Único de Representação (fusão de comisão de fábrica com Cipa) até chegarem ao formato atual.
Sérgio Nobre fez uma longa exposição das experiências de negociação que o sindicato desenvolve a partir da CSE, com a supervisão do Sindicato. Segundo ele, o maior enraízamento sindical nos locais de trabalho, produto dessa nova forma de organização, facilita tanto a negociação como a mobilização
Para além do juízo de valor que se faça dessas formas novas de organização e negociação desenvolvidadas em um dos principais "laboratórios" sindicais do país, é justo reconhecer que o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC continua sendo uma das principais vitrines sindicais do Brasil. E vale a pena ser estudado.
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Sede da CTB foto: Cíntia Ribas |
O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC,como se sabe, é a entidade que projetou nacionalmente o nome de Lula. Um dos mais importantes sindicatos do país, os metalúrgicos do ABC tem um modelo de organização diferente do habitual.
A diretoria sindical é composta por nove diretores Executivos, quinze do Conselho da Direção e três no Conselho Fiscal, todos efetivos, sem suplentes. A principal novidade é a existência de 242 membros do Comitê Sindical de Empresa (CSE).
O CSE é composta de acordo com o número de trabalhadores sindicalizados de cada empresa, na seguinte proporção: de um a 100 sindicalizados, dois membros; de 101 a 200, três membros; de 201 a 400, quatro membros; de 401 a 600, cinco membros; e de 601 a 1000, sete membros.
Os comitês sindicais de empresa são constituídos por iniciativa do Conselho da Executiva da Direção ou por dois terços dos associdos, com a condição de que o número total de associados corresponda a pelo menos 50% mais um dos trabalhadores da empresa.
Como exemplo, na última eleição da CSE, a Mercedes-Benz elegeu quinze membros (10.591 trabalhadores), a TRW Automotive cinco (640), a Volkswagem vinte e cinco (11.916), a ZF do Brasil quatro (1085), a Ford doze (4.123), a Toyota cinco (1297), etc.
Depois, passa-se à segunda e última etapa das eleições, na qual são eleitos os membros da Executiva, do Conselho da Direção e do Conselho Fiscal. Os candidatos, estatutariamente, precisam ter sido eleitos no CSE.Nesta fase não há proporcionalidade - é o famoso "ganhou, levou".
Os líderes cutistas historiaram os trinta anos do processo de organização nos locais de trabalho dos metalúrgicos do ABC, que começaram com as comissões de fábricas, passam pelo Sistema Único de Representação (fusão de comisão de fábrica com Cipa) até chegarem ao formato atual.
Sérgio Nobre fez uma longa exposição das experiências de negociação que o sindicato desenvolve a partir da CSE, com a supervisão do Sindicato. Segundo ele, o maior enraízamento sindical nos locais de trabalho, produto dessa nova forma de organização, facilita tanto a negociação como a mobilização
Para além do juízo de valor que se faça dessas formas novas de organização e negociação desenvolvidadas em um dos principais "laboratórios" sindicais do país, é justo reconhecer que o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC continua sendo uma das principais vitrines sindicais do Brasil. E vale a pena ser estudado.
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
Desindustrialização?
Começa a ganhar corpo o debate sobre o papel da indústria no Brasil. Tudo começa com a constatação de que a produção industrial tem perdido espaço no PIB brasileiro, principalmente a partir da década de 90 passada (Collor, FHC). O centro da polêmica atende pelo nome de desindustrialização.
Alguns estudiosos afirmam que todos os países, sejam eles desenvolvidos ou os chamados emergentes, só conseguiram sustentar um crescimento acima de 5% anual com base preponderante na indústria. A desindustrialização seria, portanto, um passaporte carimbado para a insustentabilidade do crescimento.
Análise feita pelo articulista Rogério César de Souza , no Portal Estadão desta segunda-feira, diz que a indústria nacional perde competividade devido ao pequeno crescimento da produtividade, custos de infraestrutura inadequada, carga tributária elevada e forte valorização do real.
Em 20 anos, segundo ele, a indústria recuou sua participação no PIB de 27% para 16%, Teme-se, por essa ótica, que o Brasil seja acometido da famosa "doença holandesa", termo usado para designar países que exportam recursos naturais e sofrem declínio em seu setor manufatureiro.
O professor de Economia da USP, Alexandre de Freitas Barbosa, interpreta o fenômeno de forma diferente. Ele sustenta que não se pode falar em desindustrialização em um país que, em cinco anos, gerou 2,5 milhões de novos empregos industriais e ainda bate recordes na produção de automóveis.
Para ele, o que falta ao Brasil é uma estratégia nacional de desenvolvimento clara, para além das questões imediatas. Polêmico, o professor acha que a elaboração dessa nova estratégia de desenvolvimento precisa superar alguns fantasmas que povoam a cabeça dos economistas brasileiros.
Haveria, em sua opinião, o fantasma neoliberal, que só pensa em ajuste fiscal como panaceia para todos os males da economia, e o fantasma dos economistas de esquerda, que vêem financeirização e desindustrialização como os dois problemas econômicos centrais.
A briga pela industrialização no Brasil vem de longe. Em 1785, para citar um exemplo emblemático, Dona Maria I baixou um alvará proibindo a produção industrial no Brasil. Só em 1808, com a chegada da Família Real ao país, tal medida foi revogada.
A industrialização de fato no Brasil começa com o fim do tráfico internacional de escravos (1850), que libera recursos para a indústria, e com a cafeicultura e a imigração, que propiciam o surgimento de mão-de-obra assalariada do país e a formação de mercado consumidor.
O incremento industrial brasileiro se beneficia das grandes crises mundiais (guerras mundiais e a crise de 1929). Com a Revolução de 30, liderada por Getúlio Vargas, o perfil da economia do país se altera, com política industrializante e a substituição dos imigrantes por mão-de-obra nacional.
Com JK e seu Plano de Metas, a indústria cresce pela via da internacionalização da nossa economia, com a abertura para as multinacionais.O tripé econômico do país é formado pelas empresas estatais, pelo capital privado nacional e pelas multinacionais.
Com isso, o Brasil se industrializou, se urbanizou e se tornou uma das dez maiores economias do mundo. Apesar das desigualdades sociais e regionais, o período de 1930/1980 pode ser considerado o período de ouro do capitalismo brasileiro.
A euforia, no entanto, desaba na tristemente famosa década perdida (anos 80 do século passado). Piora ainda mais na década seguinte, com a hegemonia do ideário neoliberal. O Brasil retroage em todas as áreas. Nesse período, o país enfrenta uma estagnação sem precedentes em sua história.
Com o início do governo Lula, em 2003, volta à ordem do dia o debate sobre um novo projeto nacional de desenvolvimento. Esse projeto precisa se ancorar em quatro pilares básicos: democracia, soberania nacional, integração latino-americana e progresso social.
Com todas as vicissitudes do seus oito anos de governo, Lula teve o mérito de interromper a aplicação do neoliberalismo e iniciar uma nova fase no país. Em um ambiente democrático, o país voltou a crescer e a enfrentar as heranças históricas de desigualdades sociais e regionais.
Com o governo Dilma, a etapa é outra. O Brasil precisa realizar reformas estruturais e aprofundar o ciclo progressista inaugurado pelo presidente Lula. Um gargalo essencial a ser superado é o problema do do crescimento econômico sustentado e o papel da indústria como sustentáculo dessa nova fase.
Uma pergunta fica no ar: o Brasil corre o risco de ser vítima da doença holandesa, exportador de produtos básicos, de baixo valor agregado, com grande valorização cambial e setor manufatureiro menos competitivo e em retração? Está aberto o debate.
Alguns estudiosos afirmam que todos os países, sejam eles desenvolvidos ou os chamados emergentes, só conseguiram sustentar um crescimento acima de 5% anual com base preponderante na indústria. A desindustrialização seria, portanto, um passaporte carimbado para a insustentabilidade do crescimento.
Análise feita pelo articulista Rogério César de Souza , no Portal Estadão desta segunda-feira, diz que a indústria nacional perde competividade devido ao pequeno crescimento da produtividade, custos de infraestrutura inadequada, carga tributária elevada e forte valorização do real.
Em 20 anos, segundo ele, a indústria recuou sua participação no PIB de 27% para 16%, Teme-se, por essa ótica, que o Brasil seja acometido da famosa "doença holandesa", termo usado para designar países que exportam recursos naturais e sofrem declínio em seu setor manufatureiro.
O professor de Economia da USP, Alexandre de Freitas Barbosa, interpreta o fenômeno de forma diferente. Ele sustenta que não se pode falar em desindustrialização em um país que, em cinco anos, gerou 2,5 milhões de novos empregos industriais e ainda bate recordes na produção de automóveis.
Para ele, o que falta ao Brasil é uma estratégia nacional de desenvolvimento clara, para além das questões imediatas. Polêmico, o professor acha que a elaboração dessa nova estratégia de desenvolvimento precisa superar alguns fantasmas que povoam a cabeça dos economistas brasileiros.
Haveria, em sua opinião, o fantasma neoliberal, que só pensa em ajuste fiscal como panaceia para todos os males da economia, e o fantasma dos economistas de esquerda, que vêem financeirização e desindustrialização como os dois problemas econômicos centrais.
A briga pela industrialização no Brasil vem de longe. Em 1785, para citar um exemplo emblemático, Dona Maria I baixou um alvará proibindo a produção industrial no Brasil. Só em 1808, com a chegada da Família Real ao país, tal medida foi revogada.
A industrialização de fato no Brasil começa com o fim do tráfico internacional de escravos (1850), que libera recursos para a indústria, e com a cafeicultura e a imigração, que propiciam o surgimento de mão-de-obra assalariada do país e a formação de mercado consumidor.
O incremento industrial brasileiro se beneficia das grandes crises mundiais (guerras mundiais e a crise de 1929). Com a Revolução de 30, liderada por Getúlio Vargas, o perfil da economia do país se altera, com política industrializante e a substituição dos imigrantes por mão-de-obra nacional.
Com JK e seu Plano de Metas, a indústria cresce pela via da internacionalização da nossa economia, com a abertura para as multinacionais.O tripé econômico do país é formado pelas empresas estatais, pelo capital privado nacional e pelas multinacionais.
Com isso, o Brasil se industrializou, se urbanizou e se tornou uma das dez maiores economias do mundo. Apesar das desigualdades sociais e regionais, o período de 1930/1980 pode ser considerado o período de ouro do capitalismo brasileiro.
A euforia, no entanto, desaba na tristemente famosa década perdida (anos 80 do século passado). Piora ainda mais na década seguinte, com a hegemonia do ideário neoliberal. O Brasil retroage em todas as áreas. Nesse período, o país enfrenta uma estagnação sem precedentes em sua história.
Com o início do governo Lula, em 2003, volta à ordem do dia o debate sobre um novo projeto nacional de desenvolvimento. Esse projeto precisa se ancorar em quatro pilares básicos: democracia, soberania nacional, integração latino-americana e progresso social.
Com todas as vicissitudes do seus oito anos de governo, Lula teve o mérito de interromper a aplicação do neoliberalismo e iniciar uma nova fase no país. Em um ambiente democrático, o país voltou a crescer e a enfrentar as heranças históricas de desigualdades sociais e regionais.
Com o governo Dilma, a etapa é outra. O Brasil precisa realizar reformas estruturais e aprofundar o ciclo progressista inaugurado pelo presidente Lula. Um gargalo essencial a ser superado é o problema do do crescimento econômico sustentado e o papel da indústria como sustentáculo dessa nova fase.
Uma pergunta fica no ar: o Brasil corre o risco de ser vítima da doença holandesa, exportador de produtos básicos, de baixo valor agregado, com grande valorização cambial e setor manufatureiro menos competitivo e em retração? Está aberto o debate.
sexta-feira, 7 de janeiro de 2011
Ordem é bater em Dilma e no Lula
Dilma começa o seu governo com expectativa bastante favorável. Lula deixou o governo como mito. Com isso, os setores mais conservadores da política brasileira miram sua artilharia na titular do time (Dilma) e no Pelé que está no banco de reservas (Lula).
A ideia, claríssima, é um esforço para desconstruir a imensa popularidade de Lula, de um lado, e evitar o êxito do governo Dilma. É uma tarefa, digamos, difícil de ser realizada. Difícil, mas necessária, devem pensar os ideólogos do conservadorismo brasileiro.
Essa linha de ação oposicionsita tem como horizonte o ano de 2014. Tudo o que esses caras não querem é chegar na próxima sucessão presidencial com um duplo problema: Dilma bem na foto e o Lula ainda mitificado.
O prestígio político do Lula deve resistir ao tempo, mas isso é uma profecia que só a história confirmará. O problema central, agora, é garantir o êxito do governo Dilma. As arrumações iniciais do governo sempre provocam ruídos, disputa de espaços, não há nada de novo por aí. O perigo reside na economia.
A turma que entende do assunto - eu me incluo fora dessa - está preocupada com a política cambial. A apreciação de nossa moeda diminui a competividade dos produtos brasileiros e está retraindo nossa produção industrial. As medidas até agora tomadas parecem insuficientes.
Usar os juros como remédio para enfrentar a inflação parece não ser bom negócio. Além de refrear o crescimento do PIB, juros elevados atraem dólares e isso agrava o problema cambial. Se é verdade que inflação aleija e câmbio mata...
Mídia e establishment proclamam a necessidade de ajuste fiscal, diminuição e melhora da "qualidade"dos gastos públicos e toda a velha cantilena conhecida. Nessa linha, por exemplo, um gaiato chegou até a dizer que o aumento do salário mínimo chegou ao teto e já não pode continuar.
Cá com os meus botões, o êxito do governo Dilma deve vir de outra política. A palavra-chave é desenvolvimento. Desenvolvimento com mais investimentos e juros baixos. Com fortalecimento da indústria e política cambial que aumente a competividade brasileira. Com salários mais altos e revigoramento do mercado interno.
A ideia, claríssima, é um esforço para desconstruir a imensa popularidade de Lula, de um lado, e evitar o êxito do governo Dilma. É uma tarefa, digamos, difícil de ser realizada. Difícil, mas necessária, devem pensar os ideólogos do conservadorismo brasileiro.
Essa linha de ação oposicionsita tem como horizonte o ano de 2014. Tudo o que esses caras não querem é chegar na próxima sucessão presidencial com um duplo problema: Dilma bem na foto e o Lula ainda mitificado.
O prestígio político do Lula deve resistir ao tempo, mas isso é uma profecia que só a história confirmará. O problema central, agora, é garantir o êxito do governo Dilma. As arrumações iniciais do governo sempre provocam ruídos, disputa de espaços, não há nada de novo por aí. O perigo reside na economia.
A turma que entende do assunto - eu me incluo fora dessa - está preocupada com a política cambial. A apreciação de nossa moeda diminui a competividade dos produtos brasileiros e está retraindo nossa produção industrial. As medidas até agora tomadas parecem insuficientes.
Usar os juros como remédio para enfrentar a inflação parece não ser bom negócio. Além de refrear o crescimento do PIB, juros elevados atraem dólares e isso agrava o problema cambial. Se é verdade que inflação aleija e câmbio mata...
Mídia e establishment proclamam a necessidade de ajuste fiscal, diminuição e melhora da "qualidade"dos gastos públicos e toda a velha cantilena conhecida. Nessa linha, por exemplo, um gaiato chegou até a dizer que o aumento do salário mínimo chegou ao teto e já não pode continuar.
Cá com os meus botões, o êxito do governo Dilma deve vir de outra política. A palavra-chave é desenvolvimento. Desenvolvimento com mais investimentos e juros baixos. Com fortalecimento da indústria e política cambial que aumente a competividade brasileira. Com salários mais altos e revigoramento do mercado interno.
quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
Nota Oficial da CTB sobre o novo salário mínimo
A CTB E O NOVO SALÁRIO MÍNIMO
A CTB - Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – manifesta sua posição contrária à Medida Provisória nº 516/10 que fixa o novo valor do salário mínimo para 2011 em R$ 540,00. Publicada na última edição do ano do Diário Oficial da União, a MP em tela caminha na contramão da política permanente de valorização do salário mínimo, prevista para durar até 2023.
O último reajuste do salário mínimo no governo Lula foi o mais baixo dos seus dois mandatos, jogando uma ducha de água fria nos trabalhadores. A elevação nominal proposta pelo governo, de 5,88%, ficou aquém da própria inflação do período (INPC de 6,47%). O valor consagra uma perda real, portanto, de 0,55%.
A CTB lutará, em unidade com as outras centrais sindicais, para que o Congresso Nacional, depois do recesso, altere para R$ 580,00 o novo salário mínimo. Na nossa compreensão, esse reajuste deve levar em conta que o PIB negativo de 2009 foi um ponto fora da curva e, a exemplo do que ocorreu com as concessões a diversos setores empresariais, não pode servir de pretexto para interromper o ciclo de crescimento real dos salários.
Estudos do Dieese demonstram que 47 milhões de pessoas são diretamente beneficiadas pelo aumento do salário mínimo, com a vantagem adicional de fortalecer o mercado interno, uma das âncoras essenciais para o crescimento sustentado da economia. Ressuscitar a desmoralizada tese de que os salários deterioram as contas públicas não fez parte do programa com o qual a presidente Dilma Rousseff foi eleita.
A CTB, que tem como programa a luta por um projeto nacional de desenvolvimento com valorização do trabalho, conclama o Congresso Nacional a rever a MP 516/00 e a estabelecer um novo salário mínimo em R$ 580,00, ao tempo em que conclama o novo governo, neste gesto inaugural e simbólico, a reafirmar seu compromisso com a valorização do salário mínimo como um dos pilares da luta pela erradicação da miséria no país.
São Paulo, 5 de janeiro de 2011
WAGNER GOMES
Presidente da CTB
A CTB - Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – manifesta sua posição contrária à Medida Provisória nº 516/10 que fixa o novo valor do salário mínimo para 2011 em R$ 540,00. Publicada na última edição do ano do Diário Oficial da União, a MP em tela caminha na contramão da política permanente de valorização do salário mínimo, prevista para durar até 2023.
O último reajuste do salário mínimo no governo Lula foi o mais baixo dos seus dois mandatos, jogando uma ducha de água fria nos trabalhadores. A elevação nominal proposta pelo governo, de 5,88%, ficou aquém da própria inflação do período (INPC de 6,47%). O valor consagra uma perda real, portanto, de 0,55%.
A CTB lutará, em unidade com as outras centrais sindicais, para que o Congresso Nacional, depois do recesso, altere para R$ 580,00 o novo salário mínimo. Na nossa compreensão, esse reajuste deve levar em conta que o PIB negativo de 2009 foi um ponto fora da curva e, a exemplo do que ocorreu com as concessões a diversos setores empresariais, não pode servir de pretexto para interromper o ciclo de crescimento real dos salários.
Estudos do Dieese demonstram que 47 milhões de pessoas são diretamente beneficiadas pelo aumento do salário mínimo, com a vantagem adicional de fortalecer o mercado interno, uma das âncoras essenciais para o crescimento sustentado da economia. Ressuscitar a desmoralizada tese de que os salários deterioram as contas públicas não fez parte do programa com o qual a presidente Dilma Rousseff foi eleita.
A CTB, que tem como programa a luta por um projeto nacional de desenvolvimento com valorização do trabalho, conclama o Congresso Nacional a rever a MP 516/00 e a estabelecer um novo salário mínimo em R$ 580,00, ao tempo em que conclama o novo governo, neste gesto inaugural e simbólico, a reafirmar seu compromisso com a valorização do salário mínimo como um dos pilares da luta pela erradicação da miséria no país.
São Paulo, 5 de janeiro de 2011
WAGNER GOMES
Presidente da CTB
sábado, 1 de janeiro de 2011
SP: todo mundo quer jogar na meia-esquerda
O governador Geraldo Alckmin tomou posse hoje na Assembleia Legislativa de São Paulo. A imprensa diz que ele quer que o seu time jogue com olho na esquerda - em bom português, fazer um "governo de centro-esquerda".
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, embora não jogue com a mesma camisa do novo governador, repete a mesma toada. Propõe-se a sair do DEM e ingressar no PMDB e se reposicionar politicamente. Mais à esquerda.
Há bem pouco tempo se dizia que esse negócio de esquerda e direita não existia mais e que até as ideologias, pasmem!, também faziam parte do passado. Nada como um dia depois do outro. Seja como for, esse jogo embolado no meio do campo não pode continuar assim por muito tempo.
Na hora do pega-pra-capar as posições ficarão mais claras. Esse embolamento persiste só na fase classificatória. Na hora do mata-mata (as eleições municipais de 2012, por exemplo), todo mundo vai chutar da correntinha para cima. E não vai dar para todos ficarem eternamente ciscando no meio de campo e olhando só para a esquerda. Quem viver, verá!
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, embora não jogue com a mesma camisa do novo governador, repete a mesma toada. Propõe-se a sair do DEM e ingressar no PMDB e se reposicionar politicamente. Mais à esquerda.
Há bem pouco tempo se dizia que esse negócio de esquerda e direita não existia mais e que até as ideologias, pasmem!, também faziam parte do passado. Nada como um dia depois do outro. Seja como for, esse jogo embolado no meio do campo não pode continuar assim por muito tempo.
Na hora do pega-pra-capar as posições ficarão mais claras. Esse embolamento persiste só na fase classificatória. Na hora do mata-mata (as eleições municipais de 2012, por exemplo), todo mundo vai chutar da correntinha para cima. E não vai dar para todos ficarem eternamente ciscando no meio de campo e olhando só para a esquerda. Quem viver, verá!
sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
O Brasil de Dilma
As mãos femininas de Dilma passam a assumir as rédeas do país. Substituir uma figura mítica como Lula não será tarefa fácil, mas a nova presidente é talentosa e conta com expectativas positivas da maioria da população.
Seu maior desafio será manter e melhorar a situação do país legado de Lula. Fazer o Brasil crescer de forma sólida e sustentável, melhorar a vida das pessoas, ampliar a integração internacional, tudo isso isso em um ambiente democrático.
Seu maior desafio será manter e melhorar a situação do país legado de Lula. Fazer o Brasil crescer de forma sólida e sustentável, melhorar a vida das pessoas, ampliar a integração internacional, tudo isso isso em um ambiente democrático.
Tudo parece conspirar a favor. Salvo a má vontade da mídia e de setores recalcitrantes da sociedade, pode-se dizer que o Brasil vive um clima de otimismo, quase de euforia, uma sensação boa de que a coisa está dando certo.
Muitas cascas de banana surgirão no caminho, mas o Brasil parece ter encontrado sua rota. Talvez não avance com a velocidade e profundidade necessárias, mas o sentido geral é postitivo. Que a primeira mulher presidente do Brasil escreva seu nome com letras maiúsculas nos anais da nossa História!
segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
Pleno emprego no Brasil?
O presidente Lula, ao fazer balanço de seu governo, disse que o Brasil está se aproximando do pleno emprego. Alguns analistas econômicos, pasmem!, disseram que Lula foi até modesto, por que, na realidade, o pas já estaria vivendo uma situação de pleno emprego.
A conceituação de pleno emprego varia de acordo com cada corrente de pensamento econômico. Aceita-se como razoável, nos marcos de uma economia capitalista, a tese segundo a qual o pleno emprego é a utilização de todos os fatores disponíveis, a preços de equilíbrio.
Em bom português, essa visão expressa uma situação onde todos os que aceitam receber os "salários de equilíbrio", tudo pela ótica capitalista, insista-se, são empregados. A taxa de desempregados seria, portanto, a medida daqueles trabalhadores que se recusam a trabalhar pelos salários disponíveis no mercado.
Em reunião recente com as centrais sindicais, a própria direção técnica do Dieese admitiu essa realidade, sugerindo que a agenda dos trabalhadores para os próximos dez anos deveria migrar da simples busca pelo emprego para a luta por empregos de melhor qualidade.
O crescimento robusto da economia brasileira não consegue encontrar uma resposta adequada do mercado de trabalho. Um dado: consta que faltam milhares de engenheiros civis para dar conta da expansão da construção civil no país e que o número de formandos na área não conseguirá suprir a demanda por um largo período.
Além de engenheiros, há falta de profissionais de finanças e executivos de alto nível. Na outra ponta, há carência também de mestre de obras, eletricistas, operadores de "call center", caixas de supermercado, atendentes de "fast-food", vendedores de lojas, etc. A famosa tabuleta de "precisa-se" voltou a ser pendurada nas fachadas de diversos estabelecimentos.
O aumento exponencial na oferta de empregos tem como uma de suas consequências positivas o aumento da massa salarial. Além da valorização permanente do salário mínimo, que atinge diretamente mais de 46 milhões de pessoas, estudos do Diesse apontam que 97% das categorias profissionais conseguiram firmar convenções coletivas com aumento real.
Diante dessa realidade, impõe-se a necessidade de ampliar dramaticamente os investimentos em educação e qualificação profissional. As próprias empresas procuram enfrentar essa carência de mão-de-obra investindo pesado em cursos de qualificação para seus empregados.
A tendência é a de que esse fenômeno de super oferta de emprego se aprofunde no Brasil. A exploração das reservas do pré-sal, a Copa do Mundo e as Olimpíadas, só para citar três exemplos significativos, sugerem que o mercado de trabalho no país continuará bastante aquecido.
Dessa forma, depois de um quarto de século, onde a questão central para o sindicalismo foi a luta pelo emprego, surge no horizonte uma nova realidade no mercado de trabalho cujos efeitos tendem a modificar as prioridades da agenda sindical.
Combater a altíssima rotatividade e o trabalho precário, limitar e regulamentar as terceirizações, repassar para o trabalho os ganhos de produtividade para melhorar a distribuição funcional da renda e priorizar a formação e qualificação profissional são pontos que devem ocupar o topo da agenda sindical na atual fase.
Além disso, o movimento sindical brasileiro precisa se preparar para a possibilidade muito forte de um grande incremento de trabalho imigrante no Brasil. Os países vizinhos, principalmente aqueles de economia mais frágil, podem se tornar grandes exportadores de mão-de-obra para o país.
A mão-de-obra imigrante, geralmente, sofre com salários rebaixados, limitação de direitos e pouca ou nenhuma proteção sindical, com riscos potenciais de limitar, pela concorrência predatória, os ganhos salariais até aqui obtidos.
Um exemplo expressivo é a superexploração a que são submetidos a maioria dos 200 mil bolivianos que moram em São Paulo, alguns dos quais submetidos a trabalho escravo. Essa situação pode se agravar nos próximos anos, o que vai exigir respostas mais incisivas dos trabalhadores brasileiros.
A conceituação de pleno emprego varia de acordo com cada corrente de pensamento econômico. Aceita-se como razoável, nos marcos de uma economia capitalista, a tese segundo a qual o pleno emprego é a utilização de todos os fatores disponíveis, a preços de equilíbrio.
Em bom português, essa visão expressa uma situação onde todos os que aceitam receber os "salários de equilíbrio", tudo pela ótica capitalista, insista-se, são empregados. A taxa de desempregados seria, portanto, a medida daqueles trabalhadores que se recusam a trabalhar pelos salários disponíveis no mercado.
Em reunião recente com as centrais sindicais, a própria direção técnica do Dieese admitiu essa realidade, sugerindo que a agenda dos trabalhadores para os próximos dez anos deveria migrar da simples busca pelo emprego para a luta por empregos de melhor qualidade.
O crescimento robusto da economia brasileira não consegue encontrar uma resposta adequada do mercado de trabalho. Um dado: consta que faltam milhares de engenheiros civis para dar conta da expansão da construção civil no país e que o número de formandos na área não conseguirá suprir a demanda por um largo período.
Além de engenheiros, há falta de profissionais de finanças e executivos de alto nível. Na outra ponta, há carência também de mestre de obras, eletricistas, operadores de "call center", caixas de supermercado, atendentes de "fast-food", vendedores de lojas, etc. A famosa tabuleta de "precisa-se" voltou a ser pendurada nas fachadas de diversos estabelecimentos.
O aumento exponencial na oferta de empregos tem como uma de suas consequências positivas o aumento da massa salarial. Além da valorização permanente do salário mínimo, que atinge diretamente mais de 46 milhões de pessoas, estudos do Diesse apontam que 97% das categorias profissionais conseguiram firmar convenções coletivas com aumento real.
Diante dessa realidade, impõe-se a necessidade de ampliar dramaticamente os investimentos em educação e qualificação profissional. As próprias empresas procuram enfrentar essa carência de mão-de-obra investindo pesado em cursos de qualificação para seus empregados.
A tendência é a de que esse fenômeno de super oferta de emprego se aprofunde no Brasil. A exploração das reservas do pré-sal, a Copa do Mundo e as Olimpíadas, só para citar três exemplos significativos, sugerem que o mercado de trabalho no país continuará bastante aquecido.
Dessa forma, depois de um quarto de século, onde a questão central para o sindicalismo foi a luta pelo emprego, surge no horizonte uma nova realidade no mercado de trabalho cujos efeitos tendem a modificar as prioridades da agenda sindical.
Combater a altíssima rotatividade e o trabalho precário, limitar e regulamentar as terceirizações, repassar para o trabalho os ganhos de produtividade para melhorar a distribuição funcional da renda e priorizar a formação e qualificação profissional são pontos que devem ocupar o topo da agenda sindical na atual fase.
Além disso, o movimento sindical brasileiro precisa se preparar para a possibilidade muito forte de um grande incremento de trabalho imigrante no Brasil. Os países vizinhos, principalmente aqueles de economia mais frágil, podem se tornar grandes exportadores de mão-de-obra para o país.
A mão-de-obra imigrante, geralmente, sofre com salários rebaixados, limitação de direitos e pouca ou nenhuma proteção sindical, com riscos potenciais de limitar, pela concorrência predatória, os ganhos salariais até aqui obtidos.
Um exemplo expressivo é a superexploração a que são submetidos a maioria dos 200 mil bolivianos que moram em São Paulo, alguns dos quais submetidos a trabalho escravo. Essa situação pode se agravar nos próximos anos, o que vai exigir respostas mais incisivas dos trabalhadores brasileiros.
Uma visão classista e avançada desse fenômeno deve levar o sindicalismo nacional não para práticas segregacionistas ou preconceituosas, mas, sim, para o trabalho cooperativo e solidário com todos os trabalhadores, independentemente de suas nacionalidades.
Seja como for, a atual conjuntura coloca "bons problemas" para os trabalhadores. É alentador o fato de que o fantasma do desemprego em massa seja apenas amargas recordações de um passado que não se quer de volta.
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