Em 1978 assisti a um espetáculo da Mercedes Sosa em São Paulo, no ginásio do Ibirapuera. Ela se apresentou ao lado de Milton Nascimento. Desde essa época sou fã de carteirinha dessa maravilhosa cantora argentina.
Dona de uma voz fenonenal, militante de esquerda, Mercedes Sosa atingiu a fama quando ditaduras militares vigoravam em seu país e no Brasil. Uma forma de fazer oposição, pelo menos em circuitos culturais alternativos, era valorizar a música latino-americana contestadora.
Aqui mesmo no Brasil havia um grupo, o Tarancón, que fazia grande sucesso. Não sei se eles estão juntos ainda. Violeta Parra e Vitor Jara, além de brasileiros como Chico Buarque, eram os grandes intérpretes dos nossos sonhos libertários da época.
Principalmente para aqueles que vivemos esse período, as últimas notícias dando conta da grave enfermidade de Mercedes Sosa é uma coisa muito triste. Sua voz forte e bonita, sejam quais forem as vicissitudes da vida, serão celebradas eternamente. Don't cry for me, Argentina.
Lamentável no desaparecimento de Mercedes Sosa, é o fato de ela, após longa trajetória de esquerda, ter retirado apoio à Cuba e desfiliar-se do PC Argentino. Com todo respeito às razões que a levaram a tomar tais atitudes, isto empana, de certa forma, o brilho de seu passado de lutas.
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