Karl Marx demonstrou que a própria lógica de funcionamento do capitalismo provoca crises. Superprodução, tendência de queda na taxa de lucros, e por aí vai. A emergência dessa nova crise, a maior de todas, ratifica os ensinamentos de Marx.
Tudo bem, mas o que nós precisamos compreender melhor não são as causas e as explicações da crise, que pululam aos borbotões. O grande dilema é sobre as saídas para a crise, como avançar para romper com esse sistema, quais são as medidas emergenciais e estruturais que jogam água na acumulação de forças para reverter o quadro, conquistar a hegemonia e abrir caminho para a transição socialista.
Nesta área é que residem, na minha compreensão, as grandes insuficiências do debate contemporâneo. Frases como "não há saída keynesiana para a atual crise" ou a de que "essa crise não tem solução nos marcos do próprio capitalismo" parecem indicar que essa é a "última" crise do capitalismo e que o socialismo se apresenta como alternativa imediata.
Essa lacuna analítica parece indicar aquilo que um dia João Amazonas disse sobre a insuficiência teórica da atual geração de marxistas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário