Paulo Skaf, presidente da Fiesp, reuniu o Conselho Superior Estratégico da entidade para debater a posição dos industriais paulistas frente à crise e impactos no emprego.
Com a participação de nomes de peso do setor, como os presidentes da Cia. Vale do Rio Doce, Embraer, Votorantim, Gol, Gradiante, entre outros, a reunião aprovou três propostas:
1) Redução em até 25% da jornada de trabalho e do respectivo salário;
2) Redução drástica da taxa Selic (dos atuais 13,75% para algo em torno de 8%); e
3) Diminuição da carga tributária.
A reunião foi realizada na sequência dos entendimentos entre a Fiesp e outras federações patronais com a Força Sindical. O objetivo dessas reuniões, segundo eles, é garantir o nível de emprego em todos os setores, por um prazo consensuado entre patrões e empregados.
Skaf afirma que o Copom, em sua reunião do próximo dia 22, quinta-feira, precisa ser ousado, compatibilizar sua ação com o discurso do governo e baixar algo em torno de 5% da Selic, o que injetaria R$ 70 bilhões na economia.
O presidente da Fiesp alega, também, que as empresas, ao contrário do que se afirma, não receberam dinheiro público e que a diminuição da alíquota do IPI favorece o consumidor, não os segmentos beneficiados.
Das três propostas da Fiesp, podemos dizer que uma é boa, a outra é razoável e outra ruim.
A proposta boa é a redução drástica da taxa básica de juros, verdadeiro clamor nacional, e que deve ter o apoio do movimento sindical. A diminuição seletiva de alíquotas tributárias em alguns segmentos também é possível, para dinamizar determinados setores e evitar a retração na produção e seus impactos sobre o emprego.
A redução de até 25% dos salários (proporcionalmente á redução da jornada de trabalho), é um ataque direto e injustificado ao bolso do trabalhador. Nesse último período, os empresários lavaram a égua com os lucros, bateram recordes de venda (vide a produção recorde da indústria automobilística brasileira).
O rendimento dos trabalhadores, todavia, embora tenha se elevado, em média, acima da inflação, ficou abaixo da produtividade da economia, o que se traduz em diminuição da participação do trabalho na renda nacional.
O justo seria, neste momento, os patrões diminuírem suas margens de lucro, manter os empregos e os direitos dos trabalhadiores. É a velha história que eu sempre repito: quando a economia vai bem, os trabalhadores são os últimos a ganhar; quando a economia vai mal, os trabalhadores são os primeiros a perder.
Não há como o movimento sindical aceitar perdas de emprego e de direitos. A unidade e a luta das centrais, a pressão direta sobre os empresários, o governo federal e os governos estaduais, a articulação com o Congresso Nacional e as entidades democráticas e populares, em um amplo movimento cívico em defesa do emprego e dos direitos, são as tarefas centrais para a conjuntura.
São essas as proposições que a CTB proporá às outras centrais na reunião desta quinta-feira, dia 15, às 10 horas, em sua sede nacional.
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