Nesta segunda-feira, às 17 horas, no Palácio do Planalto, o presidente Lula recebe dois representantes de cada uma seis centrais sindicais legalizadas do país. A CTB será representanda pelo seu presidente, Wagner Gomes, e por Joílson Cardoso. Na pauta, medidas para enfrentar o desemprego em crescimento.
A reunião foi agendada imediatamente depois de um encontro das centrais na sede da CTB Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), onde foi formalizado um "Pacto da Ação Sindical" com propostas para os trabalhadores para o enfrentamento da crise.
A semana vai ser importante, porque, além da citada reunião com o Lula, haverá também, no dia 21, a definição do Copom sobre a nova taxa de juros no país, variável importante para o desempenho econômico. Pressionado por todos os lados, essa assembléia de oito ilustres figuras da República tem a oportunidade de recuar do seu conservadorismo exacerbado.
Há um consenso de que os juros do Brasil, em face da desacelaração econômica e da queda da inflação, precisa de um robusto rebaixamento. A turma da banca avalia que a queda variará de meio a um ponto percentual. As centrais exigem, no mínimo, um recuo de 2%. A própria Fiesp, que quer tirar o seu da reta na hora da crise, aponta que o ideal para o país seria uma taxa Selic de 8%, bem abaixo dos atuais 13,75%.
Juros, spreads bancários e superávits primários menores funcionam como antídotos à desaceleração econômica. Essas mudanças na política macroeconômica precisam ser complementadas com estímulos creditícios e fiscais a setores da economia geradores de empregos. Paralelamente, é imprescindível condicionar a oferta de recursos públicos à contrapartida de preservação de empregos.
Os empresários precisam entrar na arena, adotando, por exemplo, medidas como a eliminação de horas extras , bancos de horas e outras medidas que vão na contramão da luta pela ampliação dos empregos.
Por último, mas não menos importante, a bandeira justa e necessária da redução da jornada de trabalho não pode ser abastardada com o rebaixamento dos salários. A participação do trabalho na renda nacional, no Brasil, é uma das menores do mundo. A luta pelo desenvolvimento com valorização do trabalho requer, entre outros itens importantes, o fortalecimento do mercado interno. Neste particular, a ampliação da massa salarial na economia estimula o consumo e cria, por sinergia, um círculo virtuoso na economia - mais consumo, mais produção, mais renda.
Esse é o caminho, não o oportunismo de certos grupos empresariais, que bateram todos os recordes de lucro no último período e ao menor sinal de diminuição dos seus ganhos querem jogar o ônus na costa dos trabalhadores.
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